A chuva ofuscou o Domingo, a festa da vida brotou do calor fraterno e luz familiar...
O primogénito regressou das recônditas montanhas, celebramos a vitalidade num animado serão...
A semana começava o Abril, aguaceiros densos e repentinos alternavam com sol, ao alento da ressurreição sucedia a luta diária...
3ª-feira, voltava a escola, o sol rasgava nuvens para ajudar ao fulgor da vida...
A chuva fulgurante zombava de noite e intimidava-se com a manhã coragem, o ritmo exuberante da vida presente na primavera...
Os plátanos revestiam-se de verde, as gotas que iam caindo eram elixir para a natureza...
O entardecer viajava connosco na carruagem do fim do dia, luz duma vida encarrilada no sabor do tempo...
A armada espanhola perfilou-se na rota dos campeões, a par dos bávaros que levaram a melhor aos italianos... A segunda esquadra europeia era dominada pelos ingleses, mas esperava-se uma boa réplica lusitana...
O tempo de 5ª-feira permanecia igual com aguaceiros matinais interrompidos por clareiras dum azul intenso...
O fim da tarde esgueirava-se pela locomotiva, como a vontade de chegar a casa, vestir o equipamento e subir aos camarotes para ver o glorioso…
Ainda os pratos estavam em manobras nas primeiras imagens da Luz, assentei praça em frente do televisor, ainda perfilavam os jogadores, tinha os dois guardiões a partilhar os meus instintivos comentários.
Jesus apostou nos jovens Andrés, deixava o Rodrigo na frente com o Cardozo e colocava o Ola John na vez do indisponível Salvio. O Newcastle entrou veloz, com uma atitude competitiva na disputa da bola, apanágio duma equipa britânica…
O Benfica foi moldando o seu ritmo ao desenrolar do jogo, o André Gomes nem sempre com a posição e a disponibilidade física do Enzo, mas estando a um bom nível, o Matic um autêntico maestro, incansável na recuperação da bola, catapultando o ataque, numa capacidade física impressionante. O Gaitan ia tentanto dar nas vistas, O Melgarejo nota-se muito mais confiante e maduro nos lances ofensivos.
O Rodrigo anda lá com muita vontade, mesmo que a ausência de produtividade lhe atrofie o desembaraço, o Cardozo já se sabe, não é muito de defender, mas está lá para faturar…
Tinham que ser os mouros do meio campo, o Matic compensava o Gomes, dividia-se, quando o Gaitan descaia para o meio ou havia uma perda de bola extemporânea, o Newcastle, já se sabia, tentava aproveitar com toda a objetividade…
E foi num lance rápido, pela nossa esquerda que apareceu o golo, na boca da baliza, refreando um pouco os ânimos dos adeptos… Mas a força mental do Benfica está no auge, tem sido muitas as vitórias conseguidas em cima de resultados negativos, o Benfica não desmoronou…
Aparte alguma sorte, em duas chances de golo, que permitiria alcançar o 2-0 ou o 2-1 no início da 2ª parte, no computo geral não houve mais nenhuma situação de rutura ou de flagrante ocasião, nem o futebol jogado, aparte a entrega e o pragmatismo, que permita classificar esta equipa como um grande adversário…
Ao contrário, a nossa postura, a qualidade técnica evidenciada, a avalanche de ataques ou disposição atacante, a garra demonstrada, principalmente depois da entrada do Lima e do Enzo, mais tarde com a determinação do Maxi, maximizou a rentabilidade da equipa, catapultando o jogo para o desfecho esperado…
Foi um bom resultado, se pensarmos que começamos por sofrer um golo e o que este representa em termos de eliminatória, mas a margem é boa, e só uma hecatombe é que nos irá fazer perder o passaporte para as meias-finais, representaria a derrota mais pesada desta época, e não me parece, em teoria, ser uma equipa capaz da infligir…
Foi um jogo emocionante, nem faltou uma repetição da grande penalidade, escandalosamente provocada no meio da confusão, marcada com toda a calma e classe, com o adepto benfiquista mais novo lá de casa a pressagiar que seria golo…
A quase um mês do findar da época estamos a conseguir manter os níveis exibicionais e uma expetativa ambiciosa em relação aos objetivos traçados, só espero que toda esta alegria se venha a converter em troféus, porque só isso é que fica para a história… Força Benfica!
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