domingo, 10 de março de 2013

O Auto da alma benfiquista...!


Benfica 5:0 Gil Vicente

6ª-feira isentou-se de cortesia, galanteei a mulher, antes do enamoramento da cidade... A tarde continuou acorrentada à amargura do tempo, mas foi desenlaçando incumbências, embarcámos no fim-de-semana, as trevas baixaram o pano sobre o palco das preocupações...


Começamos logo com o puxado exercício físico, vício da bola, disputado conflito entre a mente e o corpo, o filho partilhou o relvado e a viagem aos subúrbios dos sentidos..., ainda cumprimentámos o Cristo luminoso, estava o Sábado a abraçar a quietude da noite...

Manhã serena, um raio de soslaio veio anunciar paz, subimos ao palco do futebolista, a luz quente embebia a relva, fazia brilhar o encarnado, os pontapés geravam energia, a península resguardava-se na muralha de nuvens que se acumulavam no desnudado azul, refrescava o rubor na fresquidão do tejo...

Embarcações de passageiros arrastava-se na ampla baia, cruzavam as vidas pelos lugares ribeirinhos...
O almoço estava marcado no Condado, herdade familiar, para festejo feminino, em jeito aniversário ou fortalecimento familiar...

As nuvens temperavam o clima, o banquete no forno e as especiarias do oriente aguçava o apetite, o néctar das vinhas do sul requintava a conversa...
Mas outros valores, uma agenda repleta de eventos, afastou-nos do lazer e trouxe-nos de novo ao centro de decisões, entre o perdão sentido ao Pai, do mais novo santificado, e o jogo de basquetebol, do mais velho, desta feita, vitorioso...

Agarrados à alegria de viver e união familiar, entrámos no ambiente acolhedor à espera que sono nos fosse embalar...

Despertámos o Domingo aquoso, bebemos cafeína para dar longevidade ao dia, até à noite de Luz..., a tarde passou entre nuvens passageiras, recatada precipitação, mas foi com estio que entrámos em Lisboa, para assistir ao Gil Vicente...

Serpenteamos a colina, passamos no bate chapas das curvas do aqueduto e chegámos a tempo de parar na roulotte, percorrer o markt da tecnologia e subir à varanda da Luz, para admirar o espetáculo com toda a tranquilidade...

Bem acomodados, debruçados sobre a baliza adversária, começámos a ver o Benfica a trocar a bola, com toda a classe, um meio campo móvel e agressivo, com Enzo e Matic, uma força motriz brutal, o gigante elástico Matic e o possante e disponível Enzo…

O voluntarismo dos laterais Maxi e Melgarejo, a armada defensiva contava com outro elemento, Jardel que substituío o seu compatriota capitão Luisão, ao seu lado um mestre de alto gabarito, Garay, um dos centrais do top mundial da atualidade, numa forma incrível, o Artur ultimo bastião…

As extremidades eram perfuradas com os tecnicistas mais conceituados do universo, com o diamante holandês, Ola John e o irreverente das pampas, Salvio.

Foi a ala direita que começou a dar mais nas vistas, com o Salvio e o Maxi endiabrados, a fazerem gato sapato da defesa gilista, num meio campo dominador. O Gil Vicente começou intermitente, quis aguentar os primeiros minutos, vem pouco confiante, não teve espaço nem engenho ou o Benfica também não permitiu outras veleidades…

Pouco depois dos 10 minutos, numa jogada rápida, o Enzo deu a bola para a desmarcação de Maxi, que entrou na área e rematou com toda a convicção, esta ressaltou no adversário e traiu o guarda-redes com a bola a transpor a linha que fazia a diferença, nos fez saltar de alegria, pela primeira vez…

Com a cadência de dez minutos, aos 21 foi o Salvio a entrar na área com a bola controlada e colada aos pés e a atirar com o pé direito para o canto, a bola foi anichar-se no fundo das redes, apesar do toque do guarda-redes…

Pelos 32, foi a vez do lado esquerdo construir a sua jogada de golo, com o John a desmarcar de forma soberba o Melgarejo, que à saída do guardião, picou a bola para o terceiro golo encarnado, para felicidade dos 33000 adeptos presentes…

Depois foi preciso esperar outro tempo, mais meia hora, atravessar o intervalo, ir comemorar junto à Catedral da Cerveja com uma imperial, voltar ao varandim, sofrer um pouco com o Gil Vicente mais afoito e empenhado em dar outra imagem do seu valor, equilibrar mais a posse de bola, para depois da hora de jogo, pelos 64 minutos, apreciar mais uma jogada de golo. Mais uma vez, Ola John apareceu isolado na esquerda e deu de bandeja, à saída do novo guarda-redes, para junto da baliza, onde o Lima, apareceu derrompante a encostar para dentro da baliza, levando ao rubro o recinto…

Depois vieram as substituições da ordem, o John saiu para dar o lugar ao Aimar, passou o Enzo para a direita, contudo o Aimar ainda não está muito sintonizado com a magia, o Gil Vicente continuou a dar réplica… pouco depois trocou o Enzo pelo Gaitan e já na parte final do encontro, o Martins, rendeu o Lima, que saiu para o aplauso e deixou o Cardozo em campo para que este também pudesse fazer o seu golo…

Mas com os minutos a escassear, a sensação do dever cumprido, o Gil Vicente mais concentrado, as ocasiões não foram muitas, apenas um centro do Gaitan para o segundo poste, onde o Cardozo apareceu a cabecear para fora, e já no ultimo instante, mais uma jogada de contra ataque, desta feita com intervenção do Aimar, agarrou na bola no meio campo, e inventou uma jogada com o Salvio a cruzar a área para o lado oposto, onde o seu compatriota, Gaitan, surgiu com toda a impetuosidade a encostar o pé, para o 5º golo da partida…

Voltámos satisfeitos, pelo meio da multidão, enfrentámos o trânsito pelas avenidas, rompemos o alma da cidade e afastámo-nos lentamente pela avenida da ponte, de volta à nossa margem, ao nosso viver, ao pulsar maquinal em prol da felicidade!

5ª-feira vamos ao sudeste de França para segurar a passagem aos ¼ final da Liga Europa, esperemos que as poupanças não comprometam o apuramento, pois Domingo, surge uma deslocação complicada ao berço da nação, onde esperemos impor a nossa ambição pela conquista de Portugal…

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