sábado, 27 de outubro de 2012

Galo tradicional português e(n)cantador!

Gil Vicente 0:3 Benfica

4ª-feira levantou-se com negrura e a preguiça acostumada... Ao entrar na cidade, as pingas na vidraça anunciaram a lavagem completa da viatura...
Mas num ápice, depois da inundação, da roupa ao seco no estendal, o sol calou a trovoada e libertou a rua alagada e sombria...
A locomotiva deslizava então pelo interior da luz na direção do cais portuário, libertando passageiros, operários dum futuro incerto, na cadência do tempo...


Outro dia, a mesma trovoada para entrar no burgo e largar os estudantes, a mesma molha pedonal antes de mergulhar nos afazeres do trabalho...
A tarde salpicou o ar com sol, apesar da resistente fortaleza nubelosa.

Os testes vão classificando os estudantes, os imprevistos vão testando a contínua aprendizagem sobre relações familiares, humanidade versus a indefinição...
A lua empoleirada em castelos de nuvens, qual ovo que se aninha na noite, murmurando a vida na imensidão...


6ª-feira, ultimo acordar no escuro, apesar do sol se espreguiçar com despertina, mais uma caminhada e um arco colorido desenhou a aliança com mais um fim de semana de ilusão breve...
O futebol cansado algures na noite, viagens de fadiga e mistério, para assimilar o fim de semana...


A manhã começou cedo com mais futebol, o sol iluminou o relvado, a grandeza do Cristo com vista sobre o Tejo interior, as nuvens que coroavam em redor o cenário majestoso...
Visita da matriarca com almoço incluído, aulas de catequese, antes da tarde de festa, pinturas,  brincadeiras, confraternização para festejar os 7 anos do primo...

A noite foi envolvendo a folia, apurando a conversa, um écran gigante projetava as imagens de Barcelos, onde Benfica jogava a liderança e a dignidade, o  regresso às vitórias...
Fiquei um pouco surpreso quando vi a constituição na parede, jogava o Luisinho, o Gomes e o John, o Enzo posicionava-se no extremo, nada que pudesse descompensar a coesão e a manobra da equipa, mas porque eram duas entradas diretas e um reposicionamento, num tempo que era preciso já ter mais certezas e segurança...

Mas, ao contrário dos últimos jogos, em que entrámos sempre a perder, desta vez coube-nos a nós a estrela de marcar ao segundo minuto, numa boa jogada, com o centro da direita para o cabeceamento derrompante do Lima, para rubro da assistência encarnada, na qual eu sobressai com um grito alucinante e abafado...


Claro que a confiança foi em crescendo, a atitude e a entrega ao jogo, o Ola John mostrava classe, da timidez inicial que foi soltando, afinal ainda está a apanhar o ritmo do futebol luso, algo que o Enzo no outro extremo já demonstra com toda a garra e convicção...

O André Gomes ia passando despercebido, mas é ágil e posiciona-se bem, tem vontade sem ser precepitado, o Luisinho, devagarinho, vai conseguindo fazer bons desempenhos, está no seu lugar, o Cardoso é que andou um pouco ao lado do jogo, apenas cumprindo o seu papel de pivot, mas o Benfica já não é a maquina oleada que trabalha para ele marcar, nos tempos que correm todos tem que correr e fazer pela vida, assim fez o Luisinho, numa boa jogada de entendimento, aparecendo dentro da área a encostar  e mais adiante, com um jogada de insistência com o André a acreditar e a fazer um golo de belo efeito, para gáudio do publico aficionado...


O intervalo chegou, previa-se que pudesse haver mais golos, o jogo mantinha-se com o mesmo argumento e elenco...

Com o decorrer do jogo, o enredo não trazia muita ação, a bola andava de pé em pé, e uma equipa quando ataca e não marca  dá mais moral à outra, e o Gil começou a abeirar-se mais da baliza do Artur, preferencialmente por cima...

O Enzo, enquanto andou em trabalho árduo no centro do campo, nos jogos anteriores, nunca foi amarelado, o Pio, que andou a cantar de galo o jogo inteiro, passou impune, e o Enzo por duas faltas somenos foi mais cedo para o balneário...


O Jesus demorou nas trocas, talvez o resultado permitisse a monotonia, mas o Bruno entrou para o lugar do Matic, talvez já a pensar na Champions, recuando o André, mas o esquema logo foi boicotado com a expulsão do Enzo, obrigando à troca do Lima pelo Rodrigo. Até ao final, com a diminuição da intensidade e da ambição fomos gerindo o tempo, ainda entrou o Almeida para dar mais consistência no miolo, e nada mais aconteceu digno de registo...


Claro que não foi muita a exigência da partida, mas o plantel soube dar uma boa resposta, cumpriu, lutou e mereceu a sorte... E assim foi o filme, com um final feliz, no vira do Minho  pulamos para o topo do poleiro, onde ficamos a cantar até à entrada da madrugada...


O Outubro começa a despedir-se, algures na semana vai aparecer mascarado de folia, antes de despontar para os santos, outro mês que vai aparecer, de um só dia...

O próximo jogo, na Luz, vai ser contra o Guimarães, em que o pensamento tem que passar pela vitória, antes de nos debruçarmos com corpo e alma na missão Europa...

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