
Na equipa do Benfica, depois dos sucessivos desaires e fracassos, da desconfiança instalada, após mais uma mudança brusca do plantel, todos aceitam estes factores como atenuantes; ok, vamos começar do zero, mas depois, na emoção da disputa de um jogo, só queremos ver a equipa a ganhar, de peferência sem sofrer golos, de preferência a jogar bem, que a equipa seja um somatório de boas exibições individuais, enfim, a excelência…
Em todos os percursos de vida, existem sempre momentos bons e desatrosos, vitórias e derrotas, que nos vão ajudando a construir o sucesso… como por exemplo a mercadoria que segue numa carroça carregada, por um caminho sinuoso e atribulado, que parece a todo o momento desabar, mas noutro instante como que se ageita, seguindo lenta e segura até ao destino final… Assim é o Benfica, ao mesmo tempo que parece descambar para o abismo, logo à primeira batalha vencida dá-nos uma alegria imensa que a emoção não deixa controlar…
Se quiséssemos ser racionais, imunes a tanto sofrimento, desistiamos de sermos adeptos apaixonados e pronto, ponhamos de parte a angústia e o nervosismo, mas eu não consigo afastar-me deste amor cego, sou uma espécie de masoquista ou nostálgico resistente, com uma esperança inabalável e uma contemplativa fé...
Neste jogo, de Paços de Ferreira, visto pelo meu olhar suspeito, eu vi um Benfica a jogar bem a espaços, com jogadas bem delineadas, de contra-ataque, como não vi no ano passado, com o Reys a demosntrar muita classe e argumentos, todos a segurarem e a trocar melhor a bola, o Carlos Martins com algum destaque, vi um Yebda a ocupar o campo todo com uma sagacidade e combatividade como não vi o Petit (no ano passado), um Ruben Amorim que se mostrou muito trabalhador, mas também vi o mesmo do ano passado: a dupla de centrais que não é a mesma dois jogos seguidos, e apesar de tudo não se pode apontar a eles a exclusiva responsabilidade, pois o Quim teve mal na fotografia do 2º golo (tem que ir a Fátima pedir protecção contra os ressaltos) e toda a equipa que, se calhar, tem que correr ainda um pouco mais e defender com mais sacrificio e primor…
E depois, parece que nem os comentadores mais elucidados e conhecedores dos esquemas tácticos sabem explicar a oscilação e a imprevisibialidade de um jogo de futebol… e, afinal, o que mais importa é marcar sempre mais um golo do que o adversário…
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