Olhanense 1:1 Benfica
Depois da noite europeia (com juizes britânicos), da vitória do caracter face à desconfiança, patente na hesitação defensiva e no último remate, contrariada com a obtenção dos golos pelos mais visados… eis-nos de volta à labuta, para cumprir a semana e o mês de trabalho…
A 6ª-feira empurrava o Abril para o precipício, uma trovoada enfurecida surgiu no escurecimento da tarde, pela vidraça, via-se a intensa chuva a inundar a terra...
Antes do anoitecer, espreitei por outra janela, do pc, outra imagem inaudita, o gelo cobria o relvado da Luz, no espaço de um dia, o verdejante tapete ficou transformado num recinto de desportos de inverno…
O Sábado não queria destoar do temporal, preparando a despedida com todo o rigor, apesar da complacência com o fim de semana, que trazia promíscuas cumplicidades com o calor e o aroma do mês de Maio… Manifestações de rua, dos operários confundidos com a vida, da beatificação dum santo homem, semblante penetrante e conciliador, Papa missionário do mundo…
O Domingo acendeu então o clarão dum mês florido (desde logo com as flores de Mãe), tempo mariano que nos intimida à conversão, tempo perfumado que nos convida ao passeio e ebulição… Depois da manhã exercitada ao ar livre com os filhos, a pacatez do Almoço familiar, com as nossas adoradas mães…
Com a tarde, antes do direto de Olhão, fomos assistir às meias-finais de basquet, com a segunda vitória, musculada, sobre a Académica…
No pavilhão ao lado, mais tarde, o Benfica conseguiu brilhantemente o acesso à final da Taça Europeia de Andebol.
Já em frente ao televisor, no alvoroço caseiro, dividindo atenções, chegavam as imagens do Algarve, a equipa, como seria de esperar, era a habitual nesta altura do campeonato… apenas a ausência do Luis Filipe imponha a entrada do Jardel e a deslocação do Rodrik para a direita, jogava o Gaitan, para adquirir ritmo, o Meneses e o Cesar, o Jara e o Kardec na frente, e o Roberto persistia na baliza para ganhar algum moral…
O jogo não podia começar melhor, com uma desmarcação fulminante do Jara, a passe do Gaitan, que à saida do guardião, beneficiando dum ressalto do defesa, fez a bola entrar na baliza, ainda decorria o quarto minuto…
A partir daqui, o Benfica foi esplanando o seu futebol, gizando as jogadas possíveis, a toda a largura, num ritmo baixo, perante a passividade contrária, tentando ampliar o resultado… Claro que a bola não corria veloz, só o Gaitan trazia velocidade e classe à equipa, o Jara voluntarioso tentava remar contra a maré, a dupla de centrais era coesa e sólida, com o Roberto atrás também dava outra segurança, mas o Menezes e companhia não se conseguem impor com outra cadência, demasiado lentos, iam arrastando o tempo e o resultado…
A segunda parte não trouxe nada de novo, apenas o Gaitan rompia a defesa, o Jara tentava rematar, a posse de bola era um indicador da tendência do jogo, mas com a saida a entrada do Fernandez, principalmente com a expulsão do Jardel, que o Arbitro, que até nem mostrou muito cartões, conseguiu vislumbrar, virou completamente a disposição do encontro.
O Olhanense começou a acreditar, a ter mais posse de bola, e quando já ninguém pensava no empate, em sofrer mais um golo, numa tão larga sequência, eis que num livre, a bola sobrevoa a área, e no canto subsequente, os da casa, haviam mesmo de marcar, ao primeiro poste, com a defesa, demasiado baixa, o Roberto desprotegido, restavam quase 4 segundo para terminar os 3 de desconto para segurar aquela vitória…
Pelo que fizeram e correram o Benfica era justo vencedor, mas a reacção do Olhanense na parte final, talvez conseguida pelo decréscimo de empenho do Benfica, foi um castigo para a falta de ineficácia e da frágil força colectiva e ambição demonstradas, quando se impunha resolver o jogo…
Mas o Maio vai continuar a florir, a semana vai desbravar o entusiasmo primaveril, todos esperamos ser contagiados pelo fulgor, pelo amor maternal de Maria, encontrar sempre ânimo para enfrentar o mundo, nesta sublime repetição…
Todos ansiamos por 5ª-feira, para ver jogar o Benfica, na sua máxima força, com maturidade e inteligência, com toda a ambição, alcançar um resultado contra o Braga que lhe permita alcançar mais uma final europeia…
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