Braga 1:1 Benfica
Depois do adiamento da festa europeia, por não ficarmos apurados à 4ª(/6) jornada, ainda fui desentorpecer o espírito na atividade física semanal, tentando ficar ao largo do stress e de acomodações...
No regreso, já no alto serão, ainda liguei a tv, para (re)ver a partida da Luz, mas difundiam outros resumos...
E a semana voltou a aclarear já na descida para o final, uma chuva (im)prevista era acompanhada de breves interrupções, o sol ia olhando de soslaio, deixando o Outono reinar sobre aquele povo...
A escuridão, todavia, irrompeu molhada e relampejante, e mesmo que o alvorecer de 6ª-feira viesse sossegar a revolta, depressa o acizentado turbilhão de nuvens decretou outra investida, logo a seguir às derradeiras entradas na escola e locais de trabalho...
O findar da semana envolto nessa imprevesibilidade trazia a certeza do descanso, a previsão metereologica anunciava sol para 3/4 do fim de semana, com a tarde de Sábado a inaugurar o verão de Martinho, só que, alheia a isso, a manhã veio enrolada num emaranhado negro de nuvens e chuva ...
Entretanto, o azul começou a tingir o céu, as nuvens dissipavam a tristeza do cenário visto do miradouro de Almada, olhar abrangente e quente sobre o estuário do Tejo, com o miudo debaixo de olho ali ao pé, no relvado deslizante...
Afinal a tarde, ainda permitiu uns ultimos chuviscos (aparecendo o arco-iris para selar essa aliança), num ar cada vez mais arrefecido, junto ao Estádio da Luz, onde decorreu um encontro de Escolas de futebol de todo o país, com a estreia oficial do rapaz, ao mais alto nível, pois o resultado era o que menos contava…
E a noite foi escondendo a actividade, ocultando a cidade, e nós saboreando o lar e a reunião da família, gerando calor num tempo infinito de lazer…
O Domingo quis inaugurar outro tempo, contratou o sol para a semana, com a intenção de proporcionar um conforto de homenagem ao Martinho, santo soldado que viria a dar um grande testemunho de fé e caridade…
A luz trazia centelhas para aquecer o coração, mas continuamos agarrados ao ninho, espreitando o sol pelas vidraças, numa espécie de hibernação, preparação para outras aventuras, para esvoaçar com mais firmeza ao longo de outra semana…
Então o foco imenso de luz, cada vez mais frio e ligeiro, foi cedendo o seu lugar à noite, dando lugar a outros halofotes, ali para os lados de Braga, onde o Benfica, fresquinho que nem uma “alface”, ia disputar a liderança da Liga…
Mas se o começo do jogo pareceu fazer vincar essa evidência, querermos alcançar um pedaço de céu, com personalidade, o que é certo que os apagões constantes foram retirando lucidez e brilho à exibição do Benfica…
Os titulares davam garantias, mesmo com a reentrada do Amorim no onze mas a sua consistência defensiva retirava a acutilância no ataque imposta pelo Bruno ou Nolito; o Cardozo, sozinho na frente, apenas intervinha quando o Gaitan aprofundava mais o jogo, mas no miolo, com o Aimar muito recuado, as jogadas de perigo nas imediações da área não surgiam…
O Braga vinha moralizado do jogo europeu, o publico apoiava nessa mentalização de superaram o rival adversário, e o que é certo é que a atitude e a confiança foi crescendo na medida inversa do fulgor encarnado, que depois da média luz, pareceu adormecer e não conseguiu segurar as rédeas da partida…
Jesus também parecia arrebatado, o ambiente era carregado como sempre, e mais escaldante ficou com a marcação do penalti, em cima do intervalo, e a marcação do golo… Lances destes nem sempre são marcados, ainda no jogo passado houve bolas no braço mais evidentes, que nenhum dos 6 arbitros assinalou…
Na segunda parte, os bracarenses vinham mais serenos e determinados em segurar o resultado, o Benfica ia lutando, mas o Aimar, um dos mais inconformados, pisava terrenos recuados, o Gaitan, indisposto ficava no banco e entrava o Rodrigo para o seu lugar…
Não sei porque é que o Nolito, que tantos golos tem marcado, desiquilibrador, agora anda a ficar eclipsado (tal como o Saviola), nem mesmo o Bruno teve muito tempo de se mostrar, o que é certo é que foi o Nolito, do pouco que o Benfica fez na segunda parte, que veio mais empolgado em contrariar o espirito guerreiro dos da casa…
O empate,tem que se aceitar como justo, apesar da acutilância do Braga ser mais notória na segunda metade, também não foi muito objectivo nem perigoso junto da baliza do Artur, ao contrário, pertenceu-nos o lance de golo mais claro, mesmo ao cair do pano, com o Rodrigo a atirar ao lado…
Foi um jogo atípico, desde logo porque se prolongou no tempo, com varias paragens, (parece que o Braga não tinha pago a luz), o Benfica não se afirmou de forma categórica, com a disposição de ficar isolado no comando da Liga, não soube impor o seu domínio e o seu futebol, perante um Braga muito aplicado que nos causou muitas dificuldades…
Por outro lado, atendendo ao que tem sido as ultimas temporadas, a robustez mental e física que o Braga coloca contra o Benfica, e que, apesar de tudo, continuamos invictos nesta época, a dividir a liderança, mercê do empate do Porto em Olhão, com tudo ainda pela frente para decidir e com boas perspetivas de sucesso…
Talvez esta paragem seja benéfica, pois apesar do Treinador negar algum cansaço, e talvez o desgaste até seja mais mental, o que é certo é que nestas ultimas partidas temos vindo a diminuir os indices de velocidade e eficácia… a rotatividade não tem sido tão intensa, apesar de permanecer a confiança, é preciso que haja um novo recomeço, uma maior motivação, um estimulo extra para obter outro rendimento e consistência na luta pelos objectivos…
Esse recomeço é contra a Naval, noutra eliminatória da Taça que é preciso vencer, onde poderá haver introsão e contributo de alguns jogadores, sem esquecer a afinação de estratégia para o embate que irá decidir a dianteira dos campeões, onde a confiança, o poder físico e a sintonia devem atingir o seu auge…
Agora, de olhos postos na selecção, com os craques e os operários, todos juntos, de mãos dadas, vamos apoiar e incentivar a vitória de Portugal, mais duas batalhas europeias para nos afirmarmos como um povo lutador e campeão…
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