quinta-feira, 11 de abril de 2013

Diabos à prova de fogo!


Newcastle 1:1 Benfica

Outra semana nas asas de Abril, na luta que não finda, no ar temperado da  primavera, na elasticidade do ocaso à mercê dos devaneios no céu...

3ª-feira novelo de bruma que fez a tarde vergar à chuva e ao sofrimento do rapaz, amarguras dum enérgico atleta prostrado à sua envergadura ou a aventura de um braço imobilizado no hospital... O ortopedista fez do braço uma arte curativa e ficou a promessa da cura após o Benfica campeão..., e continuamos a ceifa do pão diário antes das bênções noturnas...

As equipas espanholas tiveram a mesma derrota, uma ficou pelo caminho, anteviam-se duas equipas espanholas e duas germânicas...
A chuva cingiu o tempo, apegada ao Cristo, estacionada na beira do oceano, encurtando o horizonte...

5ª-feira mais uma viagem, até à cidade confusa, estrada fora ou na ligeireza da via, o sol queria suavizar a azafama mas as nuvens exerceram o poder pela manha...

As capas dos jornais falavam de estarmos à porta dos sonhos, mas todos sabemos que, por vezes, a convicção esbarra num pormenor ou simples grão de areia...

A tarde queria dar corda ao relógio das estações, uma lagoa azul para colorir, um sorriso à primavera que tem andado pelas ruas da amargura... Ah tempo, que nos acompanhas pela vida, sempre certo e tão incompreendido, em cada rodopio...

Regressei já com o bichinho a roer de ansiedade, o sol afagou a pressa, no condado esperava-me a serenidade... Os cachecóis enrolaram-se ao pescoço, jantar volante, lugares no sofá, televisão ligada à ilha, um écran garrido vermelhão...

O Benfica jogava com a equipa mais forte, no meu entender, o Gaitan no centro de ataque a ajudar o Lima, as duplas Luisão-Garay, bastiões de um gigante Artur, Enzo-Matic, incansáveis mouros na luta do meio campo, com toda a categoria, as duplas extremistas, da fação esquerda Melgarejo-John e do lado direito André-Salvio.

E foi pelo corredor direito que começamos a circundar a área adversária, que chegaram os primeiros ataques à frota britânica, ladeados por legiões em polvorosa. Logo aos 4 minutos um remate de calcanhar do Lima poderia ter resultado num golo fenomenal…

O Benfica começou o jogo com toda a autoridade, trocando a bola, remetendo o Newcastle para uma atitude mais submissa. Ao minuto 28, outra oportunidade ainda mais flagrante, o Lima ganha a disputa sobre o guarda-redes que vai até ao limite da área, dá para o Gaitan que aparece isolado em frente da baliza mas desperdiça rematando para a frente do defesa que está posicionado em cima da linha…

O Newcastle tenta responder, tenta equilibrar a contenda, com o apoio frenético dos adeptos, mas o Benfica está vivo e aos 36 é o Salvio que aparece na área a cabecear ao lado.

No segundo tempo, apesar do jogo mais repartido, o jogo mais direto do Newcastle começa a criar desgaste, a inflamar ainda mais o ambiente hostil, no meio dos gritos sumidos da claque benfiquista… chega a marcar dois golos, tirando partido do fora-de-jogo.
Ainda antes da equipa inglesa ter chegado ao golo, o Gaitan, que teve muito interventivo, voltou a desperdiçar uma boa oportunidade, decorria pouco mais da hora de jogo. 

E eis que chegou, o golo do Newcastle, numa distração, pondo ao rubro o estádio, corria o minuto 71, a nós um pouco apreensivos, porque ainda faltavam alguns minutos para o final, com a galvanização adversária, um lance poderia deitar tudo a perder…

Mas fomos aguentando com maturidade coletiva, uma abnegação incrível do Matic e do Enzo, as 72 e 76 entram o Cardozo e Rodrigo para os lugares de Lima e John…
Fomos mantendo a postura, aproveitando o balanço ofensivo adversário, aos 85 o Gaitan mais uma vez isolado não é eficaz e entrega a bola ao guarda-redes.

Já na reta fina, eis o contentamento do empate, uma tabelinha entre Gaitan e Rodrigo, este foge pela esquerda, centra para o meio da área, para a frente da baliza, onde aparece o Salvio, às escondidas do defesa, a repor dignidade e competência ao resultado, para gaudio da massa adepta, alegria do trio ali impacientes no sofá...

Jardel ainda entrou a render o herói Salvio para os últimos segundos, antes do festejo merecidos, do abraço de Jesus ao Pietra, do entusiasmo do mundo encarnado…
Na 2ª-feira temos o Paços de Ferreira, para garantir o ingresso no popular palco do Jamor…

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