São os loucos de Lisboa, que nos fazem acreditar!

Benfica 4:3 Sporting (a.p)

O final da semana volveu a disposição, no encerramento de escolas e desfragmentação parcial do país, foi a noite de futebol que desembaraçou a rotina e embalou o preguiçoso amanhecer de Sábado…

Manhã de sol suficiente, passagem pela biblioteca, antes dum entardecer vagaroso que nos levou ao templo, depois da doutrina dos rapazes, oração familiar para enaltecer a robustez da alma e rezar pelas vocações religiosas…

Com a intercessão divina a sobrepor-se ao dérbi capital, de ânsia controlada pela companhia da mãe, fizemos a devida cortesia de despedida, sem antes espreitar pelas vitrinas dum café, o resultado de 1-0, decorriam já 20 minutos, surgindo a referência do golo do Cardozo à passagem do minuto 12.

Chegamos a casa de asas, o portátil já tinha sido testado para ser ligado ao grande écran, mas o primeiro sinal não foi nada promissor, a primeira imagem dava conta do empate no marcador, depois do áudio a relatar o golo do Capel.

Lá dentro o jantar fumegava, alguém chamava para a mesa, tanta loucura pelo acompanhamento do excitante jogo, mas reveses vários, reduções financeiras, não permitiam um seguimento contínuo e observador…

Porém, antes do impulso para seguir a refeição, ainda vi o Cardozo a marcar, cabeceando com impetuosidade, já o final da primeira parte entrava em contagem regressiva, ausentei-me então, contando que a segunda parte fosse mais repousada…

Quando regressamos à ribalta, o segundo tempo já decorria, o marcador denunciava o hat-trick do Cardozo, uma folga no aperto da eliminatória…

Mas o Benfica começou a tirar o pé do acelarador, a baixar a intensidade, o Sporting quis dar o tudo por tudo, não tinha nada a perder, as suas ambições e o descanso semanal absoluto permitem-lhes essa ousadia, a entrega ao jogo e discussão do resultado…

E quando já tudo esperava um desfecho, eis que num volte face inesperado, o Sporting consegue mais dois golos de cabeça, no seio da área, em dois raides aéreos que nos deixaram atordoados, pois o empate foi obtido mesmo em cima do final do tempo regulamentar…

No prolongamento viemos com outra atitude, à procura do golo e mesmo que tivéssemos a ajuda do Patrício, merecemos totalmente a vantagem, ainda no desenrolar da primeira parte do prolongamento, com o Luisão a cabecear de joelhos em frente da baliza…

Até ao final, o Sporting ainda tentou igualar, mas foi o Benfica que esteve mais próximo do golo, com os lances mais flagrantes, com a entrada do Lima, determinante, o André Gomes e o Cavaleiro, mesmo que os forasteiros se tenham queixado duma penalidade, também tivemos uma jogada similar, por isso, pelo jogo desenvolvido acho que merecemos este final, honra aos vencidos e louvor aos vencedores… 
Foi um jogo emocionante, digno duma final, o Benfica ficou ainda mais confiante, depois da ultima vitória moral que nos terá afastado da Champions, esperamos continuar com este estofo e dedicação, com um banco consistente, uma equipa unida e corajosa, para as duras batalhas duma guerra que ainda só agora começou…

Agora vem o mata-mata da seleção, no mesmo estádio, o duelo com os suecos, para podermos ter aspirações a atravessar o Atlântico, mais uma de tantas viagens e recordações que o Brasil nos traz, força Portugal!