V. Setúbal 1:3 Benfica
Passado o Domingo maternal na
excelsa paz domiciliária, a chuva veio pedir abrigo no serão de comédia e
cantoria...
2ª-feira amanheceu invernosa, na chuva abundante que descia por entre a
suave temperatura...
3ª-feira ainda despertou com
aguaceiros, mas lentamente o dilúvio foi enxugando, há hora de almoço já o sol
espreitava por uma brecha do branco que ainda dominava o panorama...
A tarde deslindou o azul e a
semana seguia os trâmites de Maio, levando luz aos peregrinos, que no encalço
de Fátima procuravam mais sentido para a vida...
O meio da semana estendeu pela abóboda um véu sedoso, misterioso evoluir da natureza
que o cantar da passarada ia revelando na quentura da primavera...
E o calor chegou mesmo,
5ª-feira cedo, o sol trespassou, com os seus longos raios, a surpeficie da
terra, as aves escondidas no verde, alarmavam a cidade, voavam com os catraios
estudantes e os operários progenitores...
No torrido entardecer levei o
pequeno ao templo para preparar a caminhada doutrinal da 1ª Comunhão, e calor veio
preencher o serão com temperaturas diurnas, esplanadas que entravam pelo
passeio, onde as pessoas partilhavam vidas...
6ª-feira amanheceu no ninho,
apesar da estampa nebulosa, os graus avançaram apoiados pelo sol gladiador, e o
aroma doutro fim de semana no ar, apesar do mesmo labor...
A noite foi de canseira ou prática de futebol, no vento suão que se desprendeu das asas do serão, convivio
desportivo que a alma engradece...
Tive a companhia do grande, na
travessia da liberdade, no aceno ao Cristo luzidio, e retribui a parceria, acompanhando
o mini-atleta a mais um jogo de basquet, sábado, manhãzinha, circulando pelas
artérias do sul. O calor foi subindo, como os algarismos dos cestos no marcador
até que ficámos defronte do merecido almoço.
Depois do ensaio geral, do
momento sacramental que antecede a plena participação na Eucaristia, fomos
resgatar a mestre que acertava o banquete divinal, no reduto campestre, e nem a
hora do jogo, ali mesmo ao lado, atrás da cordilheira montanhosa, me fez recusar um saboroso prato de caracois…
De goela fresca, foi pelo
auto-radio que fiquei a perceber que o Benfica tinha chegado ao empate, o Porto
chegava de enxurrada à foz do Ave… que o Cardozo, se não marcasse, e não saisse
antes do minuto 61, poderia perder a Bola de prata para o Lima, se este nem sequer
alinhasse, estranhas contas que, para a Liga, não mereceram consideração…
O corte orçamental, a descida
do pano no campeonato de futebol, fez com que tivesse cancelado a Sporttv, e mesmo que ao chegar a casa ainda pensasse ir ao café (que dizer sobre a motivação dos
jogadores se nem a minha me impeliu para) ver as imagens do jogo…
À noite quando fui espreitar
o Sporting com o Braga é que pude constatar o resultado, que o Cardozo afinal
tinha marcado…
Nesta altura que escrevo
ainda nem se quer vi qualquer gravação, da partida e dos golos, apenas
consultei no site da Bola, o desenrolar dos acontecimentos, como tinha alinhado
o Benfica, o delineamento dos jogadores, os marcadores dos golos… li as
declarações de união do Luisão, e talvez a pedra de toque que pode relançar a
confiança na equipa, do envolvimento que é necessário estabelecer com os
adeptos, para tudo poder funcionar em perfeita, emotiva e consolidada comunhão…
Agora vem um longo
interregno, as baterias vão apontar para a disputa do Europeu, vem uma época de
tardes quentes, de celebrações, de viagens e ilusões, a reta final da escola, a
transpiração de que ainda carece o trabalho, antes do mergulho salgado e do
fresco salto para a ribeira, da alegria, da partilha e do autêntico sabor a verão!
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