Benfica 4:1 Marítimo
Depois dos festejos no centro
da lusitânia, o mondego dividiu os finalistas, a noite e eu mergulhamos inebriados
de alegria, apesar alguns adeptos persistirem na escuridão...
E despontou a felicidade do 8º
dia, duma sagrada família num qualquer Domingo colorido... a tarde foi desportiva, no
basquet, vimos o Benfica ganhar à Académica, antes de reentrar na paz
domingueira, para gozar o resto do fim-de-semana...
2ª-feira, iludimos a
preguiça, com um tímido sorriso, olhos ensonados para enfrentar o barbudo
mundo, a sorte doutra semana...
O sol foi passeando pelo
azul, mesmo que a temperatura não subisse em demasia o olhar clareava já num
verão imaginado no horizonte...
Mas 3ª-feira recolocou a
negrura sob a cidade, instabilidade que foi pairando, mesmo sem a visita da
chuva, decorando a primavera...
À noite o Real não conseguiu
sair de Munique com a certeza de lá voltar...
4ª-feira, voltou a vestir a
roupa cinzenta, a Estrela a branca, o dia ficou à media luz, borrifos de chuva
sob a natureza verdejante, calçdas que secavam num instante, soturna luz habitual
no vai-vem do metropolitano...
Os pequenos
estudantes vão andando pelos exigentes corredores escolares, a insolvência
geracional vai colidindo com a visão parental, repleta de preconceitos e
moralidades...
Em Londres, no local do
crime, o Barcelona não conseguiu impor a sua classe, pelo menos com golos,
veneno que o Benfica tinha experimentado na Luz...
E chegámos à penultima estação
do fim da semana, com a chuva à espera, mas o sol veio intrometer-se pela hora
de almoço, alimentando o campo e moderando a nubelosidade...
A noite foi de futebol, mais a sério,
em Alvalade, com a vitória sofrida do Sporting, e
mais a brincar, em Queluz, com a estafadela ditada pelo aprumo físico...
O último amanhecer de
trabalho e escola continuou incerto, ameaça de chuva que não chegou a
aparecer...E o encanto do lazer, entrou no sombrio entardecer, pela porta de
6ª-feira, onde a fonte da noite deu de beber ao ser...
Sábado expôs as peças sobre o
tabuleiro, torres de nuvens que foram toldando o sol, junto ao Rei, Cristo,
onde os peões jogavam à bola...
Ao recolher o mais velho do Torneio
de Xadrez, ao findar da tarde, passada a Reunião da Catequese, voamos para
casa, já o rádio do jato anunciava o ataque fulminante dos encarnados, com o
Nolito a fazer o 2-0 ainda antes do intervalo…
Com o castigo do Witsel,
entrava o Saviola, jogava na frente o tripé que restava dos camepeões
nacionais, com o Luisão e o Maxi na retaguarda a completar o cinco da equipa
maravilha. Juntava-se a qualidade do Garay e do Artur, a maturidade do
Capedevilla que parece ter agarrado o lugar, para conseguir uma defesa mais sólida
e experiente, e um ingrediente fundamental na constituição da resistência defensiva,
o elemento muralha do meio campo, primeira linha do quarteto mais recuado, que
coube desta vez ao Matic, ficando o Javi a descansar…
Os alas eram o Bruno e o
Nolito, que quase sempre tem sido incompatíveis no mesmo onze, tal como a dupla
atacante Nelson e Rodrigo, que ainda jogaram algumas minutos juntos na parte
final.
Quando me sentei em frente do
televisor, a olhar aquele espetáculo diurno, com cerca de 40 mil participantes,
fez lembrar outras tardes gloriosas, os palcos de inglaterra, havia no ar um atmosfera
festiva, apesar da claque se remeter ao silêncio, segundo anunciaram na
telefonia, o fator humano não se imiscuiu da sua intervenção…
O que estava em jogo era a
afirmação do Benfica, do treinador, da estabilidade ao nível exibicional, a conquista da vitória, para fugir ao Braga e pressionar o líder, consolidar o estatuto de
vencedor, reforçar a mentalidade...
Mas com o aproximar do final
do primeiro tempo, o Benfica foi abrandando, mesmo que a posse de bola fosse
uma constante, com o Marítimo a querer ficar à superfície, gestor do seu espaço
de manobra…
O Maxi ainda tentou assistir
os companheiros, o Saviola serviu o Capedevilla, mas o intervalo chegou com a
vantagem de dois golos, mercê do arranque demolidor por parte do Benfica…
O segundo tempo trouxe um Marítimo
mais afoito, sem nada a perder, a querer afirmar-se e procurar inverter o
resultado. E logo no começo teve oportunidades para reduzir, não fossem as
intervenções do Artur, mas cabaria mesmo por chegar ao golo num lance de
desatenção, depois dum buraco na defesa e uma saída em falso do guardião… Com
este golo o Marítimo ainda cresceu mais, em personalidade e esteve mais perto
do empate do que nós de ampliar…
Duma assentada, talvez para
ocupar mais o centro das operações, entaram o Javi e o Rodrigo para os lugares
de Aimar e Saviola. Pouco depois, numa jogada de Nolito, o Rodrigo só teve de
encostar para o fundo da baliza, para alívio geral das hostes… Logo a seguir,
aproveitando o balaceamento, foi a vez de Nolito dar de bandeja para o Bruno
que, sozinho, à saída do Peçanha atira para o meio da baliza, fazendo o quarto
golo da partida…
O Cardozo teve o seu tempo para
faturar, e saiu para dar oportunidade ao Nelson, no ultimo quarto de hora, mas
o Benfica, apesar do Rodrigo querer pegar no jogo, da mobilidade do Nelson, da
confiança do Bruno e do Nolito, da correria do Maxi, não foi capaz de criar
mais oportunidades flagrantes, ao contrário o visitantes não se desmoronaram e
continuaram a tentar atenuar a derrota, trocando a bola com carácter…
Mas o tempo não dava para
mais, o Benfica segurava mais uma vitória meritória, contra um bom adversário,
em bom tempo, acabando com tranquilidade, não desmoralizando em demasia a equipa que vai
receber na próxima jornada o principal rival…
Por fora, a instabilidade na
sociedade vai gerando algum desconforto, mesmo que dentro de campo consigamos
demonstrar fibra e motivação, originando vibração no adepto comum, vai surgindo uma contestação, que parece encomendada, um ruído que devia diluir-se em apoio em
prol dum projeto e duma ambição comuns: tornar cada vez mais forte a instituição BENFICA e combativa a equipa de futebol… Viva o Benfica, para sempre no coração!
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