quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ainda nos restam orgulho e identidade!


Braga 1:0 Benfica (Liga Europa: 1/2 final - 2ª mão)

Outra semana desabrochou já na fertilidade de Maio, dias serenos que adoçam o espírito no temperamento da luminosidade...

Começamos por entrelaçar a preguiça no calor matinal e entramos no quotidiano, mais tarde fustigado por uma forte trovoada…

3ª-feira retomou a normalidade, com a temperatura q. b., na cadente rotina que vai ocupando  o tempo e deslindando o tempo de verão...
À noite, no intervalo do jogo real, apareceu na tv o ainda Ministro primordial, a divulgar, com muito à-vontade, as grandes directrizes impostas pela ajuda financeira internacional, dando a entender que o bicho não seria assim tão papão...

A meio da semana, viajei na calada da noite pela estrada de Sintra para o salutar convívio desportivo, pois que a aguerrida disputa dentro do pavilhão originou o rescaldo no bar e o retorno calmo, ao som das grandes musicas, à cidade do luminoso Cristo-Rei…

5ª-feira, foi desenrolando o mesmo papel cenário, com as cores da natureza suavizando a ansiedade do jogo do Benfica, já presente no horizonte… muitas telas depois, eis o quadro familiar, na companhia da mãe, sob um clima imenso de paz, a sossegar o pensamento, cada vez mais incontrolado…

O jogo começou, e eu numa tensão enorme, por não ter a certeza se a competência dos jogadores seria suficiente para garantir o acesso à final. A ultima estação era Braga, num estádio repleto de vermelho, onde reinava a falange bracarense…
O jogo começou dividido, com o Braga a apostar mais no reforço dianteiro, com Mossoró, e o Benfica, no habitual esquema, com o Gaitan destacado para a direita, o César na esquerda e o Martins no centro do terreno… de resto eram os habituais titulares…

Os lances de bola parada, com este Braga, eram preponderantes, pelos menos era disso que me lembrava dos ultimos jogos. O Benfica foi conquistando alguns cantos, mas nenhuma jogada flagrante, com o Braga a defender muito unido e solidário. E havia de ser num canto, com a bola a sobrevoar a área, que o Custódio havia de marcar, vindo de trás, com o Jardel pregado ao chão, a atirar de cabeça rente ao poste… decorria ainda o minuto 20.

Esta partida era crucial para quem marcasse primeiro, sabendo do espirito guerreiro imprimido pelo Braga, apanhado em vantagem, seria muito mais dificil desfeitear… por outro lado, o Benfica, que tinha ficado de rastos, anímicamente, com a derrota, na meia final contra o Porto, ainda levaria mais um forte revés na sua dificil missão de inverter o resultado…

Apesar disso, o Benfica não desistiu, a postura da equipa estava consentânea com o tremendo desafio e a dificil missão, afinal o historial jogava a nosso favor, sem derrotas na Liga Europa, sempre tinhamos conseguido marcar… e num lance já perto do intervalo, bem podíamos ter empatado, com o Saviola a rematar contra o poste…

O Braga defendia com entreajuda, encurtando espaços, e o Cardoso não sabe jogar no aperto, o Gaitan tentava o que podia, o Coentrão demasiado atrás, de resto, o Saviola esbarrava no poderio dos centrais, não havia velocidade para romper, não conseguiamos contornar o fora de jogo.

Com a ausência do Salvio, o Gaitan a recuperar duma lesão, o Aimar de fora, o desgaste psicológico sofrido com a eliminação da Taça de Portugal, não conseguimos sermos fieis ao nosso jogo, mérito do Braga que soube aniquilar e acreditar neste defecho, mas muita descrença e pouco acerto do colectivo encarnado…

No jogo da primeira mão, noutras circunstâncias, tinhamos esmagado o Braga, o próprio Domingos reconheceu o gigantesco poder dos adeptos, no Estádio da Luz, mas, com alguma sorte e muita entrega, marcaram dois golos, um em cada jogo, e acabaram por eliminar o colosso…

Parabéns aos vencedores, sucumbimos em duas meias finais, inesperada e padecentemente, angústia que quase nos leva à depressão, tal é a ambição e a exigência com que elevamos a fasquia, seja em que circunstância for…
O segundo lugar na Liga, e a revalidação da respectiva Taça, depois do excelente campeonato anterior, já nos sabe a pouco, já começamos a por tudo em questão… mas devemos levantar a cabeça, continuar a trabalhar para aumentar a competitividade,  não cairmos na tentação de modificar em demasia, antes reflectir, a todos os níveis, tirar ensinamento, seguir com afinco e coesão...

Fiquei destroçado, já sabia que podia acontecer, mas para alguns festejarem tem que outros perder, e não se pode apontar falta de empenho, só que o sacrifício e a sorte só podem pertencer a uma equipa, e o Benfica, atraiçoado por este final de época, deixou a chama esvanecer…

Para me ajudar a mitigar a dor, gostei de ouvir o Paulo Sérgio, no seu comentário televisivo, onde relevou a boa época do Benfica, o excelente trabalho desenvolvido pela equipa técnica, que o desgaste físico patenteado nesta partida também se deve atribuir ao rude golpe do embate contra o Porto, e que o Benfica, se não quiser retroceder no seu trajecto ascendente, não pode entrar em depressão, antes dar mérito ao excelente desempemho do Porto, preocupar-se mais com a sua competência interna, não deixar que os outros nos afectem e destruam a auto-estima…

Em suma, devemos continuar a acreditar nesta equipa, neste grupo de trabalho, com alguns ajustes, fazer uma análise interna, preocuparmo-nos mais connosco, solidificar mais a nossa força interior, dar as mãos e encontrar motivação, fazer com que os jogadores sintam mais a camisola, aumentar a auto-estima à custa de muito suor…

Domingo, temos mais um jogo para ganhar, dar uma resposta positiva, já não temos nada para perder, com os elementos mais qualificados, outros espreitando a oportunidade, todos juntos, dar já um passo em frente, rumo à estabilidade, pensar já em começar de novo, puxar pelo orgulho, fieis à identidade, com determinação e fervor… Viva o Benfica!

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