segunda-feira, 5 de abril de 2010
Vitória Naval, antes do cerco a Lisboa!
Naval 2:4 Benfica
O fim-de-semana prolongado veio logo atrás do começo de um novo mês, oferecendo a possibilidade de vaguear para longe dos locais habituais, propírcio para fazer esquecer as acostumadas tarefas, permitindo distribuir o tempo por uma larga percentagem de repouso ou apostar numa série de iniciativas de lazer e entretenimento, sem descurar a actividade física e o contacto priveligiado com a natureza...
Desde cedo agarrámos essa disponibilidade, planeando um passeio turístico, com visitas a algumas vilas e cidades alentejanas, numa 6ª-feira santa em que o sol andou sempre acompanhado por nuvens passageiras, enamoradas por uma fresca brisa.
O regresso ao lar foi tardio, aproveitando a lonjura e os espaços largos de estio para entrar nas rotinas e nos monumentos das diversas localidades, captando outras imagens, dispersando o pensamento, na companhia dos que mais amo, em contraste com o espinhoso itinerário que, naquele dia, a caminho do calvário, levara o Jesus desamparado para o alto da sua mais importante missão terrena...
O Sábado santo, qual jornada de pesar e recolhimento espiritual, prostração perante o acto de flagelação, apareceu com alguns chuviscos, aliás, todo o país ficou solidário e abrangido com a mesma metereologia, perante a expectativa gerada com o desenrolar dos acontecimentos. Levámos as crianças ao cinema, o filme prometia muita animação, os efeitos tridimensionais quase nos faziam voar, com os afáveis e monstruosos dragões mostrando-nos lindas paisagens sobre a terra dos inconformados Vickings, até que a robustez e a dimensão se dissolveram num perfeito e sublime abraço comunitário...
A noite trazia já consigo uma incontrolada alegria de mudança, envolta nas trevas da incerteza, vislumbrava-se já uma luz crescente a iluminar a nossa esperança, a tornar visível o nosso caminho, a imagem do sepulcro vazio transmitia uma indubitável confiança para enfrentar o destino...
Imbuidos desse júbilo, com um sol fulgente que chegou pela manhã de Domingo, antes do convívio pascal com a família, saimos para a rua e fomos glorificar a ressurreição de Cristo, num templo pequeno para tanta multidão, ávida do anúncio do Deus Salvador.
O tempo primaveril parecia estar finalmente a despontar, a Páscoa trouxe-nos um sol duradouro, a festa era propícia para grandes comemorações, a partilha fraterna e o ambiente acolhedor encontrados naquele dia foram motivo de grande regozijo e satisfação…
Na 2ª-feira, o aquecimento solar prosseguiu paulatinamente a simbiose com a vegetação, marcando o começo de mais uma semana. Enquanto a noite não chegava, fomos ocupando mais uma jornada de descando, de forma tranquila e saudável, levando os miudos ao parque, organizando a casa e a mentalidade para o retorno laboral.
Finalmente, os focos traziam a Figueira da Foz para a ribalta, a bela cidade costeira, centro de um veraneio envolvente, era o ponto de encontro de inumeros benfiquistas, o estádio da Naval, quase lotado, com cerca de 9 mil lugares, alugados quase na totalidade à empolgante falange de apoio encarnada, que queria assistir ao vivo a mais uma partida, ajudar o Benfica nesta cruzada até à derradeira conquista nacional...
É dificil ficar indiferente à multidão de adeptos, à enchente registada neste encontro, à moldura humana, ao fervilhar de sentimentos que movem estas pessoas, um clube que não tem comparação possível neste pequeno Portugal, nem se juntássemos todos os espectadores que presenciaram neste campo os clubes rivais…
O Jorge Jesus teima em afirmar que a Liga é crucial, justificando a distância entre os jogos da Liga Europa mas, apesar de não poupar o Luisão, quis fazer descansar o Ramires e o Carlos Martins. A equipa começou o jogo demasiado expectante, com alguma sobranceria, não entrou com a dinâmica habitual, teve que sofrer dois golos, no primeiro quarto de hora, para acordar, correr mais um pouco, elevar os seus níveis de concentração e entrega. Claro que não se esperava que o ritmo fosse tão elevado por parte da equipa visitada, que a Naval fosse tão acutilante e tão eficaz…
Mas, o mesmo azar ou apatia que demonstrámos no começo da partida, acabaríamos por aproveitar, num recíproco tratamento, ainda com uma oferta suplementar, tudo no decorrer do primeiro tempo, com a obtenção dos golos e a reviravolta no marcador. O Weldon que mostrou a sua aptência na pequena área, selou com a cabeça o empate, no meio de tanto esquecimento, e o fugurante Di Maria, lançado pelo David, desta feita não se fez rogado, alcançando um golo importante, repondo uma legítima superioridade.
Realmente o Naval não quis jogar com "autocarro", quis proporcionar um bom espectáculo, mesmo que recuada tacticamente, perante o reconhecimento de poder, mas, da mesma forma que teve mérito na maneira com abordou o encontro, baqueou perante o inconformismo e a acutilância encarnada.
Com a entrada do Carlos Martins, o esquema táctico e o fluir do futebol foi mais condizente com as últimas exibições, mesmo que se notasse um decréscimo de velocidade, mais acentuado com o alargamento dos golos, uma maior gestão de esforço e uma subida no terreno por parte do Naval. Apesar de tudo o David continuou com fulgor junto à linha, o Carlos Martins ainda tentou marcar um golo de belo efeito, o Cardozo tentava voltar ao topo da lista dos goleadores, mas o caudal ofensivo não chegava muito incisivo e consequente.
Depois de um começo tão mau, a 6ª final acabou por resultar num bom desempenho, mais importante, numa vitória crucial para atingir os objectivos de campeão. Ficam a faltar só mais cinco finais, a próxima já com o oscilante rival de Lisboa, num jogo onde se pode esperar tudo do Sporting, para o qual devemos estar devidamente prevenidos; contudo este jogo fica ainda a 5 dias de distância do próximo em Inglaterra, que se disputa já daqui a três...
Efectivamente, é já na 5ª-feira que vamos a Liverpool discutir o nosso prestígio internacional, lutar pela continuação na Liga da Europa, temos que nos aplicar com muito esforço e abnegação, a exemplo dos últimos embates europeus, para carimbar a passagem na eliminatória; eles estão habituados a serem competitivos e vão querer rectificar o resultado mas o Benfica tem argumentos, se jogar determinado, para merecer um lugar nas meias-finais...
Et pluribus Benfica!
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