terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vitória folgada até à folia final!






Sporting 1:4 Benfica

O tempo vai flutuando sobre as nuvens, o semblante denuncia as influências temporais, atolados em rotina e imposições sociais, vamos absorvendo a luz, tentando agarrar o futuro e a esperança, submersos numa infinita fragilidade…

Vivemos num tempo cada vez mais instantâneo, diluido pelas parangonas da impressa, que relatam os fúteis episódios da vida real com os instituídos poderes. O Portugal atlântico, de vistas largas e alma profunda, manietado pela uniformidade continental e crise de identidade, vai desmoralizando perante a ausência de valores ou superior aspiração…

Depois da noite de desilusão em terras do Sado, das declarações normais do timoneiro Jesus, corolário de alguma consternação e enredo jornalístico, ficamos a saber que o Comandante do Arsenal bracarense ficou sentido com a afronta e, no seu entender, pretensiosa afirmação. Ficámos a saber que a táctica adoptada pelo clube de Braga é a mesma dos insignes e eternos rivais: vitimização e preconceitos, ódio indelével pela nossa Instituição…

Perante este incomodo cenário, todos clamam uma maior moralização do futebol, valorização do espectáculo, rentabilização do negócio, mas todos se digladiam em palavras e insinuações, atacando os órgãos gestores, de regulamentação e os directos intervenientes, defendendo, até à exaustão do ridículo, a predilecção e a vitória do seu clube… O Benfica, neste cenário assombroso, afigura-se o denominador comum de tanto rancor e perturbação, todos disparam na direcção do encarnado, é só dar atenção aos maçadores debates telivisivos (vou deixar de ver estes reiterados atentados e faltas de consideração) sobre a distinta modalidade… e tão somente o Mais Futebol!

Por falar em Modalidades, no Domingo fui assistir, com os irrequietos catraios, a mais uma vitória do Andebol, depois de um começo avassalador, deixamo-nos envolver por alguma ansiedade mas soubemos sempre dominar a ambição forasteira. Neste fim de semana, aliás, ganhámos todos jogos disputados, nos desportos intitulados amadores, o que nos dá muito estimulo e orgulho para o futuro…

Ainda fomos apanhados por alguns aguaceiros, que foram sendo cada vez mais persistentes com o anoitecer, anunciando o desfecho de mais um fim de semana. Na manhã seguinte mais uma volta na roda do carrossel, apesar de tudo animados pelo falso estio, pois as nuvens amontoam-se e passam ligeiras empurradas pelo tempo. Algumas ainda se zangam e desatam a chorar, mas a sua fúria vai esmorecendo e abrindo clareiras para o fogoso sol.

Nesta ambiguidade climática, ainda a uma semana da festa do Entrudo, apesar do vulcão já expelir laivos de irreverência e alegria bem no centro do reinado do carnaval brasileiro, chegámos ao derbi capital, o jogo que iria ditar o finalista da Taça da Liga, no seu segundo ano.

Só uma das equipas podeia repetir a final, e agora ficámos a saber que apenas uma pode repetir a proeza de arrebatar o troféu. Era um jogo emotivo que iria exigir grande entrega e determinação, por todas as razões, o Sporting queria vingar o amargo desfecho passado, aproveitando para fazer uma terapia à sua depressão… mas o João Pereira, imaturo e irreverente, de metal na boca, quis tratar um lance à lei da bala e isso condicionou bastante as legítimas intenções leoninas. Como se não bastasse o castigo da inferioridade numérica, este livre deu ainda direito a ganhar superioridade no marcador, com a torre de David a ditar a sua lei com a benção de Deus...

Os jogadores do Sporting apesar de tudo deram uma boa réplica, esforçaram-se, apesar do incentivo no facilitar do golo, que teve o condão de espevitar mais um pouco o Liedson, afinal tem a Africa do Sul como horizonte motivador, o Moutinho mostrou raça e caracter, mas numa equipa ferida e diminuida era dificil fazer melhor...

O Benfica começou por jogar com algumas alterações, na defesa as torres estiveram ao seu melhor nível, o golo alcançado realçou e premiou as duas exibições, o César e o Ruben são dois jogadores experimentadíssimos, dispensam apresentação, o Carlos esteve mais possante que no jogo anterior, o Javi e o Ramires são os operários mais distintos da companhia, o Di Maria esteve ao seu melhor nível, mirabolante, mas não conseguiu o derradeiro chuto, de conclusão ou serviço de bandeja…

Os únicos dois elementos em sub rendimento foram os avançados: o Eder nunca conseguiu pegar no jogo, pecava sempre por excesso de intervenção ou despelicência, e o Kardec, apesar de se notar pinta de jogador, ainda não teve oportunidade de se mostrar. Com tudo isto, claro que no último terço, a falta do Saviola e do Aimar vieram ao de cima, talvez o Kardec possa ter titularidade ou o ensejo de jogar com eles noutra ocasião.

O Cardozo entrou para ganhar ritmo e adquirir confiança, e não podia ter resultado melhor, a dada altura, na presença dos dois intrusos menores, que dividiram comigo o sofá, no relato lúdico da partida, depois de ter dito o quanto era importante o Cardoso marcar, para reparar a auto-estima, eis que um excelente pontapé proporcionou um grande golo, que lhe voltou a por um sorriso na cara, depois de a ter crido tapar no último sábado.

O Ruben está a ganhar forma, é um jogador seguro, com sentido táctico excelente, e o Peixoto esteve muito bem no ataque, mas o Benfica tem que ter atenção nas percas de bola, se a outra equipa defende alto, porque o Di Maria, principalmente, não é muito de defender, e o Javi está a ser muito importante nas tarefas defensivas, tal como o Ramires que, já se sabe, tem uma entrega inexcedível, mas quando o Garcia cumprir os 2 jogos ou o Ramires não poder jogar, é importante montar uma estratégia coesa e com a mesma rentabilidade…

Agora, enquanto ficamos à espera do adversário da primeira final da época, temos que começar já a preparar o próximo jogo com o Belenenses, com um grande rigor e empenhamento. É o jogo mais importante que temos pela frente, para consolidar a liderança, pegar de frente os cornos deste campeonato, sem melindrar ninguém, para poder ficar mais confortados à espera do desfechodo da partida do Dragão, na 20ª jornada. Não podemos facilitar, temos que abordar com brio e categoria o jogo de Sábado, na presença de uma esmagadora falange de apoio, para catapultar o Benfica lá para cima, à custa de excelentes índices competitivos e exibicionais

Força BENFICA, só a atitude e o sacrifício nos farão atingir a glória de campeão! Nós estamos a torcer por ti!

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