domingo, 28 de fevereiro de 2010

Abençoai-o Maria, chegou a sua hora!






Leixões 0:4 Benfica

E assim chegavam ao fim quatro semanas, depois do começo auspicioso, logo no dia três, deste mês dois, com a ascensão ao primeiro lugar, a noite foi propícia para a comemoração do 106º aniversário, do glorioso clube de Lisboa, fundado ali para os lados de Benfica, que vai continuar líder da Liga nacional…

O tempo instável continua a ditar a sua lei, encoberto pelo embuço da estação invernal. As catástrofes irrompem vorazes, sem olhar a vidas ou habitações, emergem no sossego da madrugada, às mãos de uma natureza magnanime e devastadora, destruindo aglomerados civilizacionais e os frageis humanos que os construiram e que lá estão…
Nós, favorecidos pelo florido jardim, numa pequena porção mais ocidental, enquanto vamos lamentando algumas rajadas de vento, algumas enxurradas que invadem a costa, torrentes amargas de sal e devastação, ainda transtornados pelo trágico temporal na ilha da Madeira, vimos os chilenos a serem esmagados por uma hecatombe, uma calamidade que lhes veio do fundo do nada pacífico oceano…

Muito antes de ter sabido de toda esta rebelião, o Sábado acordou calmo e preguiçoso, a casa estranhava o tardio acordar matinal, habituada ao precoce alvorecer da semana, mesmo sem sinais da luz, o vento assobiava com inquietude nas ruas, respondendo a chuva com prontidão.
Mesmo sem saber do alterta, do protótipo ciclone fabricado no sul, que seguia viagem na direção do norte, com intenção de invadir o Minho, espalhando horror pelo caminho, a inércia apoderou-se de mim e recorri ao ginásio caseiro, percorrendo quatro quilometros, parecendo adivinhar, espreitando pela janela, o desolador panorama que aí vinha…

Na hora do fausto Almoço, pude então acompanhar o triste e mínguo noticiário, a tragédia do abalo de terra no Chile…, quando já pensamos que aconteceu o pior dos males, como na vida, há sempre algo que surge pior ainda, mil vez pior, apesar de tudo, a profundidade e a distância do epicentro e a resistência dos locais atingidos foram atenuantes para a proporção dos estragos e nível de destruição atingidos, isto mesmo foi exolicado por um distinto representante da Metereologia nacional...

Mais tarde, depois de retiradas as trancas da porta, da despedida do inofensivo furacão, deparámos apenas com uma luz cinzenta, atravessámos a ponte sobre as águas tumultuosas do Tejo onde o vento ainda navegava e fomos até às piscinas do complexo da Luz. Ainda decorria o Futsal no Pavilhão ao lado, quando saimos de casa perdíamos por 3-2, mas tivemos força para empatar e não deixar fugir o líder, muito bem orientado, que veio de Belém. No Voleibol passámos muito facilmente às meias-finais e no Basquete continuamos imparáveis…

No regresso a casa, a luz esvanecia-se, fracos aguaceiros ainda teimavam em cair, e mesmo que a tempestade já tivesse passado, sem necessidade maior para sair, pusemos novamente o ferrolho na porta, e deixamo-nos seduzir pelo quente e apetível serão…

As imagens de Matosinhos, finalmente chegavam, depois de saber que na Figueira o bonito jogo da solidariedade tinha premiado os da casa, que em Aveiro o jogo tinha sido adiado, que no Minho, o Braga tinha dançado à chuva o Vira, o terreno do jogo aparecia em boas condições, mesmo depois da chuva abundante.

Depois chegou a informação onze inicial: o Aimar não alinhava, e para o lugar do Javi tinha sido eleito o estreante Airton, em detrimento do proclamado Amorim. O Eder Luis também merecia nova oportunidade, afinal se são reforços de Inverno, tem que se ir afirmando com minutos nas pernas. E que bela exibição de Airton, um colosso, com muita raça, alma gémea do Ramires, ainda que lhe falte ainda algum ritmo de jogo e adpatação ao futebol português. O Eder lá foi tentando driblar, fazer passar-se pela sombra do Saviola, ganhando espaço, e haveria de ser dele o primeiro golo da partida, quase a chegar à meia hora, desferindo um bom remate, desviado nas costas leixonenses, fazendo entrar a bola junto ao poste, sem defesa para o guardião.

O Benfica tinha entrado bem logo com uma bola no poste nos primeiros minutos, tentava segurar o jogo e obter vantagem, o Leixões ia defendendo tentando sair com o possante avançado, mas nunca incomodou verdadeiramente, o Quim que apenas tocou uma vez na bola, penso eu, na primeira parte. O Saviola ao seu belo estilo, ainda tentou ampliar com um exclente lance, à entrada da área, o Di Maria ainda quis marcar antes do intervalo, mas o árbitro auxiliar não deixou e a pausa chegou com o resultado mínimo e uma estatística esmagadora.

No segundo tempo entrámos com uma boa dinâmica à procura do segundo golo, mas o festival Di Maria, apesar das inumeras tentativas abortadas, iria começar perto da hora de jogo. Já com o Martins em campo, depois de uma combinação soberba, haveria de aparecer um magnífico chapelão e para terminar, a estocada final, com um golão de se tirar o chapéu. O Cardozo ainda tentou facturar, mas o vento norte não lhe traz grande inspiração, apesar de ter sido sacrificado, saindo muito da área para distribuir jogo.

O Maxi esteve discreto, a exemplo do Fabio, muito recatados, mas mais vale atacar menos e defender bem do que atacar melhor e defender menos, e o Maxi ainda teve o ensejo de fazer o passe para o golo da noite. O Fábio também ainda teve a oportunidade de se mostrar no lado esquerdo do ataque, depois da entrada do César, mas o lado esquerdo estava entregue ao Di Maria, o meio, a direita, o ataque em geral, e mesmo com 4 tentos, muitos foram os remates com selo de golo que não chegaram ao destino, no grande festival no Mar.

O David Luiz é um golias, o Luisão já nós sabemos, mesmo mais estático, mas o seu compatriota está soberbo até cansa vê-lo correr, defender com unhas e dentes, faz da sua entrega ao jogo uma arma letal. O Ramires é outro que se sacrifica imenso, vai sempre atrás da bola se vê que não existe ninguém a defender, lá vai ele com uma alma imensa e uns pulmões de campeão. O Martins é um jogador com muitas capacidades e resistência só falta calibrar a sua concentração competitiva.

O Leixões ainda quis reagir, alcançar o golo de honra, com alguns remates de fora da área, mas durante o jogo nunca teve a competitividade, a valentia e o descernimento para criar grandes ocasiões, talvez a pressão dos últimos lugares tivesse influenciado ou o efeito moral da mudança de Treinador tivesse esgotado, ou então terão tido pela frente um excelente Benfica com atitude de campeão.

Mesmo que em alguns espaços existam alguns jogadores que não recuperem e corram atrás da bola quando a equipa adversária a ganha e parte em contra golpe, o Ramires e o David chegaram para as ecomendas e as laterais foram bem tapadas, o Jorge Jesus, é a nossa “raposa”, estudou bem o esquema tático para este encontro, parece que tudo correu bem…

E já só faltam 9 jogos, 8 vitórias, para sermos campeões. Nós só queremos o Benfica campeão, Benfica Canpeão! O Braga que liderou por algumas horas, ninguém esperava que o “amigalhaço” viesse do algarve e provocase no minho outro temporal, e desde o dia 3 de Fevereiro que passámos para a frente isolados, ninguém duvide da nossa categoria, do futebol praticado, dos golos marcados, da melhor defesa, da nossa condição, da nossa ambição, do nosso mérito, do nosso orgulho e da nossa coesão…

Foi uma magnífica prenda do 106º aniversário, vamos passar o dia 28 de Fevereiro em primeiro, entrar o Março na frente, e no próximo Domingo, com muitos dias para recuperar, mesmo que a meio da semana começem já os primeiros treinos para o Mundial, vamos ter tempo para apurar os jogadores e escolher a melhor tática para o jogo com o Paços que vem a Luz para nos defrontar.

Parabéns, todos juntos vamos dar as mãos, fazer uma grande cadeia de oração, atravessar o tempo da Quaresma com vitórias, com muito sacrifício e devoção!

2 comentários:

SLB INCM disse...

VISITEM E DIVULGUEM http://slbincm.blogspot.com/
OBRIGADO

sloml disse...

Faltam 8 finais. Se as ganharmos todas, a recepção ao Rio Ave será a festa definitiva.