quinta-feira, 7 de março de 2013

Allez Benfica...!

Benfica 1:0 Bordéus

Março invernoso de manhã, à tarde tempestuoso, cenário bucólico que decorou os primórdios da primeira semana...

Outro ciclo de laboriosas jornadas, com horário adaptado ao desleixado ocaso e à cómoda locomoção...

 3ª-feira retocou o conturbado semblante, rosto quase primaveril não fosse o vento assediar os chuviscos do enfarruscado branco do céu... 

Com a queda das trevas deslizaram enxurradas, ficou à tona a vontade do gaiato jogar no empapado relvado, agradeceu a escrita do pai sonhador, a argucia do pequeno futebolista...
A luz incidia na erva, outros focos no soalho do pavilhão, fadigas desportivas antes do ninho do lar...

A chuva permaneceu constante, à medida que a semana descolava outra metade, estios de paz seguidos de gritos revoltos do vento... A noite quebrava a ansiedade, o barulho da chuva na madrugada gerava um novo dia...

5ª-feira, o alvorecer oculto pelo denso nublado estremeceu a folhagem, no meio do café e tarefas matinais...
À tarde subi ao Santuário cristão, ainda ouvi parlar gaulês misturado na ventania, ao longe sobressaia  Lisboa estendida no cinzento, na rádio falavam do jogo com Bordéus, o David Simão dizia que o Benfica tinha fundamentadas chances, o Jesus da solução para o lugar do elástico Matic, talvez o André , mas claro que em dois jogos, a este nível, é preciso demonstrar o poderio em todos os jogos...

A penumbra esfumou-se na carreira de ligação, no relato do dia, na janta saborosa, nos preparativos do camarote, enrolei o cachecol ao pescoço e acomodei-me na poltrona, ali estava eu empolgado para nova sessão de terapia…

O Jesus apostou numa equipa mais vagarosa, apenas as asas abertas com Gaitan e Ola John o tripé defensivo com as torres e o rei, o ponta de lança aguçado, mas o meio campo não tinha muitas velocidade nem elasticidade, o Martins tem lá a técnica mas falta a agilidade, o Roderik tem a força e a tática mas falta a habituação ao lugar, o Rodrigo tem a vontade e a capacidade mas falta a confiança, os laterais faziam pela vida e tentavam não comprometer...

Mas era no meio campo que a bola emperrava, não deslizava, tinha que ser o Garay a vir quase ao grande círculo distribuir a bola...
O Gaitan trocou com o John, o André ia subindo,  mas o Bordeus povoava o seu meio campo, esperava pelos passes denunciados ou transviados para atacar, mas a dinâmica e o acerto também não eram os mais apurada, o Artur apenas só se aplicou uma vez, na primeira parte...

Mas apesar da impaciência e indecisão o Rodrigo lá recebeu a prenda, aos 21 minutos com um pontapé à entrada da área, força e colocação, e com um aconchego do guardião a bola foi alojar-se dentro da baliza... Longe estava o publico de pensar que seria o único momento digno de excitação, o registo arrastado voltou a pautar o resto do encontro...
Não havia quem desquilibrasse, uma jogada construida com objetividade, o muro defensivo contrário deixava bater a indefinição...

Depois do intervalo, esperava-se que o Jesus combatesse o marasmo com alterações cirugicas, mas foi preciso chegar à hora de jogo, dar mais confiança à desmoralizada Bordeus para trocar finalmente os mais fracos, Martins, abatido, Cardozo, perdido, para o possante Enzo e o influente Salvio...

O Gaitan jogou no apoio ao Rodrigo, nessa altura, chegamos ao primeiro canto, um rasgo do Melgarejo poderia ter resultado em golo, mas nada fazia agitar o jogo nem resolver a eliminatória...

A faltar um quarto de hora, o John dá o lugar ao Lima, passa o Rodrigo para trás, o Gaitan para a esquerda, o Enzo dava mais musculo e pulmão ao centro, mas o Roderik, esforçado não servia o ataque, o Rodrigo ainda veio atrás pegar na bola, mas a jogada não teve o desfecho esperado...

O Bordeus sentiu que podia chegar ao golo, apostava tudo na frente, o Benfica não conseguia segurar o jogo, soltar-se, dar o golpe fatal, com tanto espaço, em circunstâncias normais teriamos ampliado o marcador, mas desta feita, com o meio campo atrofiado não conseguimos desamarrar o colete de forças, ter o crer ou o poder para alcançar outro fim...

Ainda foi o Artur que fez uma segunda defesa na parte final, e acabámos os jogo completamente a defender, o André foi dos mais aguerridos, o Rodrik, esforçado mas limitado, o Garay o ex-libris defensivo, o Luisão apesar de não comprometer, não está numa fase de muito fulgor...

O resultado acaba por ser bom, mas a exibição muita apagada foi motivo de descontentamento geral, rapidamente temos que mudar a imagem do Benfica, com outra atitude, outra energia, outra agressividade, outra alegria, vencer o Gil Vicente com clareza, para fazer a gestão necessária...

A poupança também passava por uma maior folga no resultado para a segunda mão, mas assim não temos desculpa para não termos garra no Domingo, outra vez em casa, com o Gil Vicente, para segurar a liderança com todo o empenho e que, mais uma vez, irá contar com o meu apoio...

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