domingo, 6 de dezembro de 2009

Tudo isto é alegria, tudo isto é fado!


Benfica 4:0 Académica

Mais um fim de semana envolto de cinzento e chuva, invernosos e incómodos momentos que nos empurram para as cómodas trincheiras entre 4 paredes, mas as múltiplas actividades no exterior não haveriam de sofrer qualquer alteração… Há que dar uso aos impermiáveis e aos respectivos chapéus, há que viver sem receios as intempéries, dar o corpo ao manifesto…

No Sábado, depois de cumprir as actividades físicas dos gaiatos, dentro da água das piscinas, acomodámo-nos nas poltronas da viatura e fizémos um desvio pelas ruas iluminadas e congestionadas da baixa pombalina, descendo do alto do Parque, donde se avista a gigante Árvore de Natal e o conceituado Marquês, apreciando os enfeites coloridos e as cintilantes decorações até à beira do rio...

Gostei de ver o ambiente e o movimento de pessoas que circulavam na zona do Rossio, percorrendo a Rua do Ouro, junto ao Chiado, ou na Rua Augusta, que estava repleta de gente, em passagem ou ocupando as esplanadas… Num tempo, em que se vêm cada vez mais os passeios desertificados e o tempo é consumido pela panfernália de multimédia ou nas insistentes incursões pelos centros comerciais…

E foi assim, com a febre do consumismo afrontada, de forma inesperada, pela azáfama, aventura e lazer das noites de lisboa, que abandonámos as artérias da capital, desembocando no recreio e na partilha de emoções dentro de casa…

O Domingo, dava início à 2ª semana de preparação para o Natal. Depois de passarmos pelo Templo, para comunitária e devota Oração, abençoados por tão íntimos e profundos momentos de espiritualidade, sempre fugindo aos chuviscos, fomos viver outros momentos festivos, comemorar com toda a exuberância, uma festa de aniversário. Foi já com o retorno da escuridão, o sol sem dar notícias, o convívio fraterno prolongado até à exaustão e outros afazeres por cumprir, que havíamos de atravessar mais uma vez, a útil e famosa ponte que nos liga à outra margem…

Finalmente aproximava-se a hora do jogo tão esperado, do assalto ao primeiro lugar da classificação. Depois da reaparição do Dragão na cidade berço e do empate no pantanal de matosinhos, não nos restava outra alternativa senão descolarmos do baforejo do feio animal e colarmo-nos de novo aos bravos e colegiais arsenalistas (tudo bons rapazes, quem nem se quer dizem um palavrão!)…

A Académica quis contribuir na realização do presságio, e foi com muita coragem que se apresentaram na luz, talvez imbuidos pela acção festiva e solidária inicial, para jogarem uma aberta e aplicada partida de futebol. Como não quisream jogar encolhidos lá atrás, enervando os de casa, apostaram antes no confronto directo, tentando a sorte, até quem sabe marcar. Mas quem tem Saviola, Cardozo, Aimar, Ramires, Ruben Amorim… tem tudo, e foi num lance de génio, um passe tirado da cartola, que o goleador mor haveria de abrir o marcador… Depois, perante o incoformismo dos Estudantes, foi mais fácil esplanar o futebol dos Professores, e a jogada do 2º golo, foi mais um hino ao futebol, digna de qualquer manual da modalidade...

Com a réplica da Académica sempre constante, mudou aos 2, mas com a obtenção do 3 golo, logo no reatamento, a moral teve um grande revés, e deixou de ser tão briosa, ao contrário, os encarnados elevaram a bitola..., mas à medida que o relvado ia ficando empapado no centro, e os jogadores quase a pingar, não houve muito mais a fazer, se não chutar a bola para a frente, ou na melhor das opções para o lado. Nesta fase, à medida que o minuto 90 se aproximava, a Académica voltou a equilibrar a estatística de ataques mas foi sempre do Benfica a supremecia e o controlo das operações...

O David Luiz mesmo com a molha não esfriou o suficiente para evitar o amarelo, o Ruben não resistiu à quebra muscular, depois do seu excelente desempenho, o Ramires franzino mostrou que também é todo o terreno, o Saviola e o Aimar são uma dupla maravilha e o Cardoso (para quê pedir a lua quando se tem o céu) se jogasse com os dois pés. O Di Maria está numa fase lunar, mas todos esperamos a qualquer momento a sua reaparição. Uma palavra de apreço pelo regresso sereno do Luisão, pela habitual entrega do Maxi e descomplicada exibição do César Peixoto.

Na próxima jornada, rumamos a sul, a 13º batalha da nossa aventura lusíada, onde tentaremos levar de vencida a compacta turma do Olhanense, no seu reduto, para uma maior e mais ampla conquista do título mais nobre de Portugal, o restabelecimento da nossa primazia no futebol nacional...

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