
Benfica 1:0 Naval
A história da jornada 10 começou a ser contada em Guimarães, ainda na noite febril de sábado, com o dérbi escaldante do minho, onde a equipa local silenciou a excessiva vanglória passada bracarense. Prolongou-se por todo o pais, com o dérbi do centro, também entre capitais de distrito, e mais abaixo, com o confronto das equipas mais sulistas do campeonato, tendo ambos terminado com um empate.
Os eternos rivais jogaram a sua sorte já com as trevas a apoderarem-se do fim de semana, um Domingo que assinalava a Semana das Castanhas e da água pé, do milagre provocado pela dádiva do soldado Martinho: os nortistas navegaram até à ilha florida do Jardim, depois da ilha mediterrânica, onde trouxeram um resultado positivo, desta feita, os ventos do Atlântico, apesar do alerta para cerrar fileiras do comandante Jesualdo, não foram favoráveis, regressando ao Continente muito desconsolados. Noite fora, o vizinho de Lisboa (mais da rua da amargura que da 2ª circular), bem se esforçaram por dar a volta ao des(norte), mas sem um novo timoneiro, para incutir mais coesão a todo o grupo, desolados pelo abandono do líder, é dificil inverter esta depressão...
Chegados assim, ao último jogo do primeiro terço desta época, dependiamos de nós para regressar ao topo da classificação, para nos afastarmos novamente da concorrência mais feroz, desacreditar todos os que se movem em despropósitos comentários sobre a nossa meritória temporada, minar o ânimo e a confiança dos que se proclamam campeões «forever», como se nós já não soubéssemos que as palavras são levadas pelo (b)vento, e todos nós temos que beber algum dia, a água que no passado rejeitámos.
A Semana era abençoada, mas começa sempre melhor com um duplo alento para enfrentar a crua realidade de 2ª-feira, o tempo continua incerto, com as névoas negras e agitadas que se vão rasgando e movimentando impacientes pela abóboda, enquanto os humanos esperam pela pontinha de luz doirada que lhes tire o frio, traga bençãos ou os livre de má sorte…
Mas a tensão é tamanha, o mundo gira com uma dinâmica imposível de controlar, de repente já queríamos ser campeões, começar a festejar, quando ainda nem sequer o relato de mais um jogo começou, nem sabemos o que se poderá vir a passar. A vontande é imensa, a confiança é crescente, mas no futebol e no resto da vida, ninguém pode, com clareza e exactidão, saber o inesperado final, antes que o destino seja cumprido, sem que o tempo dite a sua lei, sem que haja suspense e emoção...
Todos queriam que o Benfica alcançasse uma vitória robusta, que pelo menos marcasse cedo, que tornasse o jogo mais simples, que não fizesse sofrer tanto, que tudo decorrese naturalmente, como se tudo já tivesse sido pronunciado, ou fosse apenas o cumprir de mais uma etapa dum sonho, a caminho da êxtase e sublimação...
À hora marcada, lá estava eu, adepto sofredor, na minha solidão perene diante do televisor. A partida mesmo sem um ritmo elevado deixou sinais claros que o Benfica chegava rápido à área, que numa jogada mais refinada ou rápida, penetraria no último reduto, um pontapé fortuito ou numa sobra apareceria o golo. Mas, tal como a minha solidão interompida pelos miúdos, tal visão não veio a acontecer, mérito das excelentes defesas elásticas do guarda-redes da Naval, do firme e hirto poste, da pouca chama do Nuno, da enorme muralha de pernas, qual traineira vinda da Figueira para o alto mar do Benfica, em que todos pareciam estar interessados em manter à tona, sem se afundar.
Os eternos rivais jogaram a sua sorte já com as trevas a apoderarem-se do fim de semana, um Domingo que assinalava a Semana das Castanhas e da água pé, do milagre provocado pela dádiva do soldado Martinho: os nortistas navegaram até à ilha florida do Jardim, depois da ilha mediterrânica, onde trouxeram um resultado positivo, desta feita, os ventos do Atlântico, apesar do alerta para cerrar fileiras do comandante Jesualdo, não foram favoráveis, regressando ao Continente muito desconsolados. Noite fora, o vizinho de Lisboa (mais da rua da amargura que da 2ª circular), bem se esforçaram por dar a volta ao des(norte), mas sem um novo timoneiro, para incutir mais coesão a todo o grupo, desolados pelo abandono do líder, é dificil inverter esta depressão...
Chegados assim, ao último jogo do primeiro terço desta época, dependiamos de nós para regressar ao topo da classificação, para nos afastarmos novamente da concorrência mais feroz, desacreditar todos os que se movem em despropósitos comentários sobre a nossa meritória temporada, minar o ânimo e a confiança dos que se proclamam campeões «forever», como se nós já não soubéssemos que as palavras são levadas pelo (b)vento, e todos nós temos que beber algum dia, a água que no passado rejeitámos.
A Semana era abençoada, mas começa sempre melhor com um duplo alento para enfrentar a crua realidade de 2ª-feira, o tempo continua incerto, com as névoas negras e agitadas que se vão rasgando e movimentando impacientes pela abóboda, enquanto os humanos esperam pela pontinha de luz doirada que lhes tire o frio, traga bençãos ou os livre de má sorte…
Mas a tensão é tamanha, o mundo gira com uma dinâmica imposível de controlar, de repente já queríamos ser campeões, começar a festejar, quando ainda nem sequer o relato de mais um jogo começou, nem sabemos o que se poderá vir a passar. A vontande é imensa, a confiança é crescente, mas no futebol e no resto da vida, ninguém pode, com clareza e exactidão, saber o inesperado final, antes que o destino seja cumprido, sem que o tempo dite a sua lei, sem que haja suspense e emoção...
Todos queriam que o Benfica alcançasse uma vitória robusta, que pelo menos marcasse cedo, que tornasse o jogo mais simples, que não fizesse sofrer tanto, que tudo decorrese naturalmente, como se tudo já tivesse sido pronunciado, ou fosse apenas o cumprir de mais uma etapa dum sonho, a caminho da êxtase e sublimação...
À hora marcada, lá estava eu, adepto sofredor, na minha solidão perene diante do televisor. A partida mesmo sem um ritmo elevado deixou sinais claros que o Benfica chegava rápido à área, que numa jogada mais refinada ou rápida, penetraria no último reduto, um pontapé fortuito ou numa sobra apareceria o golo. Mas, tal como a minha solidão interompida pelos miúdos, tal visão não veio a acontecer, mérito das excelentes defesas elásticas do guarda-redes da Naval, do firme e hirto poste, da pouca chama do Nuno, da enorme muralha de pernas, qual traineira vinda da Figueira para o alto mar do Benfica, em que todos pareciam estar interessados em manter à tona, sem se afundar.
Na segunda parte, o Aimar quis esticar mais um pouco, lançou fortes rombos no casco defensivo, deambulou mais pelo meio, girou a bola com mais genica, mas a Batalha estava longe de se ganhar, o homem das redes, mesmo quando a bala vinha quase certeira, na direcção do canto angular, lançava as suas teias enormes, e todos os intentos saíam gorados, num enorme bruá do público que assistia ao vivo, e a todos deixava atónicos e a pasmar.
Mas o Naval, tinha a lição bem estudada, não se limitava a estar passivo, tentava atacar logo a bola, mesmo que empurrado para uma zona mais recuada, como o seu treinador fez questão de revelar, mas sempre pressionando, encurtando o espaço e evitando o desenrolar da jogada. O Keirrison não me parece, para o tempo que tem jogado, uma grande aposta, não sobressai muito a sua arte de marcar golos, como vem rotulado, ao contrário o Weldon, entrou muito bem, pode-se contrar com ele, dentro da área e principalmente em jogadas corridas, a transportar ou a aparecer para para finalizar.
O Filipe Menezes tem boa presença, mas falta ainda tempo e mais confiança para se afirmar. Hoje os quatro jogadores das laterais não estiveram tão clarividentes nem produziram a quantidade nem a qualidade que o caudal ofensivo tanto precisava, de tal forma fomos obrigados a afunilar ou a levantar a bola para dentro da área. O Saviola teve menos espaço, mas foi sempre dele e do Aimar as jogadas mais preciosas, directas e perigosas que surgiam.
Mas o relógio ia batendo, apesar do sacrifício e da água mole ir batendo, a pedra dura não dava sinal de furar, não se via ninguém especialmente inspirado para, no meio de tantos entraves e frustrações, com especial ensejo e condão para marcar; com tudo isto aproximava-se o cair do pano, pensávamos que já não ia ser possível, as lembranças sombrias de outrora já nos assolavam a mente, cheguei mesmo a evocar o milagroso Martinho que é tão próximo de Deus, mesmo que estivéssemos nas antevésperas...
E eis que afinal, quase à beira de um ataque de nervos, já meio esquecido destas fitas do Almodovar, antes a pelicula era bem portuguesa, uma longa metragem do Manoel de Oliveira, que nos havia reservado para o terminus do filme, um final apoteotico e feliz. E havia de ser o protagonista que mais merecia, com remates e cabeçadas, o que veio a alcançar o ansiado golo da vitória: Javi Garcia com uma cabeçada indefensável, nem mesmo para um super heroi cheio de elasticidade, consumava mais uma vitória, já nos derradeiros minutos da partida.
Este era um jogo que não poderíamos perder, e as imagens do contentamento e de empatia com que o Rui Costa se dirigiu aos jogadores à saida do rectângulo de jogo, demonstram o quão importante era para o Benfica ganhar este jogo; pois só assim poderemos alcançar o tão desejado título no final, não desperdiçar estas oportunidades priveligiadas para nos chegarmos à frente, afirmarmos o nosso poderio, descolarmo-nos dos que nos presseguem.
O Naval fez lembrar aqueles jogos à moda antiga, mas quase prescindiu do contra-ataque, mas em quantas partidas iguais os incautos e tímidos visitantes também morreram na praia, desta feita, os dignos e esforçados pupilos do Inácio, vieram a desfalecer já com o enorme areal da figueira à vista, ao contrário o tesouro merecido ficou para os visitados que tudo fizeram para conseguir esta vitória, ganhar mais esta batalha (naval).
Sábado voltamo-nos de novo para o palco da Luz, onde os guerreiros lusitanos terão que levar de vencida a Bosnia, ganhar alguma supremacia para tornar possível a viagem às profundezas de Africa, bem lá no sul, junto das tormentas. Será com muito sofrimento, mas uma genética coragem e bravura que todos devemos abraçar esta causa, dar uma grande alegria a todos os portugueses e levar de novo o nome da nossa pátria junto da vasta comunidade lusófona espalhada pelo continente africano.
Depois de mais uma aventura epopeia da selecção (Deus queira), regressa o futebol interno da Taça, com mais uma casa cheia para receber o Guimarães, onde vamos ter que nos aplicar ao máximo, com mais um jogo duro e dificil, para poder prosseguir também na disputa deste tradicional e prestigioso Troféu.
Um comentário:
Em homenagem aos Blogues Benfiquistas, a Gloriosasfera passa a apresentar em destaque as imagens dos Blogues Benfiquistas actualizados.
A todos os Benfiquistas que têm a coragem de escrever a sua opinião públicamente,
A cada voz própria que grita bem alto “Viva O Benfica” ,
A todos quantos divulgam o Benfiquismo com tanto amor e paixão,
Aos Blogues Benfiquistas
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