quinta-feira, 8 de abril de 2010
Sucumbimos, mas é preciso ressuscitar!
Liverpool 4:1 Benfica
Com mais uma Páscoa passada, para nos ajudar a atravessar a vida, vamos superando dificuldades, tentando decifrar encruzilhadas, assimilando com toda a confiança a vontade de Deus, dando vivas, esperando convicção!
Com o passar vagaroso da primeira semana de Abril, o tempo foi clareando o espaço celeste, somente alguns salpicos de branco persistiam em filtrar a luz soalheira que brilhava no firmamento, espalhando uma serena aura de calor e felicidade…
Chegados ao oitavo dia, sem que o clima se mostrasse importunado com a sabedoria popular, nem com a rima sobre um mês molhado, com o trabalho a restituir a fadiga atenuada pelo abeçoado descanso, era também dia de jogar o Benfica, lá longe, em terras de sua Majestade... e isso fazia toda a diferença!
Não sei se houve uma exagerada euforia, depois do estonteante embate de 2ª-feira, era certo que partiamos para esta segunda mão com alguma vantagem, mas o relato da viagem dos adeptos e o ambiente de optimismo verificado nas diversas declarações, lembrando feitos passados, reavivando conquistas, conseguidas com muito empenho e dedicação, não fariam prever tamanha tristeza e desilusão…
Ou então era já o pronúncio do desaire, por falta de humildade, estávamos já a levitar na aura do sucesso granjeado pelas exibições alcançadas nas últimas partidas, sabendo nós que para ganhar, era preciso sermos operários, descermos à terra, trabalhar com mais afinco e determinação...
O Jorge Jesus diz que dá primazia ao Campeonato, mas não se entende então como é que pôe de fora o Maxi (que nem irá jogar no próximo jogo), mais rotinado nas tarefas defensivas, preponderante na última eliminatória. Como é que vai pôr o David Luiz na esquerda [até já nos tinhamos esquecido que fazia (bem) esse lugar (veja-se o 3º golo)], pondo o Sidnei sem ritmo no eixo da defesa (veja-se o 2º golo), mesmo que não tenha, no restante, comprometido.
Então, porque é que não poupa o Cardozo, que durante 90 minutos faz 3 remates à baliza (de livre) e teve não sei quantas perdas de bola, quando tem um Kardec, muito mais possante e tecnicista. Do Julio César, não queria falar mal (que saudades do Moreto!), mas parece-me demasiado tímido quando tem que intervir no confronto físico, a pequena área tinha que ser o seu território. O Di Maria esteve uns furos abaixo, aliás, a equipa não conseguiu soltar as amarras montadas pelo Liverpool, nunca conseguiram ligar o jogo com muita fluidez, vindo ao de cima a atitude competitiva dos visitados, a sua maior entrega e poderio físico, com o apoio suplementar do público presente em Anfield...
A estatítica que eu tenho presente, independente do jogo (ainda mais com esta responsabilidade) e da equipa adversária é que, sempre que um Treinador mexe no onze habitual, deslocando jogadores para outras posições, dá sempre mau resultado. Claro que não atribuo as culpas do insucesso apenas à inesperada mudança de estratégia, até porque nunca iremos saber qual seria o resultado...
O futebol é fertil em volte-faces, quando esperamos que já temos tudo na mão, confiantes num bom resultado, eis que aparece o descalabro. Mesmo que agora queiramos conformarmo-nos dizendo que já chegámos muito longe (até comparando com a época passada), que temos que dar um passo de cada vez, para consubstanciar a nossa ambição ao nível internacional, o que é facto é que perdemos uma excelente oportunidade para podermos chegar mais além…
A magia do futebol está mesmo nesta incerteza e imprevisibilidade, toda e qualquer teoria cai por terra aos pés do inevitável desfecho. Para mim não existem teorias muito fiáveis, cada jogo é irrepetível e tem a sua própria história. Por um lado dizia-se que era preciso aguentar os primeiros 20 minutos, o Jesus, após o jogo, dizia que era preciso ter chegado ao intervalo sem sofrer, mas perante uma equipa tão competitiva como o LIverpool, o que era realmente preciso era que o estado físico não desse qualquer parte fraca, que estivéssemos sempre concentrados, jogando num ritmo intenso e acelarado, não cometessemos muitas falhas defensivas, criassemos mais e flagrantes oportunidades...
Ao contrário de outros jogos que inventamos lances de ataque com iminência de golo, neste, o pontapé certeiro do Cardozo, para além de não ser previsível, nem sequer resultou duma clarividente ocasião, apenas de livre é que conseguimos criar algum perigo.
O Javi foi dos mais consistentes, o Ramires andou muito desaparecido para o que é seu costume, o Martins nunca conseguiu encontrar espaços e impor-se no meio campo, sendo substituído numa fase em que estava melhor do que o Aimar. O Amorim também nunca jogou com muita velocidade, apesar da experiência, não é o lugar onde tira maior rentabilidade.
Enfim, a noite já vai longa, foi assim que eu vi este jogo de má memória, entre quatro paredes, na companhia do meu mais pequeno progenitor, que quis ser solidário com o pai sofredor. Não que eu já não me tivesse mentalizado, durante o dia, o meu discurso era muito pragmático, tinhamos que estar preparados para o melhor e para o pior...
Enfim, não tivemos pernas, nem cabeça, nem inspirados, para esta noite europeia, deixámos cair o sonho nas profundezas do inferno, perante tanto entusiasmo, os diabos de liverpool mereceram a superioridade, mas fica sempre o amargo por sentir que tinhamos algumas possibilidade...
Agora é levantar a cabeça, entregarmo-nos de corpo e alma ao objectivo de triunfar na Liga nacional, aplicarmo-nos com todo o entusiasmo e empenho nos confrontos que ainda restam, a começar já contra o Sporting, na próxima 3ª-feira, para poroporcionar a toda a comunidade benfiquista a alegria imensa de festejar o título de campeão, levar esse contentamento a toda a nação!
Força Benfica!
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