
Benfica 5:0 Everton
Depois de alguma instabilidade climatérica no começo da semana, com a descida abrupta da temperatura e das gotas que se precepitaram em catadupa do cinzento céu, eis que o dia amanheceu com uma nova face em tons de azul, um tímido mas encorajador sorriso doirado inundava de novo a cidade, pincelando de esperança e ânimo mais um atribulado dia, cada vez mais carregado de Outono, a mesma costumada rotina e ilusão...
Claro que no horizonte, tonificados por esse aspecto rejuvenescido, vislumbrávamos já um entardecer com tonalidades de vermelho berrante, uma brisa balsâmica espalhada pelo vento, terminando tudo em apoteose num cenário deslumbrante, espectáculo com muita luz, golos e alegria!
Com peito robusto e serena(mente), enfrentamos a vida de frente, antes que ele nos pegue à traição numa certa curva do destino, tentamos lidar com mais simpatia, criar pontes que nos liguem às pessoas e ao mundo, antes que fiquemos perdidos numa ilha, confiamos em Deus que nos guarde e no Benfica que nos traga muita mais energia…
Jesus, este ano, não nos tem defraudado as expectativas, nem fustigado em demasia com reiteradas desilusões, mas a via sacra ainda vai nas primeiras estações, é preciso continuar com devoção e teimosia, com preserverança e muita fé, não descurando o trabalho de campo, para alcançar o título ou a terra prometida…
Com um horário de trabalho tardio, e recurso à gravação tecnológica programada, ainda pensei enganar o tempo, contornar a realidade, tal como nos PC, que se pode voltar atrás, ou na Zon que se pode fazer uma pausa ou recuar na emissão, mas o rádio e o ambiente em redor não permitiram esse refúgio, e foi com alguma indecisão que, ao mesmo tempo que queria abstrair-me do que me rodeava, o som de um festejo a golo permaturo, me fez aterrar de novo no chão…
Sem retorno, só me restava usar de todas as teconologias para me acalmar, amiúdes espreitadelas pela pequena janela do computador, no intervalo do trabalho que preenhia as janelas maiores do esticado écran, fizeram que o meio da partida chegasse demorado em ansiedade, mas repentino para sair a correr em direcção do televisor.
Mas não sem antes, num curto espaço de tempo, ouvir mais três gritos entusiastas e contagiantes de golo, o que me fez, depois de visionar na tv a repetição do 4 golo, seguir mais descansado a caminho de casa. Pela rua, em passo apressado, tentando evitar que a noite me escurecesse o caminho, vi a lua esguia, que crescia de mansinho na penumbra da abóboda, com um inclinado e rasgado sorriso a acompanhar-me até à chegada ao porto de abrigo.
Antes de entrar no balão de oxigénio, ter a família por perto, ainda passei pelo café, para dar aso à satisfação e partilhar com os amigos a euforia, confirmar se o resultado já tinha sofrido alteração, e num ápice, dei por mim, já no meio do paraíso, perto das pessoas que amo, a assistir à parte final do jogo, com um tremendo brilho nos olhos, e uma incomensuravel sensação de felicidade!
Claro que, a todos os níveis, esta exibição, e principalmente a expressiva goleada, vem dar um destaque maior nos media, galvaniza e projecta o nome do Benfica para patamares mais altos, claro é apenas um jogo com uma equipa da metade de cima da tabela de inglaterra, na Liga Europa, e tudo tem a sua devida proporção, mas claro que nem a isto estávamos habituados em épocas recentes, e os contundentes e continuados resultados desta temporada tem tornado possível, mesmo que ainda na aurora, o acreditar que o sonho, meio adormecido, está lentamente a despertar…
Já com a noite adiantada na hora e no sossego, claro que fui ver a gravação do jogo memorável, o qual eu quis ter escondido do mundo lá fora; estatelado no sofá, protegido do frio, deliciando aquele doce momento, longe do tempo, conciliando de novo a magia com a realidade…
O Nacional é o clube que se segue, também da Liga Europa, no começo da próxima semana, depois de um fim de semana com uma hora extra, vai ser mais um jogo electrizante em palco luzidio e vibrante mas, independentemente do que possa acontecer aos adversários, o que importa é somente ganhar, mesmo por meio golo, já que no ano passado um golo não valeu; Deus queira que mantenhamos a consistência, a regularidade e a ambição patenteadas até aqui… mas, vamos só jogar, para ganhar, um jogo de cada vez…!
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