A semana foi desenrolando o Novembro, a instabilidade meteorológica foi desfiando nevoeiro pelo quotidiano...
6ª-feira, a festa do
Martinho solidário que cavalgou pelas escolas e infantários, enfrentando alguns
aguaceiros, amornando o tempo, avivando a crença divina, aquecendo as mãos e alma, com as
castanhinhas e uma pinguinha de água-pé...
O fim de semana foi
esperar o serão com ternura, seduzindo o Sábado com o azul celestial, temperado
por nuvens passageiras..
Abeirámo-nos da maresia da costa, levámos o pequeno ao jogo,
na assistência a presença da avozinha, debaixo de calor e alguns borrifos de
chuva, nas asas duma gaivota voava o sonho...
A noite de S. Martinho foi
pretexto para uma reunião familiar, a importância dum magusto ofuscado por uma caldeirada
de bacalhau, a bruma dissipada no calor da fraternidade, as trevas incandescentes de amor...
Domingo de magusto no
campo, o frio apareceu, a água-pé, o convívio, estava tudo lá, demos uma volta de
bicicleta para aquecer, mas mesmo assim foi preciso a capa para escapar ao
regelo do entardecer, porque o sol esgueirava-se pelos becos, o santo seguia,
desbravando outra semana…
Ao chegar a casa, não
deixámos o frio entrar, também já não morava lá a Sporttv, tivémos que fazer
cortes na despesa, restavam-me algumas polegadas de écran, para espreitar os
Arcos, o vermelho berrante que me faz palpitar o coração, o jogo em Vila do Conde…
A Equipa era a esperada,
com o regresso do Matic, a defesa imbatível dos últimos quatro jogos trocava o
Maxi pelo André, o meio campo com o incansável Enzo, o John e o Salvio, na
frente a dupla mortífera, Cardozo e Lima…
A equipa visitada, tinha
ganho os últimos quatro jogos, tinha imposto um empate ao Porto, estava
moralizada, por isso as equipas entravam em rota de colisão… O Benfica tentava explanar
o seu futebol perante a boa organização do Rio Ave, o espaço ia sendo pouco,
mas a posse de bola ia consubstanciando a confiança e aos poucos iam surgindo
as oportunidades de golo…
O Cardozo teve várias
ocasiões, um remate à base do poste, o guardião ia mostrando atenção, os
centros do John não abundavam, nem o espaço favorecia o perigo, mas era
evidente a supremacia do Benfica… Pela meia hora, outra vítima do excesso de
esforço, o relvado também estava pesado, o Enzo dá lugar ao Bruno…
E eis o golo: na última jogada
do primeiro tempo, num lance estudado, o Sálvio faz lançamento dum fora para o
interior da área, o Jardel desvia de cabeça para a frente da baliza, onde o
Lima, com faro de golo, rematou sem qualquer hipótese para o fundo das redes…
A segunda parte começou
com o mesmo pendor da primeira, o Benfica ofensivo e com mais bola, o John com
mais preponderância na esquerda, na frente o Cardozo continuava a tentar, o
Lima sacrificava-se pela equipa, o Matic corria, o Melgarejo começou a ter mais
trabalho…
Na parte final, liguei a transmissão
ao plasma, apesar da imagem esvanecida, deu para matar saudades da mordomia… mas
foi nesse período que o Rio Ave começou a equilibrar, sem que o golo decisivo
surgisse, era natural que, os da casa, acreditassem noutro resultado. O Gaitan também
não conseguiu inverter a situação quando substituiu o Salvio, e o Jesus teve
que por o ferrolho do Miguel na direita e deslocar o André para trinco…
Mesmo assim, sem ritmo, o
Miguel não evitou algumas jogadas de perigo, na última das quais o remate à
entrada da pequena área, teve na soberba oposição do Artur o garante de uma difícil
mas merecida vitória… O Espírito Santo inclinou-se perante Jesus...
Mantemo-nos colados no topo
da classificação, o Sporting ajudou a distanciar-nos do terceiro posto e
ficamos agora à espera do jogo da Taça, na próxima 6ª-feira, ainda lá pelo norte do território, depois de
atravessar mais uma semana…
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