Spartak Moscovo 2:1 Benfica
6ª-feira, abrandou a tempestade, devolvendo acalmia ao
Outono ou sedução ao fim de semana.
Saímos com a noite, para voltar aos
treinos, baixar ao relvado e às baixas temperaturas, retornando ao amor do lar,
pelo Cristo luzente da beira do Tejo...
Sábado, acordou azul, com o futebol junto do Cristo
ensolarado, as vistas foram aclarando até aos limites do Tejo, muito para além
do rio, enquanto o menino corria atrás do sonho. O almoço com a anciã, a catequese
e uma escapadela ao centro comercial fez sumir a tarde.
Ainda espreitámos a lua esguia e crescente, na noite serena,
quando viemos da Missa, mas a madrugada teceu a matiz de Domingo em tons cinza,
cobrindo de instabilidade o tempo, dando mais calor à reunião da família...
Outra semana nasceu nas entranhas do sistema solar, a
penumbra levava o incauto a vestir o blusão, a levar o guarda-chuva, mas no
cenário bucólico era alta a radiação, gradual o azul do céu. O polegar do filho
ficou liberto das amarras, agora tinha que voltar à sua vida de auxílio ao bom
funcionamento da mão...
3ª-feira, o ambiente envolveu a manhã, a caminhada até à
escola do gaiato, a paródia e o entretenimento da rádio, com mixórdias e
traquitanas de boa disposição, e o ouro foi banhando o quotidiano, atravessando
connosco conversas, cruzando avenidas, até escapar pelos estreitos passeios até
ao cortiço do trabalho...
O Circo tinha chegado à cidade, a atmosfera aquecia a
redondeza, em Moscovo arrefecido, o Benfica tentava fazer boa figura... E nos
píncaros da tarde, eis o início do jogo, algures na gelada europa, comigo agarrado
ao computador e às tarefas do trabalho. Fui seguindo oculta e apressadamente a
janela da Bola, com o laranja a encher a grelha dos minutos do jogo...
Ainda o amarelo despontava, os comentários eram escassos,
e já na rádio se ouvia o golo, que logo apareceu no écran, tal como a Seleção,
madrugador, com os jogadores ainda a frio...
Na pausa para lanche, porém, ouvindo o relato frenético
com mais atenção, eis que surge o golo do Benfica, acalmando a nervoseira...
Retomei o trabalho, espreitando a janela indiscreta, ouvindo
a ténue radiofonia, a luz ia trazendo a noite, o relógio ia marcando a partida,
mas quis a sorte que antes do intervalo outro golo trouxesse o desânimo...
Até ao final, entre notas das defesas do Artur e remates
do Benfica que não atingiam o alvo, a roleta foi girando e nada acontecia... Entrou
o Cardozo, o Gaitan e já no fim o Ola John, mas não conseguimos dar a volta,
inverter o resultado negativo, e o que fica para a história é mais uma batalha
perdida com os russos…
Na recolhimento do serão, observei com pormenor as
imagens televisivas, o relvado não estava nas melhores condições, o Benfica teve
o azar de entrar a sofrer um golo. O Spartak não é uma superequipa, é enérgica,
tem dois bons jogadores que manobram muito bem a bola, Jurado, Ananidze, uns
brasileiros brigões e aplicados, mas o Benfica tinha condições para construir
outro resultado…
Em boa verdade, as melhores ocasiões foram deles, face ao
nosso dessincronismo no centro do terreno, houve sempre muito espaço para
desenvolverem o ataque, a equipa não funcionou como um bloco, talvez que a
questão do ritmo de jogo, derivado ao tempo de ausência, seja uma das causas,
pois ainda no fim de semana, o Spartak tinha feito um jogo muito competitivo,
mas era obrigação do Benfica, fazer um jogo mais de contenção, com mais
personalidade, afinal, quem estava em vantagem eramos nós, eram eles que tinham
que correr mais riscos…
Mesmo assim, os jogadores foram aplicados, faltou talvez mais
mentalidade, o Enzo voltou a dar nas vistas, correndo o que pode, o Matic,
tirando o deslize que originou o golo, também foi esforçado e andou pelo campo
todo, mas faltou um pouco mais de estabilidade, na defesa, sem uma certeza duradoura,
no meio campo, com mais posse de bola, algo que o Rodrigo, quase eloquente mas
sem consequência, ou o Bruno, irrequieto mas curto, não conseguem garantir…
Na segunda parte, quando quisemos correr atrás do empate,
mesmo que o Spartak tivesse recuado um pouco, fomos mais briosos, mérito para o Gaitan que veio dar outra
desenvoltura ao ataque, tentámos
marcar um golo, mas o povoamento defensivo e a falta de tempo, a moralização
que não conseguimos no tempo anterior, não nos permitiu o discernimento e a
confiança para lá chegar…
Resta-nos a desforra em Lisboa, onde se espera a ajuda do relvado e dos
adeptos, um jogo e uma motivação diferentes, afinal não nos deve faltar
ambição, pois o Barcelona deu uma mãozinha, para que baste uma vitória e
fiquemos todos em pé de igualdade para chegar ao segundo posto…
O jogo mais importante agora é o de Barcelos, no próximo
Sábado, onde temos que correr muito para segurar a liderança e continuarmos em
crescendo na motivação, na capacidade de ultrapassar obstáculos, numa dinâmica
de vitória…
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