O céu pintou de azul a ultima semana de Fevereiro, antes que alguém ousasse ideia igual...
O tempo espreita do varandim atlântico sobre o sul do hemisfério, o Março que se afigura no horizonte...
No entardecer o cobre caiava paredes e perdia-se nas chaminés, banhava a lua que se pendurava nos telhados, antes de se aventurar na noite...
3ª-feira, mais oiro no imenso azul pairava sobre a cidade, tentamos programar outros trajetos, fazer desvios no quotidiano para quebrar a monotonia…
Para compensar as agruras laborais, tentamos voar no pensamento com a ajuda do sol e dos abraços familiares que nos vão dando razão de viver, à medida que o dia empalidece...
Outra manhã que vinha fria, algumas nuvens foram-se amontoando, entre o vai-vem da ida a casa, empreitadas caseiras que ouvem as gotas geladas a fustigar o beiral...
O sol esgueirou-se pela tarde, os títulos na banca davam conta do descanso de Matic, Sálvio e Lima, o primeiro já não tinha sido opção para o jogo em Braga, da liga, mas o ultimo fora preponderante, inclusivamente marcando um golo...
O Benfica, a exemplo desse jogo, tinha que entrar derrompante, não se deixar dominar, porque, contra o Benfica o ambiente é sempre desgastante, o Braga possante...
E foi o Braga que entrou mais aguerrido e determinado, na disputa da bola e da eliminatória... Contudo, pertenceu ao Benfica a melhor oportunidade, nos primeiros minutos, numa joga rápida, o Rodrigo entra na área e remata forte à trave...
Mas de resto a disputa de bola era intensa, com o Braga a levar quase sempre vantagem, o pouco entrosamento e flexibilidade do centro, com o Roderik e o Martins pouco dinâmicos, sem ritmo nem agilidade, o Roderik mais em esforço e inadaptado aquele lugar, o Martins em baixo de forma e lesto na saída para o ataque ou retenção de bola,só bem nos passes longos...
Claro que era um jogo de risco, que é preferível poupar jogadores, a haver uma competição para deixar, de longe que era esta, que ganhamos à quatro anos consecutivos, tão bem que estamos para ir à final do Jamor, tão lançados que estamos na Europa, apostando tudo na glória da Liga…
Mas com o Braga destroçado animicamente pelos últimos jogos, o Benfica confiante, tinha sido uma boa oportunidade para o Benfica levar de vencido o seu opositor, por outro lado o Braga apostava forte na conquista do único troféu possível, saltava à vista a capacidade de luta bracarense…
Rodrigo tentava reentrar no jogo e na época, com alguma dinâmica, mas o Cardozo continuava perdido na frente, sem o apoio devido, inofensivo, o Gaitan também tinha pouco entreajuda e era presa fácil no emaranhado de pernas forasteiras…
A posse de bola não era esclarecedora, talvez a quantidade de cantos deixasse revelar o caudal ofensivo e o domínio territorial do encontro…
Ao intervalo o Cardozo dava outra vez lugar ao Aimar, este entrou quebrado fisicamente mas aos poucos foi impondo a sua apurada técnica e inverteu a tendência verificada com o Benfica a ter mais bola na frente…
O Roderik tinha amarelo, precisava de ajuda, o Martins deu novamente parte fraca e foi o John que entrou para o seu lugar, entretanto tinha entrado o Enzo, a substituir o Urreta, que teve poucas possibilidades, vindo posicionar à direita e ajudando nas lides centrais…
O jogo entrou numa fase mais indecisa e excitante, com a bola a chegar com mais frequência e perigo a cada uma das áreas, mas não havia maneira de ninguém fazer golos aos conceituados guardiões…
Quando o Ola Jonh entrou a render o Martins, sentiu-se mais segurança e objetividade, o Gaitan tentava combinar com Aimar e Rodrigo mas faltava um ponta de lança com apurado instinto que resolvesse o jogo…
A partida chegou ao final com um empate a zero, o que obrigou a recorrer à lista da sorte, com pontapés da marcação da grande penalidade…
Até começámos bem com o Rodrigo quase a rescussitar, o Artur ainda deu uma mãozinha, com um palmada monumental ao pontapé do Alan, mas depois o Jesus, ou os jogadores, lembraram-se de pôr o Luisão e o Roderik a marcar penalidades e estes entregaram o ouro ao bandido, uma vez que os penalties do Braga, todos eles plenos de convicção, com Amorim, Custódio e Viana, bem marcados atiraram por terra a alegria de seguir até à final, de mais uma Taça da Liga…
A vida continua, não podemos baixar os braços, outros objetivos e conquistas devem continuar a orientar as prioridades e motivações da equipa; apesar do nulo que quebra o ciclo de jogos a marcar, ainda estamos na senda do record de não perder jogos no calendário nacional. Temos que estar unidos, levantar a moral, no Domingo em Aveiro, ganhando ao Beira-Mar, para começar a acelarar para o embate de Bordéus, mais para o final da próxima semana…
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