Benfica 3:3 U. Leiria
Mais uma semana, com vestes de Maio, disposta a difundir o calor pela amplitude verdejante, uma luminosidade que vai desnudando a cidade, ajuntando pessoas à sombra das esplanadas ou no caminho das praias...
O futebol começa a sair de palco, apesar da Luz se apagar só no dia 4 junho com a recepção à Noruega; LF Vieira vem dizer o que todos gostam de ouvir, mas a astúcia mostra-se com resultados… de resto são os debates políticos que começam a entra em cena, com o Socrates a tentar arrasar os inimigos partidários, que vão resistindo com a treinada dialéctica...
A temperatura foi subindo, os estudantes de palmo e meio paravam num oasis, a meio da semana, enquanto outros aferiam a capacidade de apreensão…
Eu, tomei o acostumado itinerário para Queluz, rompendo a noite pelas vias largas, ao encontro da desportiva fadiga muscular e do vinho para o caminho...
O final da semana continuou quente, a peninsula de Setúbal era dos locais mais abrasadores, por isso começaram a ligar-se os aparelhos de ar condicionado, como forma de atravessar a aridez dos trabalhos...
A noite de velas, longe dos tempos austeros de 1917, não teve honras de transmissão, o país está viciado no palavreado político, nos fastadiosos debates sobre os números da crise, ou nos programas de entretenimento instantâneos e populares, pois que a religião e o amparo espiritual são estigmas da pobreza e do carácter lusitano...
Ainda assim, o dia 13, 6ª-feira, dia de Fatima, da Senhora do Rosario, divina protectora da patria mãe, remeteu o azar para o misticismo de Montalegre, com os restaurantes cheios para o enigmático serão...
O Sábado, cedo anunciou o mesmo ambiente de estio, na fadiga do pavilhão, juntei-me ao filho, no treino de bolas ao cesto, num econtro de gerações, antes da ida ao complexo da Luz, ainda antes do almoço, para levar o outro desportista às águas da piscina…
As portas estavam escancaradas, as roulotes nos locais habituais, preparava-se já a última recepção aos adeptos para assistir ao derradeiro jogo da época…
Com os cortes no orçamento tão propagandeados, também eu cortei na SportTV, o jogo da noite já não suscitava grande interesse, apenas estava em causa o orgulho e o prestígio encarnado, à falta de outro estímulo…
E afinal coincidiram serem outros os planos para o entardecer, um encontro festivo, num restaurante local, convívio familiar em grande estilo, a propósito do aniversário duma sobrinha…
Os écrans espalhados pela ampla sala de jantar transmitiam o jogo do estádio das pedreiras, de tão má memória, o Sporting discutia o lugar no pódio… e ainda estávamos na sala de espera quando o Djaló marcou o golo da vitória…
Em relação aos outros jogos nada se sabia, nem do meu querido Benfica, entretido com a conversa e a ceia apimentada, com o convívio salutar e o cântico de parabéns do feliz aniversário…
Depois da despedida, do desligar das pilhas da rapaziada que não parou um instante, no labirinto de mesas, do afastamento da vista panorâmica sobre o luzidio Cristo Rei, vigilante sobre a cidade adormecida, eis que no serão avançado, já no sossego do lar, no conforto do meu velho sofá, em frente do saudozo écran, fiquei plasmado à espera de ver as imagens do Benfica, que não tinha conseguido mais que um empate, frente ao Leiria…
Nas poucas jogadas e muitos golos que houve, ainda vi o Aimar mirabolante, o Coentrão demolidor, o Javi a redimir-se com um golo, dum lance menos feliz, do Jara a marcar um golo de belo efeito, e de mais um potentoso golo do Cardozo mas, outro guardião, a mesma saida em falso, e o golo do empate aconteceu já no último minuto, para ajudar ao abatimento geral…
É preciso agora, fazer uma paragem muito séria, analisar o que foi esta época; gostei particularmente duma frase que li, atribuida ao Jesus: “trabalhar em cima dos erros”, para conseguirmos retomar o caminho das vitórias, com brio, empenho e determinação… Tudo vai depender como fizermos o trabalho de casa, da tranquilidade com que o fizermos internamente, com jogadores incluidos, da motivação e ambição que soubermos imprimir, dos reforços específicos que conseguirmos ir buscar, um lateral direito, a permanência do Coentrão e do Salvio, um atacante veloz… o Roberto merece uma segunda oportunidade e o carinho dos adeptos, pois é preciso valorizar e estimar os jogadores para lhes poder exigir uma melhor rentabilidade…
Enfim, agora vou apagar a luz deste blogue, permanecendo atento e fervoroso, como não podia deixar de ser, mas afastado da escrita, só a assistir e a carregar baterias, para mais tarde voltar, com outras crónicas apaixonadas, sobre o meu querido BENFICA!
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