sábado, 23 de abril de 2011
Pascoa para uma alma renovada!
Benfica 2:1 Paços Ferreira (Final Taça Liga)
Depois da agonia na Luz, na noite de 4ª-feira, com a chuva a precipitar o pesadelo do serão, nada melhor que a promessa dum novo amanhecer para cobrir de Páscoa o nosso semblante, para cumprir o nosso destino…
5ª-feira, passou de mansinho, o ditame concedeu a tolerância acostumada, enquanto eu regressava tarde, pelo meio do abandono, à casa dos encantos…
Um dia depois, consumava-se na fraqueza humana, o episódio da traição, depois da última lição divina à mesa da confraternização… tal como a amarga derrota e debilidades sentidas na noite passada…
Possuídos pelo pecado e insuficiência vamos suportando a humilde caminhada, mesmo negando a nossa condição de sócio ou adepto, nunca extinguindo a paixão e o orgulho pelo Benfica, antes sofrendo e ansiando pelo seu ressurgimento…
6-feira, era o dia da dor e paixão do Senhor, mas os filhos, levados pela mão às Igrejas, são os mesmos que hoje afastam os filhos da melancolia do altar… mea culpa que ajudei a apinhar a sala de cinema, amontoada de crianças que levam os pais para a futilidade, prisioneiros do consumismo…
Depois do blue sobrevoar o Rio (até no cinema não me livrei da cor carrasca), chegava a noite, e o primeiro convívio familiar, enquanto se assinalavra a via flagelada do Senhor. O sábado acentuou o silêncio na chuva da manhã, refreando os planos de passeio, favorecendo o refúgio caseiro e o convívio familiar..., até que enfrentámos a Seia da aleluia em ambiente de alegria à frente do televisor…
A cidade de Coimbra engalanava-se para receber a festa da Taça da Liga, troféu dos pobres e do nosso contentamento, de tantos adeptos presentes, em estado de comiseração, à espera do epílogo mais desejado…
A refeição foi aguçando a conversa, as imagens foram concebendo o cenário, as notícias foram antevendo o jogo, dando a conhecer a tragédia das estradas, a miséria do país, até que a emissão passou em definitivo para a cidade do Mondego…
A equipa que entrava em campo era a mesma de 4ª-feira, com a troca do César pelo Aimar, ou seja o Jara vinha para a esquerda e o Martins para a direita, ficando o centro entregue ao estratega do Aimar… o Jesus cedia à vontade popular, mas a verdade é que o Martins não se enquadrava muito nas extremidades, o Jara dava um pouco mais nas vistas, só que o oponente não era agressivo e estava à espera do que o jogo oferecia… e o Benfica, hesitante, também não tinha muito para dar, a vontade até superava, em certos momentos, a exactidão e o acerto, a confiança tardava em chegar…
Mas como o Paços também demorava a entrar no jogo, nós fomos levando a água ao moinho, com o Coentrão a tentar recuperar o foguete, o Maxi mais acutilante, o Jara a aparecer por todo o terreno, o Aimar a tentar sustentar o ataque, todos a esforçarem-se por merecer de novo o aplauso dos adeptos…
E foi assim que o Jara cabeceou para o golo, depois duma jogada do Coentrão, mostrando ao Cardozo como é que se faz, mas numa jogada fortuita, eis que o Paços, pela meia hora, poderia ter chegado ao empate, mas o Moreira impediu que se agigantassem, e a partida continuou com a mesma toada, até que apareceu o segundo golo, do Javi, no coração da área, mesmo à beira do intervalo…
Quando o jogo já parecia resolvido, à entrada do serão glorioso, eis que num volte face, logo no reatamento, o Luisão decidiu desfeitear o Moreira, para equilibrar mais a contenda, para trazer mais um pouco de padecimento… Seguiu-se a melhor fase do Paços, mais confiante para chegar ao empate, sem nada a perder, os espaços foram crescendo, mas o Benfica não conseguia atingir um ritmo alto, notando-se ainda as sequelas da destruição…
Mesmo assim, com alguma entrega ou falta de acerto, o Coentrão foi tentando dar o mote, para alcançar outro tento, mas o Cardozo era o cumulo da desmoralização, somando tudo, a inoperância do Paços, eis que o Proença resolveu por um ponto final no martírio perdurando a alegria da massa adepta presente, uma nova páscoa para as almas que resistem por esse mundo fora…
Ficou a consolação, o troféu da Liga para a estante, com a cicatriz ainda presente, mas com a graça de Deus, ressuscitado, havemos de volver mais confiantes, mais preparados mentalmente, para abordar o próximo jogo, importante para alcançar a final da Europa, uma motivação superior para nos transcendermos, aliarmos o esforço à exibição…
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