quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dá cá um abraço, velha Europa, amiga!


Benfica 2:0 Spartak Moscovo

Domingo caseiro, para digerir a rebeldia vespertina, apenas uma incursão ao Pavilhão, para ver o Benfica ganhar mais uma (super)taça de Basquetebol, interrompeu o cativeiro antes de nova semana...

Na tv nada de novo (nem em Setúbal), a não ser a quebra da temperatura, a história da ponte do Salazar, 50 anos depois, e o Novembro com pressa para reinar...

A 2ª-feira de preguiça do acostumado ritual, meninos à escola, pais enclausurados e as nuvens ao largo à espera do refugio da noite...

A 3ª-feira desenrolou o céu azul alumiando os caminhos e a clausura do trabalho...
Enrolámos a noite nos treinos, o catraio no ar gélido da rua, o rapagão no abrigo do ginásio, enquanto não regressávamos à fortaleza do lar…

4ª-feira, outra manhã, cinzenta e fria, congeminando o reaparecimento da chuva, aguaceiros tímidos que encharcaram a tarde, esbatendo a luz do entardecer…
Já noite, no encalce da luz da europa, recolhi o gaiato, contornei os automóveis, e conclui a operação de resgate da amada até porto seguro…

Ainda levei a matriarca ao centro de serviços para tratar de papelada, e quando cheguei à sala com vista para o Estádio, mortinho por chegar a casa, já a bola estava no centro do terreno, o Benfica tinha concentrado toda a minha atenção…
Era um jogo decisivo para a sobrevivência europeia, precisávamos de ganhar como de pão para a boca, amealhar pontos e euros para sustentar a nossa aventura, fortificar a nossa identidade e ambição…
A ausência do Matic, levou à entrada do jovem André Almeida para a zona nevrálgica da frente da defesa, posição já treinada, o Enzo regressava ao centro, ajuda voluntariosa para o miúdo e peça fundamental na abordagem do ataque…

A defesa mantinha o quarteto mais forte, o Garay ex-libris, o Jardel muito esforçado, o Melgarejo cada vez mais fluente e descomplicado, o Maxi esgravulha por todo o lado e o Artur, rei da baliza, edificada em muro…

Nos extremos o Ola John, que começou com um cumprimento tímido, mas que até final se tornou num João sem medo, rubricando uma grande exibição, e o Sálvio, com a corda toda, a bola colada aos pés, a quem faltou um pouco mais de decisão na parte derradeira, o discernimento para finalizar uma recarga que resultou após remate do Lima…

O Lima também deu boa conta de si, possante, vem ao encontro a bola, tenta sempre dar a melhor sequência para chegar à finalização, o Rodrigo um pouco mais discreto, meio perdido entre o finalizador nato e o drible nas imediações, tentou furar, mas faltou a clarividência…

A primeira parte chegou ao fim entre faltas do Spartak, a entrega do Benfica, os forasteiros tentavam lances pelo ar, pondo à prova a atenção da subida defesa, mas o Artur marcava presença; o André levou cartão por uma distração e mais nada mais digno de registo.
O Benfica ia impondo o seu futebol, os extremos de qualidade e o Enzo, soberbo, eram o tripé que balanceava o ataque, estancavam as incursões forasteiras, com o André segunda ajuda

Mas apesar da supremacia, em jogo jogado, remates, o empate a zero teimava ao intervalo. No regresso à poltrona, já o Cardozo apressava o aquecimento, o Rodrigo ficou na cabine… O Benfica continuou ao ataque com persistência, o Ola John, na segunda parte alugou o meio campo alheio, para fintas e mais fintas, centros adocicados, à moda antiga, e Cardozo não teve como recusar as ofertas, com um golo de cabeça nas alturas, cabeceando para baixo, e mais tarde num remate à meia volta, com o pé esquerdo, a bola a embater o chão, sem hipóteses para o guarda-redes.

Ainda falhou muitos mais: outro de cabeça, o esférico roçou na trave, uma desmarcação mal concluída com o pé direito, e noutra desmarcação, essa ainda antes dos golos, com um fora-de-jogo no limite, e um pénalti, desperdiçado com um pontapé forte ao travessão…
Esta última oportunidade tinha sido o golpe fatal, mas o Spartak num último esforço, mesmo com menos um jogador, ainda quis obter um golo, com a entrada do Jano na parte final (ainda bem que não jogou o resto do tempo), mas o resultado acabaria por ficar duas bolas a zero...

Foi uma exibição segura, esforçada, bem conseguida, quando há dedicação tudo se torna mais fácil e a vitória tem mais sabor, pena é que o Barça se tivesse deixado surpreender, não cumprisse a sua obrigação de elo mais forte, assim só nos resta ganhar ao Celtic e ficar à espera que o Spartak vá à Escócia fazer uma gracinha, ou nós na Catalunha, na última ronda da competição…

Segue-se o Rio Ave, uma viagem a Vila do Conde, no Domingo de S. Martinho, onde se espera a mesma abnegação, em busca da vitória, para manter altos os índices de ambição, agarrar a liderança com toda a convicção…

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