Benfica 2:0 Porto
Entre o furor dos anticiclones nordestinos e a amena
brisa que dá à costa vinda do sul, o Janeiro vai temperando o tempo,
aprisionando-nos no deleite familiar e acolchoado da sala…
O fim de semana começou com o sumiço dos símbolos
natalícios, tal como o nevoeiro se dissipava num Sábado azul. O dia extinguiu-se na luz do batismo de Jesus, na oração que nos fortalece o templo espiritual, nos
ilumina o serão e enche de alegria…
Mas o Domingo amanheceu chuvoso, deixamos o mundo lá fora
entrar pela televisão, ouvindo as gotas a flagelarem a caixilharia, fardados de
pijama, gozando a intimidade e a melancolia…
Às 4 horas da tarde, começava o grande clássico, a Luz,
repleta de adeptos, ávidos de afagar a sua dor e partilhar a sua estima pelo
Eusébio, com o entusiasmo de assistir a um bom jogo de futebol, esperançados
que esse suplemento de alento nos permitisse conquistar a vitória…
O Benfica jogava com a mesma equipa que alinhou no último
jogo, desta feita, ao contrário do que o Fonseca vaticinou, com uma equipa de
ataque, sem medos nem alteração repentina. Ao contrário foi ele que trocou o
Maicon pelo Otamendi, fez entrar o Quaresma (de peito feito peculiar!), no decorrer do jogo, como se não
tivesse mais alternativas, mas nem isso bastou…
Com uma postura aguerrida, uma atitude titânica, os
jogadores do Benfica foram disputando cada lance, trocando a bola, construindo
jogadas, entusiasmando ainda mais os aficionados, fazendo vacilar o adversário,
realizando uma bela partida…
Decorria o minuto 13, o numero da camisola do Eusébio no inesquecível
Mundial de Inglaterra, quando os meninos promissores do Benfica, com o nome do
Rei gravado nas camisolas, correram campo fora, na direção da baliza, o
Markovic, depois dum sprint infernal, desmarca o Rodrigo pela esquerda, este na
corrida, de rompante, ao jeito do seu pé esquerdo, desfere um potente remate, rente
ao poste, com a bola a entrar na baliza, com tanta rapidez como o pronto grito
de euforia…
O arbitro deixava jogar em demasia, nem cartões nem
picardia, o jogo ia acumulando grande discussão, combate bravio, ligeiro
ascendente de posse de bola azul, mas com o Benfica mais acutilante, 3 cantos
contra um, e este já no final da primeira parte; pois, tirando um lance do Jackson, em fora
de jogo não assinalado, o Oblak tinha sido um mero figurante…
Mérito para a forma unida como o Benfica jogou, e a segunda
parte não foi muito diferente, sempre com uma forte presença em campo, criamos excelentes oportunidades para dilatar o marcador. Num lance polémico, a bola
cabeceada por Matic embate na mão de Mangala, desviando a sua trajetória, bem
na frente do árbitro. Mas logo na sequência do canto, foi Garay que aparece no
meio da área, pujante e com todo o fulgor a fuzilar a baliza de Helton, de
cabeça, para júbilo dos presentes… Escreveu-se direito, por linhas ainda mais
direitas, e ficávamos com um resultado mais expressivo para enfrentar o resto
do encontro…
O Porto teve que sair e arriscar mais e pertenceram ao Benfica as mais escandalosas oportunidades de golo, com o Rodrigo isolado a atirar por cima, um cabeceamento largo do Matic… Ainda entraram o Jardel para o lugar do estafado Garay e o Amorim rendeu o Rodrigo para dar mais consistência ao meio campo.
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