
Borisov 1:2 Benfica
Eis-nos chegados ao mês de Dezembro, depois da hibernação no conforto abrigado do lar, ouvindo o latejar continuado da chuva, num ritmo pautado e ininterrupto que ecoava do regadio exterior, talvez por isso tenham sido tímidas as manifestações que assinalavam o feriado, passados 369 anos, comemorativo da reconquista definitiva da nossa independência territorial e política perante os insolentes castelhanos.
Ao dia dois, a torrente de água havia de continuar precipitada, desta feita, com a obrigatoriedade de cumprir horários, não restava outra alternativa se não enfrentar a incómoda gotejaria, as estradas molhadas cheias de filas, o lento desembacear do vidro e da inércia mal acostumada...
Claro que no dia em que joga o Benfica tudo pára, tudo se releva, tudo se transforma, nem mesmo o maior dos dilúvios é suficiente para nos inundar, afinal é apenas o Inverno a querer chegar com todo o seu esplendor… e que lindo sorriso solar nos veio surpreender e consolar pelo final da manhã, para acabar de esbater o mais tristonho e cinzento dos semblantes…
A tarde estava por minha conta, até à hora do jogo, haveria tempo para lidar com preceito de todas as tarefas, fazer em antecipação e de forma dissimulada, as últimas compras de Natal, e reunir de novo as tropas no quartel general, com expresso anúncio, de forma calma e persuasiva, do meu recolher obrigatório até por volta das 20h e da completa manipulação do maior écran de televisão.
A três quartos do dia, lá estava eu, de olhos vidrados, numa paz que só visto, refestelado na poltrona, a olhar o perfilar das tropas encarnadas, com direito ao grafismo habitual da sua titular constituição. Claro que jogavam os melhores, que era jogo para ganhar, para incutir mais confiança e marcar alguns golos. O Guarda redes era o habitual, o Aimar a arma secreta, o Di Maria não lhe faria mal descansar, e que vingasse a aposta do Filipe Meneses...
Naquela longínqua noite asiática e fria, no estádio mítico de Minsk, palco com uma assistência e um relvado satisfatórios, o jogo teve início com o controlo encarnado, a espaços interrompido pelo enérgico entusiasmo da equipa da casa e dos seus apoiantes...
Ao dia dois, a torrente de água havia de continuar precipitada, desta feita, com a obrigatoriedade de cumprir horários, não restava outra alternativa se não enfrentar a incómoda gotejaria, as estradas molhadas cheias de filas, o lento desembacear do vidro e da inércia mal acostumada...
Claro que no dia em que joga o Benfica tudo pára, tudo se releva, tudo se transforma, nem mesmo o maior dos dilúvios é suficiente para nos inundar, afinal é apenas o Inverno a querer chegar com todo o seu esplendor… e que lindo sorriso solar nos veio surpreender e consolar pelo final da manhã, para acabar de esbater o mais tristonho e cinzento dos semblantes…
A tarde estava por minha conta, até à hora do jogo, haveria tempo para lidar com preceito de todas as tarefas, fazer em antecipação e de forma dissimulada, as últimas compras de Natal, e reunir de novo as tropas no quartel general, com expresso anúncio, de forma calma e persuasiva, do meu recolher obrigatório até por volta das 20h e da completa manipulação do maior écran de televisão.
A três quartos do dia, lá estava eu, de olhos vidrados, numa paz que só visto, refestelado na poltrona, a olhar o perfilar das tropas encarnadas, com direito ao grafismo habitual da sua titular constituição. Claro que jogavam os melhores, que era jogo para ganhar, para incutir mais confiança e marcar alguns golos. O Guarda redes era o habitual, o Aimar a arma secreta, o Di Maria não lhe faria mal descansar, e que vingasse a aposta do Filipe Meneses...
Naquela longínqua noite asiática e fria, no estádio mítico de Minsk, palco com uma assistência e um relvado satisfatórios, o jogo teve início com o controlo encarnado, a espaços interrompido pelo enérgico entusiasmo da equipa da casa e dos seus apoiantes...
Do lado direito tivémos os incansáveis combatentes sul americanos a fazerem uma excelente prestação, do outro lado os mais frageis mas qualificados portugas que foram lutando, até que o Fábio alcançou o tão procurado e merecido prémio com a obtenção de um golo genial...
No meio, o Javi, possante e matreiro, saindo quase sempre a jogar, ou distribuido a bola com classe e segurança é um dos elementos proponderantes na manobra da equipa, o Saviola não teve a sua alma gémea ou a equipa mais junta para conseguir driblar como sabe, mas com muito esforço alcançou o premiado golo, que nos haveria de elevar os níveis de confiança para a prática de melhor futebol...
O ponto auge dessa supremacia haveria de ser a jogada do 2º golo, uma obra prima, mais tarde já com o Aimar, o laboratório da Luz haveria de produzir outra maravilhosa jogada, mas o Pablo escorregou no momento de desferir o golpe fatal. Ainda houve uma fase de maior entrega e inconformismo da parte do Borisov, mas apenas pelo ar, e com a ajuda do Miguel, às três tabelas, é que a bola haveria de parar no fundo das redes do Júlio César, da outra vez, para além do fora de jogo, ainda cicatrizaram com os pitons o nosso guarda redes.
Depois foi só aguentar os ímpetos derradeiros do Borisov, porque o Benfica também estava mais afoito e mais concentrado na frente, na procura de mais golos, o que bem pderia ter acontecido, por exemplo, naquela jogada de contra-ataque perdida pelo passe transviado do Aimar. O final da partida chegou sem nenhum sobressalto de maior, mesmo que precavidos pelas inesperadas imprevisibilidades do futebol.
O David Luiz é impetuoso, esgota-se em afinco e entrega em todos os lances, talvez de forma, por vezes, algo exagerada, mas é o seu feitio, não têm qualquer maldade, tem que apenas se aprimurar mais, tornar-se mais calculista, mas com a mesma irreverência e rentabilidade; mas o cartão amarelo também foi mais um impeto do árbitro, que não manteve um critério muito homogéneo, talvez que se tivesse deixado levar pela exuberância, pois que alguns dos jogadores mais discretos da casa, também foram reincidentes.
Uma palavra de enaltecimento, como não poderia deixar de ser, para o incansável Ramires, é um dos meus craques, candidato à bola de ouro, rouba bolas, corre com elas e sem elas, defende e ataca, é um furor. O seu compatriota, Felipe Menezes, apesar das inegáveis qualidades técnicas ainda lhe faltam mais alguns jogos para ganhar uma maior rotação e sincronismo com o futebol europeu, então aí, teremos em presença de um valioso jogador.
O Cardoso andou perdido no meio dos calmeirões defesas adversários, mas também trabalhou para a equipa e foi uma presença incómoda na frente, mas se calhar poderia ter-se apostado no Weldon para tentar entrar com maior rapidez e expontaniedade…
Enfim, foi um bom jogo, ficámos definitivamente no cimo da classificação do Grupo, com um jogo por disputar, com a certeza de seguirmos em frente, com o ânimo redobrado para as duras batalhas que se adivinham no interno e competitivo campeonato.
Não adianta estarmos aqui a discutir as posturas dos treinadores, a maneira como se compõem as frases nas conferências de imprensa ou nos discursos improvisados do final, o futebol é para ser jogado, a perfeição advém do treino e da repetição, da união e cumplicidade que se estabelece no colectivo, na crença e preserverança que se consegue congregar e transportar para o recinto de jogo.
Os debates televisivos sobre futebol, dedicados à análise das jornadas, são uma autêntica farsa e um atestado de minoridade ao bom senso e intelegência dos telespectadores; eruditos imenências, passam horas a discutir se é pénalti, que cor merece aquela falta, se chegou a tocar e com que intensidade, às vezes até chegam a por em dúvida se o contacto é permitido no futebol… repetem 10 vezes o mesmo lance: É, não é? Eu acho que não?! Talvez, visto doutro ângulo!
Por favor, elevem o nível destes discursos, o cancro da clubite e a fobia da vitória já não devem merecer este consumismo e atenção. Ponham olhos nos ilustres Benfiquistas como o Toni, o Pedro Ribeiro, o Pedro Vasconcelos, pragmáticos e esclarecidos, descontraídos e divertidos mesmo que o Benfica seja a sua paixão…
A Académica, no começo da semana dois do Advento, à noite, vem à Luz, na expectativa de conseguir os resultados passados, com Treinador ambicioso, mas também esse será um pretexto suplementar para nos motivarmos ainda mais, juntarmos esforços para quebrar essa prosápia com uma douta partida e retumbante vitória. Temos que jogar com intelegência, saber esperar, tornear as dificuldades, jogar aguerrido e confiante para arrebatar os três pontos…
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