sábado, 21 de fevereiro de 2009

Um jogo que é preciso esquecer!


Sporting-3-Benfica-2

Jogo que faz palpitar corações, movimentar multidões, um turbilhão de emoções que se vão avolumando à medida que se aproxima a hora do embate, com reunião de amigos ou familiares, conversas divergentes ou desencontros de opinião, mas sempre um salutar convívio que nos faz estreitar amizades e relações.

Para nossa decepção toda a empolgação suscitada pela expectativa de alcançar um resultado positivo, depressa se foi esfumando com o desenrolar da partida. O Sporting começou logo com uma rotação superior, o Benfica nunca se conseguiu encontrar, explanar o seu jogo, não conseguimos controlar a impetuosidade adversária, soltar-nos, criar jogadas de perigo, construir uma jogada sequer...

Assim, muito naturalmente, sofremos o primeiro, balde de água fria. Mesmo que, com alguma sorte, tenhamos ripostado com a obtenção do empate, o que renovou a ilusão de algum equilibrio, antevendo-se alguma inversão no sentido e disposição do jogo, nunca uma crença fundada conseguiu contagiar a nossa convicção ou a inverter a percepitação dos acontecimentos.

Para acabar com essa mínima esperança, eis que na segunda parte começámos enconstados às cordas, levando, derrompante, um soco fatal, do qual nunca nos haveríamos de recompor. Antes pelo contrário, a terceira e definitiva queda no tapete sempre esteve mais iminente do que a recuperação e a entrada na discussão da contenda.

Perante tal desacerto, foi inevitável a estucada final; nem uma jogada, nem um rasgo individual, o Benfica praticamente não se viu, só mesmo na parte final, quando algum cansaço se apoderou dos carrascos, demonstrámos algum brio, desenvolvemos algumas jogadas, que levaram a bola até perto da baliza contrária, onde, numa dessas cruzadas, o Cardozo encontrou maneira de violar as redes, pondo a derrota com números menos escandalosos, disfarçando um paupérrimo desempenho.

Mérito completo para o oponente, jogo muito fraco para um Benfica, que há muito já nos tinha feito esquecer estas fracas exibições, esta insegurança tão grande, e afinal foi o mesmo onze que, há quinze dias, tão boa conta deu de si, quando jogou no Dragão.

Só no resta aceitar o purgatório, temos que nos vingar, por todas as razões, já com o Leixões, os jogadores tem que puxar pela dignidade e pelo brio que até aqui vinham a demonstrar, fazer as pazes com os adeptos e consigo mesmos, para que seja ainda possível repor a esperança, alimentar o sonho, curar a gangrena numa alma ferida, reencontrar alguma alegria de viver…

Para os críticos acérrimos, velhos do restelo, é a altura ideal para (re)entrarem em cena com as suas vozes sonoras e destrutivas, que sempre tiveram razão, que afinal não nos conseguimos impor, manter uma forte estrutura, uma dinâmica vencedora; mas também para esses, que gostam do Benfica à sua maneira, que lhes advém do mínguo amor recebido, do alcance que impõem às suas curtas ideias, ou para quem as derrotas são sempre o culminar das suas inauditas e tristes visões, de um descalabro inevitável, só mesmo os jogadores, todo o colectivo, poderão encontrar resposta, com a sua atitude e o seu propósito para encarar os próximos e decisivos confrontos.

Têm que saber enfrentar as tormentas, ultrapassar a dor, dar o peito ao manifesto, para recuperar algum alento, para manter acessa a chama que nos guia pela escuridão desta vida, com páginas escritas de glórias ou vãs conquistas, mas com uma alma imensa que precisa sempre de acreditar...

Para consolo deste desgosto, ao inicio da tarde, assisti ao jogo de Hoquei, onde o Benfica derrotou o H. Braga por um concludente 5-1; apesar da réplica bracarense, os miudos encarnados foram suficientes, com uma excelente exibição do Diogo Rafael, com um plantel muito jovem mas cheio de qualidade, para levar de vencida esta partida...
Mais um jogo das modalidades onde mantemos vivas as esperanças de poder vir a arrebatar alguns troféus, em que o Benfica tem vindo a manifestar alguma consistência e bons resultados; apesar de tudo se vir a decidir em jogos a eliminar, também aqui, assim tenhamos força, uma alma corajosa, a juntar há já inagualável supremacia na diversidade, podemos igualmente atingir consideráveis vitórias em torgulho e quantidade, que nos possam devolver a alegria e auto-estima!

Um comentário:

Dylan disse...

A questão é esta:

Como é possível o Benfica ter mudado de atitude em relação ao jogo do Porto comparativamente com o de Alvalade?
Que desilusão...