domingo, 3 de outubro de 2010
Contra a crise... marchar, marchar!
Benfica 1:0 Braga
Passada a segunda metade da semana, depois da malograda sina do solo germânico, o Outubro veio instalar-se vagarosamente, mesmo que o sol permanecesse vigilante, num horizonte deixado seduzir pela penumbra que, nesta altura, vem invadir o ocidente...
Com o olhar já distante das férias, vamos tentando encontrar outras contemplações, provocar outros encontros, planear viagens de recreio, saltar o cerco da cidade, descobrir novas emoções e devaneios. Assim, Sábado cedo, fizemos um círculo pelo vale do Sorraia, atravessamos Montargil, alargamos o trajecto por Gavião, e atravessamos o rio grande por Belver; começando a fechar a circunferência com paragem em Abrantes, para pernoitar de tantas vistas e da fadiga...
No Domingo, continuamos a perseguição do Tejo, por terras ainda ribas, moldando os contornos pela margem esquerda, aproximando-nos de novo das muralhas da capital, fechando o itinerário, tal como o rio, perto da foz. Depois da travessia, ainda fomos mais além, tomar parte dum almoço comunitário, antes de retomar em definitivo ao condado da nossa jurisdição, nos limítrofes do Cristo rei.
Mas este reencontro haveria de ser rápido, porque já eram horas de sair para nova aventura, estava à minha espera mais um intenso espectáculo, vibrante de luminosidade, repleto de emoção.
Ao contrário do que suponha, a chuva que apareceu decidida pela manhã, voltou a sumir no exacto momento que me preparava para apanhar boleia dum cunhado, rumo ao ninho da águia...
A exemplo de alguns caminhantes, avistados nesse dia, quais devotos peregrinos de Fátima, assim entendia aquela Romaria, ao estádio Catedral, ali para os lados de Benfica, onde um foco de luz, ao começo da noite, iria reunir uma multidão, fazer brilhar o olhar, vincar a devoção…
Foram mais de 43 mil espectadores que estiveram presentes nas bancadas para apoiar, mesmo que de forma hesitante, a supremacia encarnada no jogo e no regresso às vitórias. Ainda assim, a equipa da casa começou com muita serenidade, certeza no passe e demasiado previsível, mas, mais valia jogar pelo seguro, consolidar processos defensivos, pois só assim poderá assentar qualquer pretensão mais ambiciosa, resultados positivos e evolução técnica.
Mas o público impacientava-se com tanta lentidão, o Domingos evidenciava alguma paciência, parecia que o empate já era suficiente, e o conformismo instalava-se em forma de silêncio, perante a falta de eficácia nas poucas oportunidades criadas…
O Gaitan, a partir de certa altura começou a aparecer na partida, à medida que eclipsava o Saviola (ele continua a levantar o seu olhar para o céu), o Aimar bem tentava emitar-lhe as pisadas, mas as suas acções eram muito desapoiadas, quase todos os jogadores, o Maxi principalmente, estavam com os movimentos perros e calculados.
O sector inferior levou-me para junto do relvado, comecei por observar mais de perto o desenrolar do jogo na área do Braga, mas apenas um remate do Saviola me fez levantar. Na segunda parte, logramos outras chances para alcançar o golo, com o Saviola novamente em destaque, mas haveria de ser já na recta final, que o Carlos Martins haveria de sacar um coelho da cartola, com um pontapé fulminante, a fazer um soberbo golaço, a despregando-me da cadeira, com um impulso vibrante, e um grito eufórico para quebrar a monotonia.
O Kardec esteve esforçado (apesar das cãibras), é preciso continuar a tentar a sorte, o Javi esteve mais uma vez excelente na arte de ocupar o campo na parte defensiva, em complemento com a dupla de centrais. O Maxi subiu de rendimento na segunda metade, vou confiar que a disponibilidade física esteja a agora influenciar a sua performance. O Martins deu mais na vistas, até a defender, mas ainda nos faltam alternativas e um onze mais incisivo, para garantir outras soluções, elevar a competição vinda do banco.
Depois do golo da vantagem, o eco da massa adepta ouviu-se com mais afinco, os jogadores souberam gerir as ansiedades do jogo, foram inteligentes, e resistiram a um ultimo fôlego do Braga para chegar ao empate; mas nem com a ajuda dos 6 minutos, os forasteiros criaram grandes lances de perigo, ao contrário, o espaço permitiu ao Fábio Coentrão isolar-se e ficar à beira da finilização mas esta não quis nada com ele.
O Braga que até ali esteve a jogar, nitidamente para o empate, com demoras de reposição, trocas de suplentes, depois da desvantagem já quis acelerar o jogo, correr atrás do prejuízo, mas, se não queria ter saído dali com uma derrota, tinha que ter feito muito mais, desde o começo. Mas a falta de confiança é notória e influencia sobremaneira o rendimento, nós que o digamos, que estamos ainda a angariar uma estável e combativa moralização.
E foi assim, contente pelo ânimo do resultado, anónimo no meio de tanta gente, que me fui arrastando das imediações, apressando o passo pelos passeios, conduzido em alto estilo até à casa dos sonhos, para junto da família, que já dormitavam no aconchego do lar…
Depois de um fim de semana alucinante, o repouso reclamava primazia, extenuado o corpo, era altura para estabelecer a sintonia com a confortada alma, alimento para a nossa própria mentalização e estima.
Agora, vamos todos torcer pela Selecção, deixar-nos de comentários mordazes ou apoios hipócritas, restabelecer o empenhamento no jogo da Taça, para irmos a Lion, com toda a força, segurança e ousadia…
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