sábado, 1 de fevereiro de 2014

Um "xis" no jogo do galo!

Gil Vicente 1:1 Benfica

Sobrevivemos ao frio e à chuva, num cantinho atlântico, ao abrigo dos braços do Redentor, longe dos farrapos de neve que vão regelando o alto montanhoso do centro e além montes...

O Janeiro acicatou o tempo com rigor, presos à lentidão dos ocasos que se definham nas aguarelas do horizonte, abraçamos Fevereiro, guiados pela luz das candeias, conforto de peregrino…
O Sábado foi resistindo aos insípidos aguaceiros, depois de visitar a cidade, entramos na clausura da casa, murmúrio da noite dissimulado nas pingas nos beirais...

O Benfica voltava a jogar com o Gil Vicente, pela 4ª-vez esta época, desta feita no Minho e sem direito a visualização televisiva, mas agora o remedeio era com um potente Portátil, que o Menino nos havia ofertado no Natal…
Mas a hora não era boa para exclusividade, a ceia familiar era sagrada, não havia tanta pressão por alcançar a vitória e fui seguindo pelo ciberespaço, sem pensar no final da expedição...   

Depois de ter soado o alarme no Funchal, o Benfica começava a operação Barcelos, podendo ficar a uma distância que já não acontecia desde o ano do título. Mas teve pela frente um Gil organizado, um relvado pesado e um pénalti desperdiçado nos descontos. 

A primeira parte esteve demasiado na expectativa, os períodos de pressão não foram muito constantes e o relvado, muito mal tratado pela chuva dos últimos dias, não ajudou a alcançar outro ritmo. 
Pedia-se um Fejsa mais ofensivo, a ajudar o Enzo a empurrar o jogo para o ataque, como forma de desencadear mais oportunidades. 

Depois do intervalo o Benfica abordou melhor a partida, mostrando garra para se isolar na frente da Liga. 
Danielson quase fez autogolo após centro na direita, Rodrigo ficou a pedir penalty num lance duvidoso com Vilela, à boca da baliza. Pelo meio, Gaitán, em posição de tiro, enviou ao lado. 

O Benfica crescia, mas o Gilistas haveriam de ganhar novo fôlego de esperança  e em duas decisões de arbitragem, o jogo mudou. Siqueira aborda mal um lance com Brito, é batido e faz falta. Vê o segundo amarelo. Parecia a luz que poderia guiar os da casa até aos pontos era forte, mas, pouco depois, numa péssima abordagem de Brito a um lance com Gaitan, pontapeado nas costas, dentro da área, deixou o golo a um penalty de distância, e claro que Lima resolveu. 

Mesmo com o Benfica em inferioridade numérica não se adivinhava muito afoito, mas num lance de insistência, puxou do brio e chegou ao empate. Luís Martins assustou de livre e ganhou canto. Neste a bola chegou a Vítor Gonçalves que, acabadinho de entrar, atirou em jeito. Oblak tentou tirar a bola da baliza mas foi batido. 
Faltavam cerca de vinte minutos e Jesus, ao lançar Cardozo, queria que o Benfica invertesse o resultado. 

E foi o paraguaio que teve o golo nos pés em duas ocasiões, primeiro num lance na pequena área que Adriano defendeu por instinto e depois, no caso do jogo. Já nos descontos, Djuricic caiu na área, Cardozo agarrou a bola com fé (ainda sem ritmo nem confiança, deveria ter deixado o Lima rematar, uma vez que estava mais confiante), mas Adriano evitou e segurou um empate, deixando um amargo a todos que esperavam a vitória. 

Vamos manter-nos no norte, acima do Douro, na 4ª-feira, jogamos em Penafiel, para lutar por um acesso nas meias-finais da Taça de Portugal, antes do próximo final de semana, bombástico, com o dérbi empolgante, que irá decidir a liderança da capital e do pais.

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