
Braga-1-Benfica-3
Fim de semana festivo na cidade do Cristo Rei, cinquentenário assinalado com a visita de Nossa Senhora de Fátima, uma multidão de fieis peregrinos que participou nas comemorações solenes com grande intensidade religiosa, devotos de Maria e do seu filho Cristo, que nos acolhe de braços abertos, no alto de Almada.
O tempo ameno, não convencia plenamente, os mais cepticos, a sair de casa, mas o sol a pique tentava piscar os olhos aos mais indecisos com um calor confortante e sedutor. Era assim que o Maio se apresentava na segunda metade, montando cenários sombrios para a penúltima jornada do campeonato, já sem a empolgação doutras decisivas jornadas, no entardecer de mais um ano sombrio, apenas à espera do fulgor do Verão para reacender a fugosidade do corpo, terapia para uma alma cansada, à espera de carregar baterias no tempo abençoado de férias.
Foi assim mesmo ao cair dos frageis raios solares que o Benfica desceu à pedreira de Braga com o lustro proporcionado pela claridade, para não deixar esmorecer o abalado orgulho e o entusiasmo dos resistentes adeptos. O anfiteatro natural registava uma boa assistência em tons de vermelho, a equipa do Benfica, todavia, apresentava um figurino diferente do habitual, com algumas inesperadas alterações...
Mas de repente, com o declinar da luz, começou a sobressair o amarelo dos holofotes e dos cartões do desenxabido árbitro. Qual arma de arremesso, qual desmacha-prazeres e arbítrio pessoal foi empurrando os jogadores para fora da liga, da festa do final, e até do próprio jogo. Apesar do pai peixe, é mais o estilo do famigerado Martins dos Santos, tem muita pose mas não apresenta grandes qualidades de nadador. Foi assim que o Katso foi obrigado a sair, o Yebda foi mais cedo para o balneário, o Mossoró foi afastado do jogo do Dragão e o Ruben do reencontro com o seu Belenenses na Luz, e até o Quique demasiado nervoso pela mascarada actuação não escapou ao recital.
O que vale é que os três golos de avanço, oferecidos mas briosamente alcançados, tal como a meia dúzia da Madeira (se estou bem lembrado), foram mais do que suficientes para qualquer imprevisto ou maquavélico plano sabotor. Mas chega de falar deste Senhor do apito e dos cartões, vamos mas é falar dos protagonistas, do futebol e desta segura exibição.
Se no amealhar é que está o ganho, o que é certo é que, noutras ocasiões, nem sempre o soubemos aproveitar, se foram uns golos muito madrugadores e facilitados, o que é certo é que já existiram outras jogadas similares onde não soubemos angariar tanto pecúlio, já houve jogos em que não soubemos estabilizar depois do inesperado avanço conseguido. Por todas as razões, mesmo que seja um jogo com poucas ambições, era o terceiro lugar que estava em jogo, a supremacia da qualidade táctica dos Técnicos, a desforra do jogo da Luz, depois de muitas vitórias e treinos na Play Satation, o jogo que poderia ditar a superioridade dos planteis e de uma das equipas, do Salvador, do Mesquita e do Jesus.
E afinal nem foi preciso jogar com os jogadores mais experientes, juventude que ainda foi mais notória com as contrariedades físicas e a entrada do Urreta, os reajustes na defesa. Afinal quem é que poderá dizer que não temos um plantel valioso, só porque vacilamos na UEFA e perdemos muitos pontos nos últimos jogos. Quem é que pode atirar a primeira pedra ao Quique, perante este quadro pintado de incertezas, boatos e desestabilização.
Perante tudo isto, não é razoável dar o benefício da dúvida a esta equipa técnica, dar mais tempo a este plantel, com mais três ou quatro jogadores conceituados, continuar a acreditar neste Projecto, encabeçado pelo Rui Costa?!
- Eu acho que sim, os futebolistas precisam mais do apoio e das vitórias do que dos apupos cheios de escárnio e de tensão. Também os adeptos, os que assitem aos jogos, tem que saber mudar a sua atitude, amadurecer, são eles a pedra basilar onde assenta o sucesso e a solidez do futuro. Não basta gritar eufórico na multidão com o golo obtido e logo de seguida assobiar com a finta mal conseguida, crucificar por causa de um passe errado… Também alguns de nós tinhamos que ser despedidos ou repensar a nossa actuação e temos quota parte de responsabilidades no descalabro anual…
Neste jogo, dizia eu, apesar das adaptações, da inexpriência e falta de entrosamento dos jogadores vimos uma melhor atitude geral, mais entrega e mais labor dentro do campo, aparte a sorte que soubemos aproveitar, fomos mais solidários e certeiros, soubemos sempre imprimir um dinâmica ofensiva, mesmo sem um elemento, um sexto do tempo, nunca afrouxamos em demasia, não foi notório o acostumado amedrontamento causado pela ansiedade.
Por isso é que eu digo que não interessa a táctica, o desenho esquemático, até os próprios jogadores não são primordiais se estão a jogar noutras posições, antes a estabilidade, correr sempre mais um pouco que o adversário, haver entrega ao jogo, serem empreendedores e destemidos, unidos por uma causa mesmo que às vezes resulte em ilusão…
Eu sempre defendi a entrada do Moreira, sempre o achei com um perfil físico mais adequado, mesmo já sem idade para promissor, ou que seja já uma possante certeza, acho que o futuro pode passar por ele, pela margem de evolução e qualidades já adquiridas. O quim é sempre bom estar por perto, até como rectaguarda e conselheiro.
Na defesa temos excelente matéria prima, um patrão que é preciso manter para ajudar a aprimurar os jovens talentos.
No meio do campo, temos excelentes praticantes, contando que o Aimar suba de rendimento, o Ruben, o Katso, o Martins e o Yebda dão garantias para o futuro, um pouco mais de acerto e de confiança, afinal apenas o grego é repetente. O Di Maria e o Urreta ao mesmo nível e com a mesma projecção, o argentino mais à frente que tem que ser mais defendido e aproveitado. A permanência do Reys é uma incerteza, mas a sua experiência é inquestionável, era preciso apostar noutro extremo de qualidade, o Balboa tem potencialidades mas é algo frágil mentalmente e precisa de entrar numa equipa já ganhadora.
Na frente o Cardozo vale sempre muitos golos, bastando que a bola chegue amiude à area, é preciso encontrar outro atacante com veia goleadora, mas veloz e imune às exigências do 3 anel.
Enfim, mais um ano que está a chegar ao fim, vamos todos aplaudir o Benfica no derradeiro jogo da época, encher o estádio de entusiasmo, despedirmo-nos da equipa com palmas e alento, acreditar que o futuro será mais conseguido e exuberante, mais sólido, cimentado no nosso apoio, assente na sua decidida confiança e ambição...
Fim de semana festivo na cidade do Cristo Rei, cinquentenário assinalado com a visita de Nossa Senhora de Fátima, uma multidão de fieis peregrinos que participou nas comemorações solenes com grande intensidade religiosa, devotos de Maria e do seu filho Cristo, que nos acolhe de braços abertos, no alto de Almada.
O tempo ameno, não convencia plenamente, os mais cepticos, a sair de casa, mas o sol a pique tentava piscar os olhos aos mais indecisos com um calor confortante e sedutor. Era assim que o Maio se apresentava na segunda metade, montando cenários sombrios para a penúltima jornada do campeonato, já sem a empolgação doutras decisivas jornadas, no entardecer de mais um ano sombrio, apenas à espera do fulgor do Verão para reacender a fugosidade do corpo, terapia para uma alma cansada, à espera de carregar baterias no tempo abençoado de férias.
Foi assim mesmo ao cair dos frageis raios solares que o Benfica desceu à pedreira de Braga com o lustro proporcionado pela claridade, para não deixar esmorecer o abalado orgulho e o entusiasmo dos resistentes adeptos. O anfiteatro natural registava uma boa assistência em tons de vermelho, a equipa do Benfica, todavia, apresentava um figurino diferente do habitual, com algumas inesperadas alterações...
Mas de repente, com o declinar da luz, começou a sobressair o amarelo dos holofotes e dos cartões do desenxabido árbitro. Qual arma de arremesso, qual desmacha-prazeres e arbítrio pessoal foi empurrando os jogadores para fora da liga, da festa do final, e até do próprio jogo. Apesar do pai peixe, é mais o estilo do famigerado Martins dos Santos, tem muita pose mas não apresenta grandes qualidades de nadador. Foi assim que o Katso foi obrigado a sair, o Yebda foi mais cedo para o balneário, o Mossoró foi afastado do jogo do Dragão e o Ruben do reencontro com o seu Belenenses na Luz, e até o Quique demasiado nervoso pela mascarada actuação não escapou ao recital.
O que vale é que os três golos de avanço, oferecidos mas briosamente alcançados, tal como a meia dúzia da Madeira (se estou bem lembrado), foram mais do que suficientes para qualquer imprevisto ou maquavélico plano sabotor. Mas chega de falar deste Senhor do apito e dos cartões, vamos mas é falar dos protagonistas, do futebol e desta segura exibição.
Se no amealhar é que está o ganho, o que é certo é que, noutras ocasiões, nem sempre o soubemos aproveitar, se foram uns golos muito madrugadores e facilitados, o que é certo é que já existiram outras jogadas similares onde não soubemos angariar tanto pecúlio, já houve jogos em que não soubemos estabilizar depois do inesperado avanço conseguido. Por todas as razões, mesmo que seja um jogo com poucas ambições, era o terceiro lugar que estava em jogo, a supremacia da qualidade táctica dos Técnicos, a desforra do jogo da Luz, depois de muitas vitórias e treinos na Play Satation, o jogo que poderia ditar a superioridade dos planteis e de uma das equipas, do Salvador, do Mesquita e do Jesus.
E afinal nem foi preciso jogar com os jogadores mais experientes, juventude que ainda foi mais notória com as contrariedades físicas e a entrada do Urreta, os reajustes na defesa. Afinal quem é que poderá dizer que não temos um plantel valioso, só porque vacilamos na UEFA e perdemos muitos pontos nos últimos jogos. Quem é que pode atirar a primeira pedra ao Quique, perante este quadro pintado de incertezas, boatos e desestabilização.
Perante tudo isto, não é razoável dar o benefício da dúvida a esta equipa técnica, dar mais tempo a este plantel, com mais três ou quatro jogadores conceituados, continuar a acreditar neste Projecto, encabeçado pelo Rui Costa?!
- Eu acho que sim, os futebolistas precisam mais do apoio e das vitórias do que dos apupos cheios de escárnio e de tensão. Também os adeptos, os que assitem aos jogos, tem que saber mudar a sua atitude, amadurecer, são eles a pedra basilar onde assenta o sucesso e a solidez do futuro. Não basta gritar eufórico na multidão com o golo obtido e logo de seguida assobiar com a finta mal conseguida, crucificar por causa de um passe errado… Também alguns de nós tinhamos que ser despedidos ou repensar a nossa actuação e temos quota parte de responsabilidades no descalabro anual…
Neste jogo, dizia eu, apesar das adaptações, da inexpriência e falta de entrosamento dos jogadores vimos uma melhor atitude geral, mais entrega e mais labor dentro do campo, aparte a sorte que soubemos aproveitar, fomos mais solidários e certeiros, soubemos sempre imprimir um dinâmica ofensiva, mesmo sem um elemento, um sexto do tempo, nunca afrouxamos em demasia, não foi notório o acostumado amedrontamento causado pela ansiedade.
Por isso é que eu digo que não interessa a táctica, o desenho esquemático, até os próprios jogadores não são primordiais se estão a jogar noutras posições, antes a estabilidade, correr sempre mais um pouco que o adversário, haver entrega ao jogo, serem empreendedores e destemidos, unidos por uma causa mesmo que às vezes resulte em ilusão…
Eu sempre defendi a entrada do Moreira, sempre o achei com um perfil físico mais adequado, mesmo já sem idade para promissor, ou que seja já uma possante certeza, acho que o futuro pode passar por ele, pela margem de evolução e qualidades já adquiridas. O quim é sempre bom estar por perto, até como rectaguarda e conselheiro.
Na defesa temos excelente matéria prima, um patrão que é preciso manter para ajudar a aprimurar os jovens talentos.
No meio do campo, temos excelentes praticantes, contando que o Aimar suba de rendimento, o Ruben, o Katso, o Martins e o Yebda dão garantias para o futuro, um pouco mais de acerto e de confiança, afinal apenas o grego é repetente. O Di Maria e o Urreta ao mesmo nível e com a mesma projecção, o argentino mais à frente que tem que ser mais defendido e aproveitado. A permanência do Reys é uma incerteza, mas a sua experiência é inquestionável, era preciso apostar noutro extremo de qualidade, o Balboa tem potencialidades mas é algo frágil mentalmente e precisa de entrar numa equipa já ganhadora.
Na frente o Cardozo vale sempre muitos golos, bastando que a bola chegue amiude à area, é preciso encontrar outro atacante com veia goleadora, mas veloz e imune às exigências do 3 anel.
Enfim, mais um ano que está a chegar ao fim, vamos todos aplaudir o Benfica no derradeiro jogo da época, encher o estádio de entusiasmo, despedirmo-nos da equipa com palmas e alento, acreditar que o futuro será mais conseguido e exuberante, mais sólido, cimentado no nosso apoio, assente na sua decidida confiança e ambição...
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