domingo, 23 de setembro de 2012

O fado cantado de capa preta!

Académica 2:2 Benfica

O sol manteve a ostentação e o brilho do Verão ocidental, o quotidiano ia vincando a rotina em cima das lembranças das férias...

5ª-feira de Liga Europa, outras três equipas à procura da sorte: dois nulos caseiros e um cheque-mate...

A semana abrandava o ritmo, trazia um poente sereno, a folga apetecida dos tempos de lazer, para adequar ritmos, estabilizar a máquina do tempo...

Regressei às partidas de futebol semanais, em terras palacianas, com direito a consumo, para manter a aptidão física e a camaradagem; enquanto a brisa de Belém assoprava liberdade - que vida difícil a de governante ou a vida de um cidadão que se deixou iludir pelos euros...

Acentuaram-se os treinos de basquete e futebol dos promissores atletas. Sábado, o calor transpôs a nublosa que veio anunciar o Outono lá no alto da cidade, e foi connosco à tarde até à Cruz Quebrada para um jogo de pré-epoca, antes de amornar o entardecer, quando já seguíamos em cortejo, até ao campo, rumo ao grande festejo, que nos estendeu a noite para o convívio familiar…

Domingo, caseiro, saída breve pela rua, que a chuva já tinha visitado, tempo embrulhado de Outono, apesar do fervor acumulado. A noite envolveu o tempo até que luzentes imagens de Coimbra davam algum alento e abrilhantavam a escuridão…

E o jogo até começou de feição, com troca de bola lenta mas persistente, na origem de algumas jogadas de perigo, laces flagrantes de golo em frente da baliza  que não soubemos aproveitar…

Não é possível desperdiçar três flagrantes oportunidades de golo, que se arrisque provocar penáltis, que não se entre com toda a dinâmica e ambição em resolver o jogo, que se chegue ao intervalo com tanta indecisão…

O Rodrigo não está a merecer a titularidade, pelo menos nos últimos jogos, o Enzo está a ser uma boa aposta, mas é preciso apostar no Aimar, o Gaitan não pode deixar de jogar, e até esteve em bom plano na partida anterior…

No futebol, quem não marca, a qualquer altura, pode sofrer, em vez de estarmos a ganhar por dois ou três à meia hora, chegámos a perder por uma bola ao intervalo, com toda a perturbação que isso acarreta...

A segunda parte não podia começar melhor, o Benfica entrou com atitude, e resultou num lance de ataque, a expulsão dum defesa e a marcação do castigo máximo, com a obtenção do golo do empate, por intermédio de Cardozo.
Tínhamos tudo para dar a volta, sair com a vitória do Mondego, mas, mais uma vez, o tremendo caudal ofensivo encarnado não atingia o golpe fata com tantas ocasiões…

Cardozo, muito perdulário, o Sálvio ia rasgando a defesa, mas havia pouca velocidade, a Académica fechava-se bem, a chuva caia torrencial e a vitória não havia maneira de aparecer… E mais uma vez, a sorte madrasta, no único lance que chegaram à área, contra a corrente do jogo, o árbitro oferece um penalti aos da casa, que aproveitaram para se colocar de novo em vantagem…

Até ao fim, só houve um sentido, a baliza do Ricardo, mas nenhuma bola encontrava o alvo. Veio o Aimar, muito mais solto e objetivo, o Nolito, com falta de confiança, o Lima com todo o querer, e o esférico rolava no meio campo, mas sem muita clarividência no pouco espaço, até que uma bomba do Lima colocava alguma justiça no resultado, a faltar cinco minutos para o final

Até o ultimo apito, 4 minutos depois da hora, ainda tentámos, mas sem muita convicção nem engenho, apenas cantos, bolas pelo ar, alguns remates, mas a inspiração, demasiado massacrada pela incompetência, não conseguiu o êxtase da vitória, para grande desânimo do público presente, para minha grande desilusão…

Jogámos o suficiente para ganhar, mas veio ao de cima a velha história do fado, não marcámos, deixámos escapar a sorte, a equipa está demasiado sangrada (ainda por cima a falta do capitão), para quê insistir no Rodrigo, no Cardozo tão lento, agora já sabemos que o Lima pode ser solução, o Aimar tem que jogar enquanto pode, o Gaitan tem que ter tempo...

Não sei o que dizer, porque afinal, nem sequer é à defesa que se pode pedir responsabilidade, o entusiasmo do Jesus já não é contagiante, está demasiado contemplativo, urge dar mais energia e velocidade, sermos mais alegres, incisivos e dominantes, já 6ª-feira em Paços de Ferreira…

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