domingo, 12 de janeiro de 2014

Espírito de luz e de vitória...!

Benfica 2:0 Porto

Entre o furor dos anticiclones nordestinos e a amena brisa que dá à costa vinda do sul, o Janeiro vai temperando o tempo, aprisionando-nos no deleite familiar e acolchoado da sala…  
O fim de semana começou com o sumiço dos símbolos natalícios, tal como o nevoeiro se dissipava num Sábado azul. O dia extinguiu-se na luz do batismo de Jesus, na oração que nos fortalece o templo espiritual, nos ilumina o serão e enche de alegria…

Mas o Domingo amanheceu chuvoso, deixamos o mundo lá fora entrar pela televisão, ouvindo as gotas a flagelarem a caixilharia, fardados de pijama, gozando a intimidade e a melancolia…
Às 4 horas da tarde, começava o grande clássico, a Luz, repleta de adeptos, ávidos de afagar a sua dor e partilhar a sua estima pelo Eusébio, com o entusiasmo de assistir a um bom jogo de futebol, esperançados que esse suplemento de alento nos permitisse conquistar a vitória…

O Benfica jogava com a mesma equipa que alinhou no último jogo, desta feita, ao contrário do que o Fonseca vaticinou, com uma equipa de ataque, sem medos nem alteração repentina. Ao contrário foi ele que trocou o Maicon pelo Otamendi, fez entrar o Quaresma (de peito feito peculiar!), no decorrer do jogo, como se não tivesse mais alternativas, mas nem isso bastou…

Com uma postura aguerrida, uma atitude titânica, os jogadores do Benfica foram disputando cada lance, trocando a bola, construindo jogadas, entusiasmando ainda mais os aficionados, fazendo vacilar o adversário, realizando uma bela partida…
Decorria o minuto 13, o numero da camisola do Eusébio no inesquecível Mundial de Inglaterra, quando os meninos promissores do Benfica, com o nome do Rei gravado nas camisolas, correram campo fora, na direção da baliza, o Markovic, depois dum sprint infernal, desmarca o Rodrigo pela esquerda, este na corrida, de rompante, ao jeito do seu pé esquerdo, desfere um potente remate, rente ao poste, com a bola a entrar na baliza, com tanta rapidez como o pronto grito de euforia…

O arbitro deixava jogar em demasia, nem cartões nem picardia, o jogo ia acumulando grande discussão, combate bravio, ligeiro ascendente de posse de bola azul, mas com o Benfica mais acutilante, 3 cantos contra um, e este já no final da primeira parte; pois, tirando um lance do Jackson, em fora de jogo não assinalado, o Oblak tinha sido um mero figurante…

Mérito para a forma unida como o Benfica jogou, e a segunda parte não foi muito diferente, sempre com uma forte presença em campo, criamos excelentes oportunidades para dilatar o marcador. Num lance polémico, a bola cabeceada por Matic embate na mão de Mangala, desviando a sua trajetória, bem na frente do árbitro. Mas logo na sequência do canto, foi Garay que aparece no meio da área, pujante e com todo o fulgor a fuzilar a baliza de Helton, de cabeça, para júbilo dos presentes… Escreveu-se direito, por linhas ainda mais direitas, e ficávamos com um resultado mais expressivo para enfrentar o resto do encontro…

O Porto teve que sair e arriscar mais e pertenceram ao Benfica as mais escandalosas oportunidades de golo, com o Rodrigo isolado a atirar por cima, um cabeceamento largo do Matic… Ainda entraram o Jardel para o lugar do estafado Garay e o Amorim rendeu o Rodrigo para dar mais consistência ao meio campo.

Até ao final, com a partida mais ou menos controlada, avolumaram as quezílias, o árbitro não pode evitar a amostragem dos cartões, o Danilo por inflamação e simulacro teve ordem de expulsão, e ficamos a jogar com mais um, o ultimo quarto de hora. A juntar ao um que já tínhamos a mais no esplendor das bancadas, ao espírito forte que nos acompanhava com a memória do bom Eusébio, foi fácil e gratificante alcançar esta brilhante vitória…           

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