Rio Ave 1:2 Benfica
Depois do esmorecimento em Braga (ao menos houve alegria para outras humildes gentes lusitanas), voltámos ao quotidiano de Maio, ancorados já no findar da primeira semana, procurando no temperado clima a pacificação da alma...
6ª-feira ainda prolongou o cenário sombrio, guarida para as espessas nuvens que passeavam no céu e no nosso horizonte, as crianças que não eram aferidas contornavam os percursos escolares, ficando às portas do fim-de-semana, mas foi a chuva que as abriu, na vinda do trabalho, ao fim da tarde...
Foram dois dias que seguiram os seus trâmites normais, a nebulosidade continuou a brincar às escondidas com o sol... no Sábado, frequentámos os mesmos locais, fizemos a travessia do rio e esperámos que o serão nos envolvesse em ideais, no entretenimento dos jogos de tabuleiros, fugindo à massificação da televisão…
O Domingo aproveitou a cumplicidade familiar para desanuviar a paisagem, apelando ao sentimento do sol para desbravar o panorama, proporcionar o ajuntamento familiar nas profundezas do campo, expandir a alegria das crianças e o relaxe dos adultos…
E foi assim, longe das vistas da televisão, aproveitando a candura do tempo, que passámos a tarde na rua, com a suave brisa a acariciar o rosto, num descanso reparador das lutas do corpo e da mente, agastados da rotina da sociedade…
O retorno ao meio da cidade, deu-se um pouco antes do começo do jogo. O Benfica já era aliciante para ceder ao vicio da televisão, mas interessava saber qual seria a atitude e o carácter que iria demonstrar em Vila do Conde…
Todas as partidas tinham inicio à mesma hora, o Benfica apresentava uma equipa robusta, com a entrada fortuita do Moreira, o regresso do Sidnei, a entrada do Carole, e todos os outros jogadores eram os que tinham passado pelo inferno de Braga…
A atitude do Benfica foi positiva, o Gaitan e o Coentrão alongavam o jogo e a qualidade do futebol, o Martins tentava comandar as operações no centro do terreno, o Jara esforçava-se por ter um bom desempenho, o Javi ia chegando para as encomendas, o Luisão representava o carácter e a nobreza que eram precisos num ferido guerreiro…
E foi com um entrosamento certeiro, uma generosidade acima da média, com todo o mérito e superioridade que os poucos adeptos presentes nos Arcos, e nós destroçados telespetadores, vimos o Cardozo, também com boa postura, a marcar por duas vezes, aos oito e vinte e oito minutos de jogo…
O Benfica continuou com um ritmo forte, afinal os índices físicos não pareceram afectar o rendimento, com o Gaitan em grande destaque e o Coentrão a querer dar nas vistas, mas a bola não quis entrar e avolumar o resultado, nem em remates em geito nem em força, apesar das oportunidades, a bola só conseguiu esbarrar na trave…
Já na parte final, o Rio Ave, até então adormecido, esboçou uma pequena reação, o Benfica ia tirando o pé do acelarador, com o jogo controlado, apenas o Luisão não facilitava, vincando a sua personalidade…
O árbitro queria dar nas vistas, perante a normalidade, com semblante tão carregado e tantos cartões, desde o primeiro lance da partida… e foi num livre, já nós faziamos contas aos golos sofridos, o comentador já tinha feito referência ao bom desempenho defensivo dos da casa, e ao contínuo sofrer golos do Benfica, nos ultimos jogos, e já com 90 minutos à vista, num livre perto da área, que a barreira se escancarou para mais uma partida, que não iria ficar invicta…
Foi um jogo razoável, depois de tantos dissabores e imprevisibilidades, a equipa reagiu e esteve unida o suficiente, praticou o futebol necessário para ganhar o desafio, para abreviar um fim condigno, granjear de novo a confiança interna e a empatia do povo…
Segue-se o final do campeonato, no próximo Sábado, em nossa casa, com o Leiria, numa Luz desolada, com a alma esvanecida, mas com o apego e conforto mínimos que nos merece a equipa, vamos todos esperar que os jogadores se esforcem por recuperar, com mais uma vitória, a nossa estima e a vaidade empobrecida…
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