domingo, 17 de abril de 2011
Esta nau já navegou até à beira-mar...
Benfica 2:1 Beira-Mar
O fim de semana chegou lesto no descanso transparente do tempo… o Abril vai planando livre no horizonte, acentuando as cores da natureza, apurando o encantamento…
Sábado acolheu o convívio familiar, em prazerosos encontros de lazer e alegria, algures na quietude do campo, o entardecer foi misturando conversas e brincadeiras com os ares da serra, num aconchego inebriante…
Depois de algumas pedaladas pelo quarteirão, no pelotão de bicicletas com diferentes tamanhos e andamento, eis-nos de volta ao enlevo do acampamento, incendiando o sentimento com o churrasco e alguns tragos de cerveja…
A noite estendeu o luar para nos trazer de volta aos aposentos, mas ainda negociei com o sono alguns instantes, para ver a gravação do empate técnico do Real com o Barcelona: a vantagem na posse de bola e numérica, teve na alma e pulmão do Pepe, a força da igualdade… e o Benfica, na sua brilhante conquista da Taça de Portugal de Voleibol, sobre a equipa de Espinho…
O Domingo fez alguma resistência ao deslumbramento do sol e à presença na Eucaristia dos Ramos, e foi a celebração, realizada em Reguengos, que nos inspirou ao culto religioso, transmitido pelas imagens televisivas…
Depois do almoço, com a matriarca, já com o sentido na Procissão de Ramos que iria decorrer ao final da tarde, um pouco antes da hora do jogo do Benfica, ainda o quente deambulava pela atmosfera. Talvez por isso, muitos adeptos compareceram na Luz (25000), para verem a equipa do Benfica, em versão secundária…
O onze sofria duas alterações em relação à ultima partida do campeonato, saidas do César e Menezes, para darem lugar ao Fernandez e Aimar. A defesa crua e mole era a mesma, mas o meio campo era de luxo e a frente já tinha uma boa folha de serviço… Contudo, naquela moldura cintilante, com o vermelho berrante a ecoar, o apoio foi importante para galvanizar os jogadores, afinal já era maior o entrosamento e o afinco também não faltou para incentivar…
Com outra atitude e postura dentro do campo, mesmo que a técnica e o entendimento do Aimar com o Martins fosse um factor importante, o que é certo é que se notou com o decorrer do jogo, com o acréscimo de confiança, não só as caímbras, mas também a qualidade dos jogadores e o seu maior rendimento…
Mesmo assim, o Beira Mar deu uma excelente réplica, sempre com um futebol solto e corrido, afinal jogavam descontraidos e com o melhor plantel, ainda puseram à prova os reflexos do Julio Cesar, perante o amolecimento do Sidnei, que parece ter ficado esmorecido com a despromoção, mas os jogadores encarnados também corriam e tentavam chegar à baliza, contrariar as adversidades e merecer um novo destaque…
Com o final da primeira parte, ainda em branco, foi crescendo a motivação, mas, no curto espaço de ausência, enquanto fui à rua resgatar os entes queridos, nada aconteceu… no começo do segundo tempo, a postura manteve-se, e num lance iniciado na defesa, o Sidnei recuperou a bola, e foi à boca da baliza, depois duma estirada do Kardec, pelo lado direito, com venia do Aimar, encostar a bola para o fundo das redes…
A confiança foi contagiando a rapaziada, as jogadas foram surgindo nas imediações da área, e num lance muito vistoso do Jara, esgueirou-se pelo meio da defesa, rompeu pela área e fuzilou o guardião com um grande remate cruzado, ampliando o marcador…
Entretanto o Luis Filipe também teve que sair, lesionado, entrando o Maxi, para jogar mais de 20 minutos e o Cardoso também entrou para fazer descansar o Aimar. O Cesar rendeu o Fernandez e a equipa, manteve os créditos em alta, pondo a render toda a força e criatividade, com o Carole a fazer todo o corredor, apoiado pelo Cesar, com o Jara, excelente pelo lado direito (quem sabe não possa ser um bom substituto do Salvio), o Kardec a esforçar-se bastante mais na rectaguarda, a defesa é que, mesmo sob o escudo do imperador, e uma melhor prestação, não conseguiu evitar um golaço, já na parte final do encontro, que culminou dum lance rápido do Beira Mar.
No computo geral foi uma boa exibição, tendo em conta os condicionalismos… a nau com os navegadores menos convictos, já soube navegar ilesa até ao areal... e à hora que escrevo estas linhas, o Porto já soma mais uma vitória, com todos os seus elementos fulcrais, resistentes, a vergarem o Sporting, apesar do começo menos empolgante….
O jogo que se segue, na 4ª-feira, é o jogo do ano, com uma vantagem de dois golos, temos que entrar em campo como se de uma final se tratasse, a lutar pela vitória, claro que a experiência dos jogadores poderá levar à gestão do resultado, mas sempre com muita concentração, segurança e galhardia...
Não nos devemos entusiasmar demasiado, pois é o rival que tem que ir atrás do resultado, mas não lhes podemos dar ânimo ou bola, antes apresentar muito vigor e fibra, demonstrar todo o querer, para atingir a final, para alegria da humildade em oposição à ironia…
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