Benfica 3:0 Paços Ferreira
6ª-feira com promessas de chuva intensa, trovoada que permitiu cumprir rotinas, tomar café com sol na pausa de almoço, contemplar o colorido da aliança celeste com a terra lusitana...
A noite desvendou outros costumados rituais: acompanhar a desenvoltura do basquetebolista; praticar futebol para desentorpecer a locomoção, robustecer a vontade.... Fui pelos relampejos do caminho, sem saber da saraivada que se abateria sobre a bola, valeu o banho quente ao corpo fustigado, a cevada ao fervilhar do sangue, o ar da madrugada ao arrumo dos pensamentos ...
Sábado, a neblina matinal trocou o gotejar pela frieza da atmosfera... Naquele assoprar lento da cinza sobre as aguas do Tejo, abrangia a correria do futebolista no planalto, naquela frenética fadiga, enfrentando a aragem e o sonho...
Com a tarde, o sol foi aliviando o frio, rompendo as nuvens, até ao tombo no oceano acender a luz do templo, oração dos pequenos, escutando exemplos de vida, celebração vespertina para fomentar solidariedade quaresmal e momentos de paz...
A Noite foi passada em suite familiar, com um requintado cear, poltrona para saborear o entretenimento em puros minutos de lazer...
E pulamos as veredas da noite até ao alvor de Domingo, enfrentando com afoito as estradas penínsulares, espalhando a cristalina luz...
O basquetebolista solitário, na sua desconsolada luta coletiva, não levou a melhor, mas ganhámos um passeio ribeirinho pelo estuário sul, mirando ao longe o Cristo companheiro de outras lutas…
Desviamos ainda pelo interior, antes de dar novamente à costa, na baía do Seixal, para celebrar o aniversário da querida mãe, octogenária, em restaurante conceituado, banquete familiar com todos os requintes e pompas serviçais...
Desviamos ainda pelo interior, antes de dar novamente à costa, na baía do Seixal, para celebrar o aniversário da querida mãe, octogenária, em restaurante conceituado, banquete familiar com todos os requintes e pompas serviçais...
A tarde depressa se desfez em tragos de conversa, diluída num copo de alegria, na pressa de chegar à Luz, com o catraio futebolista, para assistir ao jogo contra o Paços de Ferreira...
Circulamos pelas vias largas do prazer, velocidade quanto baste para manter os níveis de disposição...
Saltamos o Tejo turquesa e concentramo-nos na Luz rubra, as t-shirts vermelhas dos catraios acederam ao estádio pela porta dos fundos, deram a volta em redor do campo, e reencontramo-nos nas bancadas, junto ao relvado, a poucos passos da baliza do visitante...
Regressavavam à titularidade: Lima, Salvio, Luisinho e Maxi, de resto, o tripé defensivo com Artur, Luisão e Garay, a força extrema, com John e Sálvio, a dupla massiva com Matic e Enzo e o poder de fogo destinado a Lima e Cardozo...
Então, pouco minutos depois de ter soado o apito inicial, O Benfica entrou com garra, depois do esvoaçar da aguia, do grito de guerra dos 40000 adeptos, do entoar fervoroso do hino, eis que numa jogada ao primeiro toque, o Enzo entra na área e bate o Cassio pela primeira vez, num grito de exuberância...
O Paços, apesar da qualidade que tem vindo a impor, para ostentar a 3ª posição, não teve força mental nem a dimensão para discutir o jogo, apesar de ter conseguido segurar o impeto avassalador do Benfica, durante a maior parte do tempo... Mas o Benfica também não quis acelarar em demasia, mesmo assim, teve uma bola no poste, do Cardozo e outras jogadas de perigo..., os forasteiros apenas esboçavam alguma jogadas no miolo, mas sem causar grande embaraço à defesa encarnada, pois quando alguma bola passava o muro do Matic e do Enzo estavam lá a barreira defensiva a proteger a baliza...
O jogo foi correndo, o placard foi mantendo fixo o magro resultado, apenas iam engordando os minutos que levariam ao intervalo...
Depois do farnel, dos olhares luzídios, a lua despontava no firmamento, deu-se início à segunda parte, com igual disposição... O Martins rendia o Enzo, desta feita com maior acerto e disponibilidade, e foi logo na primeira jogada outro aviso para o Cassio... Na sequência de um canto, o Luisão cabeceia para o segundo poste onde aparece o cabeceamento eficaz do Cardozo a ampliar a vantagem com toda uma parte ainda por jogar...
O Luisinho teve algumas hesitações, o Garay não dava a mínima hipotese, o Matic tem um coração enorme, estabiliza a defesa e projeta logo a resposta ofensiva, o Salvio é incansável ao longo do corredor, o John é um diamante bruto, depois da sua saida, veio para o seu lugar o Gaitan, não se notou diferença na qualidade de jogo, ao contrário foi ainda com mais dinâmica e fluidez, uma vez que nesse ultimo terço da partida, o Paços tentou esticar mais o campo, abeirar-se da área contrária...
Depois com a entrada do Aimar para o lugar do Jonh, o Cardozo cumpriu a sua parte - Gaitan teve alguns minutos no centro, a cadência de jogo ainda foi maior, uma autêntica sinfonia, com a bola a rolar de pé em pé, até ao terceiro remate fatal...
Ao longe, não se tem bem a percepção da aproximação à baliza, as reações dos adeptos são o barometro do perigo, pareceu que a bola entrou ao remate do Lima, mas foi o Salvio quem confirmou tirou quaisquer duvidas de golo...
O tempo estava a esgotar-se, o Benfica acabava o jogo com o adversário nas cordas, e ficámos todos contentes com o apito do árbitro e o resultado alcançado...
Então, corremos, pelo meio da multidão e das viaturas, mão dada e coração palpitante, abandonando a azáfama de Lisboa, piscando o olho ao Cristo luminoso, saudando efusivamente a família antes de cairmos exaustos de cansaço e felicidade...
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