
Em dia de Assunção de Nossa Senhora aos céus, o Benfica prosseguia a sua missão em terra, manter a fé inaudita e a chama fervorosa de uma crente multidão, iniciava mais uma Liga, as expectativas também elas excelsas, depois do êxtase da última temporada... mas Deus quis, neste dia, que chamou a Si, sua mãe, fosse uma noite de melancolia, a Luz não foi suficientemente resplandecente e abateu-se sobre todos os fervorosos adeptos ou mais impávidos simpatizantes um grande esmorecimento e desilusão…
Depois da prévia e ritmada preparação, com bons indicadores, no tocante a golos marcados (os sofridos foram causando algum desconforto, mas não evitavam as vitórias), fomos, num ápice, perdendo algum fulgor e identidade, com o último jogo perdido em casa (mesmo que não fosse das piores exibições), e depois, já a sério, na Taça que consagrava os vencedores da última Época, a qual nos caberia a nós por mérito próprio, mas que não fomos capazes de conquistar…
Neste particular, enalteça-se a táctica já reiterada dos eternos rivais: auto-alimentam-se de polémicas, cada jogador ou técnico que chega surge logo com um discurso inflamado ou de auto-vitimização, galvanizam-se do mal dizer, e como se já não bastasse o especial afinco que têm para nos ganhar, foram logo dizendo que a impressa os estava a depreciar a favor de um Benfica favorito…
Mesmo que o Porto tenha acabado por merecer ganhar, começou com um golpe de sorte, logo nos minutos iniciais, o Benfica demonstrou algumas insuficiências, talvez menos motivação ou reacção, velocidade ou articulação, para reverter o jogo a seu favor…
Mas, nesta altura, o que mais interessa, não é por a foice em seara alheia, é olhar para dentro da nossa casa, pôr novamente a equipa concentrada, empenhada, motivada e solidária para podermos embalar, como todos ambicionamos, para mais uma grande temporada…
A esperança e a exigência são enormes, mas temos que começar novamente do zero, criar condições para manter ardente o desejo de arrebatar vitórias, sem que a obrigação nos sufoque, que a pressão seja superior a cada jogada, a cada golo, a cada partida, façamos desse empolamento uma causa quase sobrenatural…
A saida do Di Maria e do Ramires não podem desquilibrar assim tanto uma equipa tão rotinada a ganhar, talvez não tenhamos sabido encontrar um desiquilibrador como o primeiro e um recuperador como o segundo, mesmo assim, pelo que já foi dado a ver, o Jara não é de fibra ou qualidade inferior, o Gaitan, já se mostrou, mesmo que demora em entrar na equipa e no ritmo do jogo, mas tem que a equipa trabalhar mais arduamente, no seu colectivo, para qualquer um render, quem entre se possa afirmar.
No ano passado, com a entrada do Saviola, do Javi, um surpreendente na frente, o outro inabalável cá atrás, o Aimar fez mais furor, e com os olhos postos nestes nomes mais sonantes, a somar ao Ramires, que tinham vindo reforçar a equipa, todos os outros, estou a lembrar-me do Coentrão, que nem sempre jogava de início, teve tempo e espaço para mostrar todas as suas potencialidades, até numa posição que nem era a sua, quando este ano, o que vemos é o Fábio a ser o mais vistoso e um dos mais valiosos da equipa…
Neste jogo contra a Académica, mesmo com a ausência do Luisão (o Roberto está a tornar-se um mito, fruto da exposição mediática ou jornalística, pois nenhuma equipa ganha ou perde só por causa de um elemento), o que assistimos, mesmo com a visão menos nítida dum écran de PC (a crise e o tempo de férias ainda não permitem grandes veleidades), é que a equipa parece não estar tão coesa, terá sofrido algum abalo com o resultado menos positivo dos dois últimos jogos, talvez sintam alguma desconfiança...
Mesmo que no derradeiro terço do jogo, mais do que suficiente, o público se tivesse manifestado com entusiasmo, mesmo que no único remate perigoso, nesta parte final, nos tivesse feito resvalar para o abismo, mesmo que o guardião contrário se tivesse mudado da Naval, é certo que não vimos um jogo tão clarividente, um entendimento tão forte, entre jogadores que já se conhecem, jogadas tão espectaculares, tirando algum saudosismo das incursões do Coentrão, ou da abengação do David… Mesmo que a posse de bola fosse categórica, quase igual aos minutos dos golos, capicua, aos 26 e 62, mesmo que nem todas as equipa se venham bater com tanta garra defensiva, incentivados por um timoneiro, de riso sínico, também ele com o espírito turvado pelo Benfica, mesmo que se encontrem mil e um atenuantes ou contradições é altura de reunir de novo os jogadores no balneário (parada), que o Jesus e todos os responsaveis moralizem as tropas (jogadores), para as duras batalhas que se avizinham, se querem ter o povo a aclamar do seu lado…
Já com uma semana de férias, passado o começo atribulado, no findar de Julho, cheio de alegria pela vitalidade crescente dos filhos, misturado pela amargura que adveio pela repentina enfermidade do Pai, eis que os dias vão paulatinamente regressando à possível normalidade, mesmo que a velhice e debilidade nos faça resfriar a impetuosidade que assentamos sempre na vitalidade dos progenitores (a nossa própria longevidade vai dando sinais de fraqueza e alguma saturação), vamos tentando, a partir da segunda semana, usufruir das alegrias de cada jornada, pois também já nos chega cada mal ao seu dia…
Força Benfica, para reactivar a chama da nossa crença, é preciso demonstrar brio e pujança, é preciso lutar e correr mais em cada jogo, superar as dificuldades, para alcançar a estima e o aplauso exterior que ajuda a atenuar o cansaço, alcançar de novo a glória… todos por um!
2 comentários:
Benfica Tv 24h00 por dia em slblg.blogspot.com
Saudaçoes Benfiquistas !
n mereciamos este resultado jogamos muito bem especialmente nos ultimos 15 minutos de jogo onde o benfica massacrou os gajos, mas eles apanharam-nos de surpresa em contra-ataque.
nao quero tirar pessoas deste blog mas gostava que viessem ver este blog:
http://santos-sempre-benfica.blogspot.com/
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