domingo, 11 de novembro de 2012

Jesus e os "discípulos" na margem do rio Ave...

Rio Ave 0:1 Benfica


A semana foi desenrolando o Novembro, a instabilidade meteorológica foi desfiando nevoeiro pelo quotidiano...


6ª-feira, a festa do Martinho solidário que cavalgou pelas escolas e infantários, enfrentando alguns aguaceiros, amornando o tempo, avivando a crença divina, aquecendo as mãos e alma, com as castanhinhas e uma pinguinha de água-pé...


O fim de semana foi esperar o serão com ternura, seduzindo o Sábado com o azul celestial, temperado por nuvens passageiras..
Abeirámo-nos da maresia da costa,  levámos o pequeno ao jogo, na assistência a presença da avozinha, debaixo de calor e alguns borrifos de chuva, nas asas duma gaivota voava o sonho...


A noite de S. Martinho foi pretexto para uma reunião familiar, a importância dum magusto ofuscado por uma caldeirada de bacalhau, a bruma dissipada no calor da fraternidade, as trevas incandescentes de amor...


Domingo de magusto no campo, o frio apareceu, a água-pé, o convívio, estava tudo lá, demos uma volta de bicicleta para aquecer, mas mesmo assim foi preciso a capa para escapar ao regelo do entardecer, porque o sol esgueirava-se pelos becos, o santo seguia, desbravando outra semana…


Ao chegar a casa, não deixámos o frio entrar, também já não morava lá a Sporttv, tivémos que fazer cortes na despesa, restavam-me algumas polegadas de écran, para espreitar os Arcos, o vermelho berrante que me faz palpitar o coração, o jogo em Vila do Conde…


A Equipa era a esperada, com o regresso do Matic, a defesa imbatível dos últimos quatro jogos trocava o Maxi pelo André, o meio campo com o incansável Enzo, o John e o Salvio, na frente a dupla mortífera, Cardozo e Lima…


A equipa visitada, tinha ganho os últimos quatro jogos, tinha imposto um empate ao Porto, estava moralizada, por isso as equipas entravam em rota de colisão… O Benfica tentava explanar o seu futebol perante a boa organização do Rio Ave, o espaço ia sendo pouco, mas a posse de bola ia consubstanciando a confiança e aos poucos iam surgindo as oportunidades de golo…


O Cardozo teve várias ocasiões, um remate à base do poste, o guardião ia mostrando atenção, os centros do John não abundavam, nem o espaço favorecia o perigo, mas era evidente a supremacia do Benfica… Pela meia hora, outra vítima do excesso de esforço, o relvado também estava pesado, o Enzo dá lugar ao Bruno


E eis o golo: na última jogada do primeiro tempo, num lance estudado, o Sálvio faz lançamento dum fora para o interior da área, o Jardel desvia de cabeça para a frente da baliza, onde o Lima, com faro de golo, rematou sem qualquer hipótese para o fundo das redes…


A segunda parte começou com o mesmo pendor da primeira, o Benfica ofensivo e com mais bola, o John com mais preponderância na esquerda, na frente o Cardozo continuava a tentar, o Lima sacrificava-se pela equipa, o Matic corria, o Melgarejo começou a ter mais trabalho…


Na parte final, liguei a transmissão ao plasma, apesar da imagem esvanecida, deu para matar saudades da mordomia… mas foi nesse período que o Rio Ave começou a equilibrar, sem que o golo decisivo surgisse, era natural que, os da casa, acreditassem noutro resultado. O Gaitan também não conseguiu inverter a situação quando substituiu o Salvio, e o Jesus teve que por o ferrolho do Miguel na direita e deslocar o André para trinco…


Mesmo assim, sem ritmo, o Miguel não evitou algumas jogadas de perigo, na última das quais o remate à entrada da pequena área, teve na soberba oposição do Artur o garante de uma difícil mas merecida vitória… O Espírito Santo inclinou-se perante Jesus... 


Mantemo-nos colados no topo da classificação, o Sporting ajudou a distanciar-nos do terceiro posto e ficamos agora à espera do jogo da Taça, na próxima 6ª-feira, ainda lá pelo norte do território, depois de atravessar mais uma semana…

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