terça-feira, 14 de setembro de 2010

É preciso voltar a acreditar!









Benfica 2:0 Hapoel Tel Aviv

Mais uma semana de intenso trabalho que nos vai entrosando rapidamente na alucinante actividade laboral, os horários escolares aceleram essa inevitável transição com o começo de mais um ano lectivo, as memórias das férias vão esvanecendo como a claridade que se vai sumindo nos percepitados ocasos do fim do Verão…

Apesar de tudo, as altas temperaturas favorecem a conservação das mais vivas lembranças, tornam o processo de adaptação mais vagaroso e permitem resistir com alguma veleidade…
Contudo, nesta altura, com a enfermidade do pai, retido ainda pelas instalações hospitalares, numa situação de aparente estabilidade, resistindo com um heroi a tanta moléstia, quaisquer tipo de reflexões metafísicas, são meras explicações ou excentricidades…

Depois da ronda dos quatro caminhos, para recolher a família, dispersa por outros tantos estabelecimentos, atravessámos as vias saturadas do centro da cidade, até ao subúrbio, com passagem pelo pavilhão, para alguns minutos de descontracção muscular. Quando chegámos finalmente à casa dos sonhos, a televisão dava conta do apito inicial…

A noite quente de Lisboa, acentuava a brilhante luz que reflectia o encarnado, sob um palco majestoso. Antes, numa breve passagem pelo Canal Benfica, na antevisão do jogo, o Simões dizia que: se os adeptos presentes no estádio valessem por dois, em apoio e entusiasmo, que isso seria um grande tónico para a equipa, mas não foi bem isso que viria a acontecer…
O nervosismo já habitual, esteve logo presente, por culpa da avidez de resultados, e essa tensão sentia-se no ambiente que se vivia em redor… A desconfiança dos espectadores, gerada pelas pálidas exibições, a impaciência que se vai apoderando, em proporção inversa da segurança que os jogadores vão perdendo, resultam na espontaneidade e velocidade que a equipa não consegue imprimir…

Eu sinto, nos jogos do dragão, um ambiente sempre efervescente, que empolga e incentiva os da casa, pressiona os adversários, intimida o próprio juiz - contra o Braga foi isso que influenciou o desfecho - mas nós, humilde classe de um povo luso, ilustres benfiquistas, dependentes do fado, parece que gostamos de sofrer…
Não estimamos os nossos jogadores, atiramos logo a primeira pedra, reflexo de uma educação atroz, desde logo habituados a lidar com julgamentos, sobrevivendo orgulhosamente sós… ou seja, o oposto do lema que guia o clube que amamos: todos por um...
E depois deste semear de alguma instabilidade e inquietação, queremos colher vitórias arrebatadoras e soberbos desempenhos, queremos que a bola de neve vá engrossando, mas na direcção errada corremos o risco de ficarmos esmagados…

A minha visão deste jogo, contra o Hapoel, mostrou uma equipa ainda muito perra, sem muita velocidade, nem dinâmica, por alguns instantes apática, deixando o adversário jogar. O Aimar é o que mostra mais afinco, o Fabio, para mim, está melhor que o ano passado, o Luisão esforça-se por atingir a sua capacidade, o David Luiz está no bom caminho, mas o conjunto ainda está desligado, nota-se falta de confiança. O rendimento tem que ser uniforme, por isso não se pode dissassociar a fraca prestação do Cardozo com a falta de qualidade colectiva demonstrada.

Para reverter este trajecto mais sombrio, foi importante ganhar hoje, para que os níveis de auto confiança prevaleçam, mas o Benfica ganhador não passa só pelo onze titular, passa pela multidão ruidosa e entusiasta, passa pela bola que entre na baliza, pela genica e entrega que cada jogador consiga imprimir em cada jogo, que a soma das partes seja suficiente para ganhar, que nos consigamos envolver de novo, acreditemos e façamos a equipa acreditar…

No próximo fim de semana, temos um derbi excitante, talvez um jogo motivador para nos superarmos e catapultarmos definitivamente, com mais firmeza e convicção, na senda do sucesso, mas só com a nossa fé e apoio incondiocional, conseguiremos vencer…

Nenhum comentário: