
Benfica 3:1 Moreirense
Feita a terapia coletiva
na madrugada, reapareceu a luz da manhã para desvendar o caminho do costume... A
chuva foi visitando o dia, ora pela janela, ora na calçada que aproximava a casa...
O rapaz voltou aos pavilhões,
mais um horário que nos vai amarrar as tardes, graças a Deus, entrelaçando desporto
com o vigor físico...
A noite quebrou o ritmo, o
pequeno amornou o corpo na fadiga, enquanto o cansaço nos oferecia o bilhete para
6ª-feira...
Amanhecer chuvoso, neve na
Estrela, tempo revoltado com a claridade de Maio, resfriando o ânimo e a
ansiedade... A noite foi chegando por entre gotas de chuva, nuvens que tingiam
o firmamento... Enquanto viajava na cumplicidade do filho...
Sábado, o sol
intrometeu-se por entre as horas vagas do dia, doutrina do Pentecostes, demos
um salto à Luz para ver as bolas ao cesto, a vitória sobre académica no último
segundo de jogo… antes do infinito serão em família no conforto da sala...
Domingo, ainda submisso à amena
primavera foi desenrolando o enredo familiar pelos cenários rasos do interior
peninsular, torneando o estuário até ao Montijo, onde o atleta voltava à
ribalta. Peripécias da partida local, das derradeiras batalhas pelo país, na
expetativa dum campeão já anunciado, sem justiça, caído do céu em Paços de
Ferreira.
Nos píncaros da noite,
refugiei-me no sofá, para vislumbrar a partida da Luz: à exceção do Maxi, no
lugar do Melgarejo e o Ola John no lugar do Gaitan, pois que o Garay, já não
tinha acabado, cedendo a posição ao Jardel...
O Benfica entrou bem, o
Enzo muito forte, mais ativo e preponderante do que o Matic, o Cardozo na frente
a baliza a atirar ao lado… O Moreirense
estava com uma boa atitude, com alguma agressividade, em jogar o jogo de forma
afoita, com tudo a ganhar... Aproveitando a indecisão do Benfica, a falta de
frescura e motivação para ganhar sem nada para festejar...
Algumas investidas do
Moreirense, Artur atento, iam dando algum alento perante a pouca intensidade
encarnada, aos 24 um remate potente de longe do Matic e na recarga, Enzo de
cabeça a atirar ao lado, apesar do fora de jogo mal assinalado... Já no outro
campo, a norte, à mesma hora, na dúvida, a falta foi marcada dentro da área...
A findar a primeira parte,
num lance de livre, a bola é reposta rapidamente na defesa desprevenida, e o
Moreirense aproveita reforçar ainda mais o desfecho da Liga...
Antes do apito para o
intervalo, uma cabeçada ao poste poderia ter reposto a igualdade numa boa
oportunidade do Lima...
O Benfica entrou bem na
segunda parte, com mais querer, o Gaitan rendeu o Ola John, e numa jogada
demorada, a bola andou junto da área, de pé em pé, dum lado para o outro, até
que o Cardozo passou ao Gaitan para o assistir no coração da área, restaurando o
empate..., só que, no outro campo, quase no mesmo instante, o Porto ampliava o
marcador...
Com a liderança entregue,
o tempo a passar, o Moreirense a defender à moda antiga, o Benfica passou a dominador,
só tinha que ter paciência para chegar à vitória… A bola rolava, os jogadores
tentavam, o Gaitan mais irreverente, o Sálvio ativo… O Cardozo aos 75, à frente da baliza, desperdiça
um passe do Enzo, e este sai aplaudido, para entrar o Urreta.
Antes dos oitenta eis o
golo do Lima, repondo a alegria dos adeptos, que lá foram para não serem defraudados,
e os índices de confiança na equipa, antes da derradeira final...
Aos 85 o Cardozo dá o
estouro e entra o André Gomes. Mesmo a terminar mais um grande livre do Urreta
para grande defesa do guardião e já nos descontos, numa insistência, o Lima
atira de calcanhar e o defesa do Moreirense em cima da linha defende com a mão;
parecia golo, mas o arbitro expulsa-o e dá chance ao Lima de tentar mais um
golo, da marca da penalidade...
O jogo termina logo a
seguir e a vitória acaba por ficar bem: 65 posse bola, 28/8 em remates, 8/0 em cantos,
37/9 em ataques são esclarecedores…
O Jesus catedrático em técnicas
de futebol, menos hábil no domínio das palavras, fala com o coração na boca,
quase que revela o seu sentimento, mas quer esperar pela consagração da taça,
para agarrar a oportunidade...
Este foi o campeonato caído
do céu, da injustiça, o Paços daria muito mais luta se não fosse a expulsão e o
penalti, mas não vale chorar o passado, interessa unir esforços, começar a
pensar no próximo jogo, com seriedade, com toda a pujança, ganhar o troféu que
nos traga alguma consolação, o merecimento pelo desempenho dos jogadores e a
alegria pelas amargas contrariedades que nos fizeram saborear a tristeza...
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