
Terminou assim um longa e extenuante partida de futebol, fora dos relvados, que esta sentença veio resolver e clarificar… Um período que coincide com o volte face do historial do FCP, que o catapultou na senda de um êxito quase esmagador, durante o qual, todos os argumentos foram válidos para combater os adversários: estratégias de vitimização, teorias de conspiração, cavalos de batalha contra o sul, uma pressão imensa contra tudo e todos, só ao alcance de uma mente brilhante, justificada por uma paixão exacerbada…
Durante esse largo período, sempre se falou de corrupção camuflada, de conversas ocultas e interesses dúbios, duma promiscuidade latente, dum determinado status quo ou sistema que engendrava e fluía nos meandros do futebol… Alguns casos foram sendo revelados, mas nunca o poder, muito menos o desportivo, foi suficientemente audaz para levar por diante qualquer iniciativa ou investigação mais concludente...
É certo que o Porto ganhou com garra, mérito, mesmo na Europa conseguiu impor o seu poderio, e aí os árbitros não fariam parte de um circulo de amizades, mas também sei reconhecer que não está aqui, apenas, a solução deste sucesso, porque é sabido, que no imprevisível jogo do futebol, o simples facto de se jogar com 12 ou 14 contra 11 nunca constitui, por si só, a certeza dum resultado positivo, pensar assim, seria muito redutor… mas que contribuiu, com maior ou menor importância para essa caminhada, que ninguém duvide…
Para além disto, houve uma corrente de influências corporativa, onde muitos elementos vieram a sobressair do anonimato, com alguma projecção mediática, quais tentáculos de um polvo, congregando em si um domínio, distribuindo proveitos, em prol do seu clube, de uma região, tirando dividendos individual ou colectivamente…
Noutra perspectiva, podemos atribuir essa fase, à lei natural da vida, pois é normal que uma determinada facção, grupo, cidade ou região possa evoluir mais em detrimento de outras, não é por acaso que, no presente, não existem equipas do Sul na 1ª Liga, à excepção das 5 da capital e arredores, com a descida do Leiria é preciso ir até Coimbra e Figueira da Foz, para encontrar mais 2, com as 2 das Ilhas, vemos as restantes concentradas num curto espaço geográfico, a norte. Claro que é também a alma e o carácter de um povo, diversas conjecturas sócio-económicas que favorecem o desenvolvimento duma sociedade, e isso tem reflexos em todas as áreas, também nas desportivas…
Finalmente houve alguém que teve a coragem para enfrentar este simulado poder, teve a ousadia de seguir até ao fim, de impor as penas devidas e regulamentadas...
Tudo isto é Portugal, o provincianismo aos poucos vai desaparecendo, gradualmente estamos a inserir-nos no ritmo de vida europeu mais evoluído, ou talvez não! Mas é esta a história desportiva que temos, sem conseguir escapar às particularidades do povo lusitano… vamos aprendendo com os erros do passado, tentando saber explicar o presente, com esperança que o futuro nos surpreenda…
Nenhum comentário:
Postar um comentário