quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Europa de Luz e esperança!


Benfica 2:1 AEK Atenas

Depois dum começo de semana glacial, que nos obrigou a recorrer à secção do guarda-roupa mais radical, dando uso aos agasalhos de inverno, afinal o anúncio extemporâneo da fria estação foi abortado por uma reverivolta inesperada, com a gelida temperatura a subir de novo em proporção inversa da caída da chuva e do fricionamento infringido no interior da terra…

Perante este cenário acinzentado, foi preciso recorrer a tratamento de choque com a agitação madrugadora de 5ª-feira, para a aurora trazer consigo, de novo, grandes clareiras no céu, um tempo estável que adivinhava o reencontro e a convivência salutar com a luz do sol.

Em dia de jogo na Catedral, a bonança era um excelente pronúncio para uma maior afluência a mais uma noite europeia de futebol. Claro que o jogo não alterava a classificação, tão-somente se revestia de prestígio e de um exigente treino em alta competição.

Mas a emoção e o frio na barriga não eram os mesmos, apesar de algum frenesi que sempre nos acompanha em dia de jogo, a expectativa esmorecia perante o conformismo do resultado final, acabando por se desmoronar com o início da partida e a verificação da constituição titular.

Afinal não era a mesma coisa, perante tantas adversidades no plantel, a gestão de esforço que se exigia, apenas foi possível reunir uma equipa secundária que, apesar do voluntarismo e empenho, desde logo fazia adivinhar um jogo morno e com poucos motivos de interesse.

O guarda redes da europa, esteve tranquilo, na defesa gostei do regresso do Shafer, deveria dar-se mais tempo para aquirir mais confiança, a experiência do Luis Filipe foi suficiente para não comprometer muito (mas aqui para nós que ninguém nos ouve, é um dos elos mais fracos, adeus!). O Miguel Victor já não precisa de apresentações, apesar do pecado mortal no lance do golo, já o seu companheiro, mais novato nestas andanças mostrou grande competência e valentia, perante o olhar cumplice, vigilante e incentivador dos brilhantes defesas que preenchiam o banco de suplentes.

O Carlos Martins, o Di Maria e o Fábio foram os que mais se fizeram valer do seu virtuosismo, mostrando outros argumentos, o Carlos quem sabe a ganhar forma e ritmo para o clássico, os extremos sem nada a temer, pelo contrário, o Fábio para se impor com mais confiança, o Di Maria para se redimir perante os adeptos. E nada melhor que o excelente jogo produzido e os brilhantes golos alcançados para restabelecer a empatia com o público e suster a oscilante cotação de valor.

A classe do Nuno Gomes também não foi suficiente, nem teve a ajuda merecida, uma vez que o Weldon, com a responsabilidade de ser goleador não aparece com muito fulgor, e o Filipe Menezes, que poderia ter aproveitado o penalti para se soltar mais, dar o salto, conquistar mais confiança, continuou igual a si mesmo, com muitas potencialidades, com boa técnica, tinha a baliza à sua mercê, mas ainda lhe falta um bocadinho assim, talvez mais empenho, para se afirmar como um grande jogador, mas no futebol moderno o tempo é sempre escasso para deixar fugir grandes oportunidades.

O Cesar e o Javi trouxeram mais maturidade e esclarecimemento ao jogo, o Cardozo andou meio perdido na frente sem os seus habituais construtores, mas haveria de ser o AEK que acabou por ter mais folego e motivação, na parte final, já com o jogo praticamente resolvido, para se abeirar da nossa área e facturar, numa das muitas jogadas em que fizeram a bola rondar a nossa baliza.
E foi assim, o resultado adaptado com o jogo, que obtivémos mais uma moralizadora vitória (vingámos, até certo ponto, as 2 últimas noites de Atenas), que nos colocou num dos topos mais altos da fase de grupos, ficando agora à espera do próximo adversário (já amanhã), para voltar à competição apenas em Fevereiro.

O relvado repentinamente está a dar parte fraca, a 72 horas do grande embate com um dos grandes rivais. Para lá do palco, o piso será igual para ambas as equipas, o público será esmagadoramente nosso, e serão certamente outros os protagonistas. É um jogo importantíssimo para nos afirmarmos perante os directos adversários, numa caminhada que, já se sabia, se prevê extenuante rumo ao almejado título.

O Porto tem a seu favor a mentalidade e a força das últimas décadas, mas o Benfica há alguns anos a esta parte que tem arrepiado caminho na reconquista do equilibrio de forças e confiança, mercê dos resultados alcançados e boas exibições patentadas nestes confrontos.
Deus queira que o Jesus, e os seus discípulos, nos dê uma grande alegria, nos garanta uma noite de Luz, pronúncio para outra noite ainda mais brilhante, onde o Deus menino vem proclamar uma renovada mensagem de paz e harmonia…

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