sábado, 30 de março de 2013

O Benfica está vivo!

Benfica 6:1 Rio Ave

No interregno da Liga peregrinámos à terra santa, mas foi só às portas do oriente que mendigamos alguns pontos para a viagem a Vera-Cruz...

Voltámos ao cantinho ocidental, à beirinha do oceano, de cintura apertada mas com ideais ricos e sátira apurada, contemplando o fatídico horizonte dum povo ambicioso e sofredor...

Socrates voltou para se justificar na praça pública, muitos nem queriam que se justificase depois do silencioso abandono, mas qual é o protogonista político estimado no meio de tanta adversidade...

A semana foi decorando o cenário melancolico do triduo pascal, dias chuvosos desfilavam na montra da atmosfera...
Animados pela folga no trabalho e espiritualidade, uma piscadela solar empurrou-nos para longe da capital..., o
tempo foi desenrolando a escuridão, avançamos decididos para o centro do território, passadas firmes para visitar a Nossa Senhora...

Subimos para Coimbra, atracámos junto ao Mondego, rendidos ao brilho da cidade ribeirinha, que ainda aguçou mais o encanto na manhã da despedida...
Depois da nobre estadia voltámos ao Santuário para lavar a alma com a reconciliação divina, antes do frenético para-brisas nos abrir as  portas de Lisboa...

Sábado permitiu que um tímido amanhecer doirado levasse o miudo a dar uns chutos na bola, antes do silêncio da tarde começar a abafar o céu...
Por essa altura, dei o folar ao afilhado, uma visita ao Estadio da Luz, com espetáculo garantido..., retornei ao varandim da Catedral, com uma visão panorâmica, voo de aguia, cântico engalanado, quatro entre 45000 pessoas que ali estavam para aplaudir o Benfica...

Os sul americanos tinham recuperado, os defesas Maxi e Melgarejo eram colegas paralelos dos argentinos Salvio e Gaitan, a torre Luisão jogava ao lado do Garay, a dupla mortífera Enzo e Matic nas trincheiras e na frente de ataque o Rodrigo apoiava o Lima...

O jogo começou sem muita pressa, a posse de bola acostumada, o Matic com braços de polvo, a defender e a atacar, o Enzo, um exímio guerreiro que sabe destruir e gizar ataques corrosivos...

Num desses slalons, pela esquerda foi o Melgarerjo que, aos 12 minutos, no centro da área, remata colocado para o primeiro grito de alegria...
Foi na baliza mais distante que, 4 minutos passados, vimos o Matic a cabecear certeiro para o fundo das redes, na sequência dum canto..

Ainda antes do intervalo logramos atingir o terceiro, desta feita o corredor da fama do lado direito para a concretização do Lima, à boca da baliza...

Depois do descanso, o Salvio já não regressou, foi para o seu lugar o Ola John...

O 4° golo não demorou a aparecer, numa boa jogada envolvente, Lima, da meia lua, com o pé esquerdo, remata em arco para um golo artístico...

O Benfica relaxou em demasia e permitiu que o Rio Ave alcance o golo, num lance de insistência, um desvio traiçoeiro, um minuto depois...

À passagem do quarto de hora eis a primeira expulsão do Rio Ave. Curiosamente são os visitantes que se unem e querem dar mais nas vistas, mas sofrem outro revés, num lance que o Maxi vem para o contra-ataque, leva outro jogador à expulsão.

A faltar um quarto de hora para o final, com o publico empolgado, a fazer a onda, a claque a cantar a plenos pulmoes musicas de incentivo, Jesus lança o Cardozo para o lugar do Gaitan, e logo a seguir aparece o hat-trick do Lima...

O John passa para a direita, o Rodrigo descai sobre a esquerda, mas a exibição não merece a coroa do êxito, mesmo que Jesus o tenha mantido em campo, para ter mais oportunidades; e foi o Enzo, depois duma excelente jogada de Ola John, com nota artística, ali mesmo por debaixo dos meus olhos, que apareceu o 6°golo da partida, em recarga ao remate ao poste...

Ainda faltavam 8 minutos para o final, ainda entrou o mágico Aimar, a 4 do final, para render o aplaudido Lima, o publico bem pediu mais um, espaço e artistas haviam suficientes para o ter conseguido, mas o Rio Ave, apesar da dura derrota, foi um digno vencido e não permitiu mais nenhum festejo...

O Melgarejo ainda  viu segundo amarelo e ordem de expulsão, o arbitro foi demasiado severo na analise e aplicação da disciplina, mas o que fica para a historia é uma goleada das antigas...

Todos ficaram satisfeitos, a noite ia alta, a esperança começava a inundar as trevas, corremos da chuva até ao carro, e regressamos felizes com a certeza que uma nova Pascoa estava para acontecer...

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