domingo, 19 de maio de 2013

Ajudar a atravessar o barco e chegar à margem!


Benfica 3:1 Moreirense

Feita a terapia coletiva na madrugada, reapareceu a luz da manhã para desvendar o caminho do costume... A chuva foi visitando o dia, ora pela janela, ora na calçada que aproximava a casa...

O rapaz voltou aos pavilhões, mais um horário que nos vai amarrar as tardes, graças a Deus, entrelaçando desporto com o vigor físico...

A noite quebrou o ritmo, o pequeno amornou o corpo na fadiga, enquanto o cansaço nos oferecia o bilhete para 6ª-feira...

Amanhecer chuvoso, neve na Estrela, tempo revoltado com a claridade de Maio, resfriando o ânimo e a ansiedade... A noite foi chegando por entre gotas de chuva, nuvens que tingiam o firmamento... Enquanto viajava na cumplicidade do filho...

Sábado, o sol intrometeu-se por entre as horas vagas do dia, doutrina do Pentecostes, demos um salto à Luz para ver as bolas ao cesto, a vitória sobre académica no último segundo de jogo… antes do infinito serão em família no conforto da sala...

Domingo, ainda submisso à amena primavera foi desenrolando o enredo familiar pelos cenários rasos do interior peninsular, torneando o estuário até ao Montijo, onde o atleta voltava à ribalta. Peripécias da partida local, das derradeiras batalhas pelo país, na expetativa dum campeão já anunciado, sem justiça, caído do céu em Paços de Ferreira.

Nos píncaros da noite, refugiei-me no sofá, para vislumbrar a partida da Luz: à exceção do Maxi, no lugar do Melgarejo e o Ola John no lugar do Gaitan, pois que o Garay, já não tinha acabado, cedendo a posição ao Jardel...

O Benfica entrou bem, o Enzo muito forte, mais ativo e preponderante do que o Matic, o Cardozo na frente a baliza a atirar ao lado…  O Moreirense estava com uma boa atitude, com alguma agressividade, em jogar o jogo de forma afoita, com tudo a ganhar... Aproveitando a indecisão do Benfica, a falta de frescura e motivação para ganhar sem nada para festejar...

Algumas investidas do Moreirense, Artur atento, iam dando algum alento perante a pouca intensidade encarnada, aos 24 um remate potente de longe do Matic e na recarga, Enzo de cabeça a atirar ao lado, apesar do fora de jogo mal assinalado... Já no outro campo, a norte, à mesma hora, na dúvida, a falta foi marcada dentro da área...
A findar a primeira parte, num lance de livre, a bola é reposta rapidamente na defesa desprevenida, e o Moreirense aproveita reforçar ainda mais o desfecho da Liga...

Antes do apito para o intervalo, uma cabeçada ao poste poderia ter reposto a igualdade numa boa oportunidade do Lima...

O Benfica entrou bem na segunda parte, com mais querer, o Gaitan rendeu o Ola John, e numa jogada demorada, a bola andou junto da área, de pé em pé, dum lado para o outro, até que o Cardozo passou ao Gaitan para o assistir no coração da área, restaurando o empate..., só que, no outro campo, quase no mesmo instante, o Porto ampliava o marcador...

Com a liderança entregue, o tempo a passar, o Moreirense a defender à moda antiga, o Benfica passou a dominador, só tinha que ter paciência para chegar à vitória… A bola rolava, os jogadores tentavam, o Gaitan mais irreverente, o Sálvio ativo…  O Cardozo aos 75, à frente da baliza, desperdiça um passe do Enzo, e este sai aplaudido, para entrar o Urreta.

Antes dos oitenta eis o golo do Lima, repondo a alegria dos adeptos, que lá foram para não serem defraudados, e os índices de confiança na equipa, antes da derradeira final...

Aos 85 o Cardozo dá o estouro e entra o André Gomes. Mesmo a terminar mais um grande livre do Urreta para grande defesa do guardião e já nos descontos, numa insistência, o Lima atira de calcanhar e o defesa do Moreirense em cima da linha defende com a mão; parecia golo, mas o arbitro expulsa-o e dá chance ao Lima de tentar mais um golo, da marca da penalidade...

O jogo termina logo a seguir e a vitória acaba por ficar bem: 65 posse bola, 28/8 em remates, 8/0 em cantos, 37/9 em ataques são esclarecedores…

O Jesus catedrático em técnicas de futebol, menos hábil no domínio das palavras, fala com o coração na boca, quase que revela o seu sentimento, mas quer esperar pela consagração da taça, para agarrar a oportunidade...

Este foi o campeonato caído do céu, da injustiça, o Paços daria muito mais luta se não fosse a expulsão e o penalti, mas não vale chorar o passado, interessa unir esforços, começar a pensar no próximo jogo, com seriedade, com toda a pujança, ganhar o troféu que nos traga alguma consolação, o merecimento pelo desempenho dos jogadores e a alegria pelas amargas contrariedades que nos fizeram saborear a tristeza...

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