
Porto 5:0 Benfica
Os dias vão avançando num voo estonteante, nas asas do tempo surge o Novembro, de manhãs claras e orvalhadas, denunciando o acentuado arrefecimento noctívago, todavia a saudação dourada do sol que vem inundar a cidade, para gáudio do Cristo Rei que o espera no alto, de braços abertos.
Na verdade, a temperatura foi revelando o aprazível Outono ocidental, com mais um fim-de-semana a irromper da brisa atlântica trazida pelo vento sul.
Os amargurados momentos do trágico desenlace do meu pai, vão salientando o esmorecido envelhecimento, enquanto apostamos na aliança do tempo, para nos transportar pelas ternas lembranças da convivência terrena, na importância de um trajecto de vida, cujo protagonista foi o meu adorado progenitor, já a descansar na paz e luz eternas, junto de sua filha, intercedendo por nós…
Na terra, tentava ludibriar o descernimento, com o futebol; depois do jogo de 3ª-feira, da demonstração de superioridade e força mental alcançada, perante um adversário difícil, que nos tinha infringido uma penosa derrota, mesmo que o último sexto de jogo fosse desastrado, nada deixava antever a tamanha hecatombe ou falta de resistência mental demonstrada neste jogo do Dragão...
Foi um embate demasiado contundente e desolador, só um grito de coragem, união e determinação… poderá cicatrizar tamanha desilusão… talvez pudéssemos também crucificar Jesus, mas isso já foi feito antes, sem grandes melhoras para a civilização…, pois, qualquer senso comum, diria que se não devia alterar jogadores, mudar estratégicas à última hora, para estes jogos mais exigentes, sendo certo que o David, jogador das melhores selecções, não podia ter demonstrado tanta ingenuidade...
O que é certo é que o Porto também jogou sem Fernando, mas o Guarin, pouco tem jogado e convencido, foi mais que suficiente, perante a entrega colectiva coesa e solidária, com um Hulk super motivado e inspirado, a realizar um soberba exibição, com mérito para a atitude e empenho de todos, pois, mesmo sem Meireles e Bruno, conseguem ser homogéneos, objectivos e concretizadores.
Neste pálido Benfica, o que podemos dizer: o Salvio, não quer dizer que não merecesse a oportunidade, mas o Gaitan é dos que mais tem evoluído e praticado bom futebol, o Saviola é experiente e sempre podia despontar... mas talvez existam outros factores extra que minassem a disposição e a postura dos jogadores, porque, chegados a este estatuto e alto gabarito, não podemos baquear desta maneira, sem garra, sem chama, transfigurados na ambição...
O Benfica, já há muitos anos que sofre destes complexos, não assumir desinibido e com entrega máxima, imune à pressão.
Outras considertações, para além do futebol jogado, que é consequência directa do ambiente que se vive em redor:
- Na ultima época, quando foi unânime, a nossa supremacia e afirmação, tentaram logo denegrir o nosso prestigio e méritos, destruir a nossa categoria, com assuntos de bastidores, falando de túneis até à exaustão, se bateu ou não bateu, se foi com razão, se a figura agredida merecia credibilização, mas se forem umas quantas bolas de golfe, a partirem vidros, a caírem no relvado ou em cima de algum jogador, mais, se essa acção for reiterada, levarem galinhas para o campo, enxovalharem os adversários, fazerem uma enorme pressão, isso é normal, são os cérebros do norte, a maquiavélica organização portista, com aprovação moral e por omissão dos dirigentes, que os levam a engendrar tal farsa e ofensas com vista aos seus intentos e supremacia...
Porventura será uma questão estrutural, mas nada justifica a tão fraca prestação dos encarnados, todos já sabemos, o próprio Jesus falou sobre isso na antevisão, do poder do Porto no seu estádio, da força mental e acutilância que os jogadores evidenciam em sintonia com o ambiente que se gera em redor, tanto o apoio vibrante que o publico estabelece e que afecta os mais imprudentes e descuidados forasteiros.
Jorge Jesus é o principal responsável porque demonstrou medo ao alterar a equipa e não está saber motivar os jogadores para resistirem a tão duros embates, como são sempre estas idas a terras do dragão, pois estes irradiam ódio e fobia às cores do nosso emblema, lançam fogo e vibram com a nossa decepção...
O Benfica tem que subir os níveis de empenho, orgulho, trabalho, tem que lutar de um forma austera e perseverante em busca da vitória, correr até à exaustão na conquista de cada partida, seguir sempre forte, cada vez com mais convicção, libertar-se dessas amarras e fantasmas que nos derrubam em cada percalço ou indecisão...
Enfim, a próxima partida é muito importante, para reparar a confiança, calibrar a auto estima, rapidamente conseguir atingir outra estabilidade... o próximo jogo será mesmo, por todos os motivos, uma batalha crucial, uma guerra naval, em que temos que intervir com toda a frota, usar todas as armas, para recomeçar mais uma vez, a erguer-nos e a expandir o horizonte, dar razão e sentido para tão grande império, com uma grande afirmação...
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