quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Corpo gelado, coração quente, alma imensa!


Bayer Leverkusen 0:1 Benfica

Foi o tempo soturno, dum Fevereiro temporão, que desfilou noutra semana, indiferente aos dias de Carnaval, à folia esmorecida dum país sonhador...

Os raios solares faiscavam ânimo, primos unidos em casa da avó, a salvo de aguaceiros inconstantes...

Depois do trabalho e da penumbra do caminho, as luzes da ribalta familiar com a chuva banda sonora...

3ª-feira de entrudo, sono mascarado de lazer, tratei dos papéis 2012, fração e condomínio, enquanto a tv coloria a tarde com as matrafonas de Torres, moçoilas de ipanema e chinfrudos do Lazarim...
Ainda fomos sentir o frio do monte, aos pés do Cristo luminoso, o jogador atrás da bola, o pai regelado atrás das palavras e do calor da vida…

4ª-feira de cinzas, de jejum ou sacrifício corporal, visando a preparação da alma Pascal... O sol apareceu para relativizar intenções e carrego...
A noite, enquanto se ultimavam os tpc espreitámos a essência do futebol, Real com o Ozil e CR a jogar e os Man unidos, com personalidade...

A 5ª-feira voltou a juntar os estudantes, com uma porção de sol para levantar a fervura do entusiasmo e do apetite escolar...
Quando a noite começou a cair, estava eu retido no trabalho, o Benfica jogava na Alemanha, com uma boa falange de apoio...

Espreitei por minúsculas janelas, o desenrolar dos acontecimentos, a constituição da equipa: Jesus tinha dito que primordial era a Liga interna, então apostou nos Andrés, nos lugares de Enzo e Maxi, colocou o Urreta a jogar à direita, com o Gaitan no miolo, no apoio ao Cardozo...

O ponta de lança, Cardozo, estava em abstinência há muitos jogos, o Matic, estava em risco como o Almeida, para as lides europeias, e penalizado com o Cardoso para as lides caseiras...
Estavam lançadas as peças, os flocos de neve começaram a decorar o cenário, a emoldurar a arena, a moldura lusa era vasta, dos amantes imigrantes e não só...

Os minutos iam avançando, o resultado não alterava, a ansia e o relógio não paravam, o trabalho distraia-me, e o intervalo quase a chegar com o marcador em branco...
Num rápido, mal tinha começado a segunda parte, apressei o passo, rasguei o breu, teletransportei-me para a porta de casa, aberta pelo meu filho, um sorriso de par em par, com a noticia fresquinha, as mais alegre de todas, um golo de Cardozo, pela hora de jogo, tinha posto o Benfica a ganhar...

Dei um beijo fortuito de namorado à companheira, corri para o sofá, encostado ao pequeno rebento, viajando pelo sonho, do tamanho da europa...
O Leverkusen apertava o cerco, o Benfica fazia um jogo de tremenda entrega, com a neve a cair de forma intensa, o relvado ia ficando branco...

O Benfica ia saindo com espaço para o ataque, o Ola John quis fazer um chapéu, teve outra oportunidade numa disputa com o guarda-redes, o Lima e o Gaitan quiseram fazer o ultimo passe de forma precipitada...

No último minuto ainda tivemos um susto com o Melgarejo, esteve sempre muito bem a defender, a tirar de cabeça fria, a bola que ia para dentro da baliza...

Foi uma excelente vitória, o Jesus conseguiu rodar o plantel, apesar das condições climatéricas e da acicatada disputa terem acentuado a fadiga, e espera-se que com serenidade e empenho possamos confirmar o bom desempenho e carimbar esta eliminatória...


Agora temos três jogos no Estádio da Luz, já Domingo, diante da aguerrida Académica, para a frenética e importante disputada da Liga, a exigente segunda mão com o Leverkusen, 5ª-feira à noite, e outra vez Domingo, o ultimo do mês (vou lá estar se Deus quiser!) com o supreendente Paços, novamente para as contas do campeonato...

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