terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Nossa Senhora, rogai por nós!
Benfica 1:2 Schalke 04
Olhamos já pelo retrovisor, o primeiro fim de semana de Dezembro, submersos no brilho das luzes de natal que iluminam as ruas, enfrentamos a chuva que vai caindo abruptamente no vidro... para trás, deixámos o frio que assolou a cidade, deparados, no entanto, com um espectro cinzento, que a todo o instante ameaça pluviosidade...
Atravessámos os locais habituais de Sábado, honrando compromissos desportivos, religiosos e familiares, completando a extensa lista de Natal, visitando os saudosos familiares que já habitam o paraíso celeste...
Ao final da tarde, fomos assistir ao jogo de Hoquei em Patins, contra a Oliveirense, numa vitória tão briosa quanto difícil, mercê da equipa compacta do glorioso, num excelente jogo, ganho por cinco bolas a três.
O Domingo amanheceu chuvoso, a derradeira friura ficou perdida na madrugada, e a rua revelava-se quente. Atravessei o rio, para ir ao encontro do semanal convívio desportivo, lá para terras distantes, disputar uma salutar partida de futebol.
De tarde ficámos a ouvir a chuva a cair na marquise, horas de entretenimento a fio, misturadas de estudo, preparando o regresso à ribalta, numa táctica que se mantinha: dois-um-dois.
A segunda-feira apareceu derrompante, no meio da nebulosidade, a precepitação latente permitiu contudo uma normal reentrada no mundo exterior, seguindo o acostumado circuito matinal e ao longo do dia.
Terça feira chegou num ápice, com ânimo redobrado, era dia da águia esvoaçar, vésperas de dia santo, com direito a descanso extra e abençoado…
No desbravar da manhã, ainda vi o sol a espreitar a cidade, bronzeando as casas, iluminando os passeios quase vazios e as estradas congestionadas.
Com o avançar do dia, o céu foi ficando inundado de nuvens, o sol partiu mais cedo para a sua volta global. Pouco antes da hora do jogo, no regresso apressado, atravessei o vento impetuoso, passei pelas folhas secas que rodopiavam num trubilhão, e entrei extenuado e feliz pela casa adentro, empurrado pelo entusiasmo de assistir a mais um jogo do Benfica…
Cumprimentei efusivamente os presentes, contornei o jantar, pronto na cozinha, fui mitigar a ânsia em frente da televisão, na ampla sala dos sonhos. o Benfica alinhava com um equipamento ainda mais brilhante, apesar da escolha do onze titular não ter sido a mais lucida…
É certo que a motivação não era muita, o público também não aderiu, por esse motivo, o empolgamento da época transacta está em decrescendo, era dificil estimular a equipa, mas a obrigação do Benfica era jogar com outra atitude e entusiasmo, para inverter o rumo dos acontecimentos. O simples facto de ser um jogo a dinheiro, ou demonstrar a nossa superioridade depois da derrota forasteira, ou ganhar moral e crédito europeu, tudo mais que suficiente para nos aplicarmos com outro empenho...
Claro que a postura da equipa do Schalke não favorecer a táctica encarnada, mas a entrada do Cesar Peixoto veio a provar-se uma aposta errada, com falta de ritmo, quando havia opções muito mais válidas, como o Gaitan, que tão boas exibições tem evidenciado, e um maior rendimento com o Fabio.
Apesar de termos mais bola, não conseguíamos desenvolver uma jogada, entrar no reduto contrário, super povoado, com uma armada bem montada a pressionar, sem deixar espaço de mabobra. Ao contrário, eles iam trocando a bola a seu belo prazer, com a batuta do Jurado e experiente Raul, sem que o Benfica fizesse pressão para recuperar a posse de bola.
E nesta toada, a exemplo do que tinha sido na Alemanha, eles foram ganhando ascendente e o Benfica foi ficando atrofiado, perdendo a restea de confiança com que tinha abordado este jogo. A equipa ia tentando trocar a bola, mas o retraimento ia crescendo, não conseguíamos chegar à area com perigo, o jogo estava amorfo, uma apatia geral.
Ao intervalo, com a desvantagem, o Jesus, petrificado, mexeu no onze, pôs as pedras mais competentes, mas meia parte perdida, não chegou para fazer a recuperação atempada. Os alemães iam acreditando cada vez mais que era possível ficar em primeiro no grupo, valorizarem-se na europa, passear naquele estádio catedral.
Enquanto isso, em França o Lyon adiantava-se no marcador, os comentadores iam dando a sentença actualizada. O Benfica precisava de marcar, o empate podia nem sequer chegar. O Aimar não marcou o golo do empate, o Schalke ia irritando na troca de bola demorada, e nós lutávamos, numa partida que tinhamos dando avanço psicológico, sem saber o que nos estava reservado. Num lance de canto, sofremos o segundo golo, que nos atirava para fora da discussão do resultado. Pouco depois chegava a noticia da reviravolta do Happoel, foi a depressão total! Sentimos uma desilusão aterradora, sabendo que ficávamos de fora da montra europeia, de uma competição da Uefa, da valorização internacional, uma desmoralização completa, um vazio inexplicável.
Eu ainda quis seguir o outro jogo, mas não estava a ser televisionado, então fiquei a olhar para a sombria Luz, com as mãos prostradas, a evocar a Deus, que tal não podia acontecer. O Barulho que se ouvia em redor, com a brincadeira dos catraios, parecia distante, eu estava alheado da realidade dramática em que mergulhava o Benfica, numa profunda consternação. Mas eis que num golpe final, num ultimo suspiro, marcámos o golo de honra, para salvar o orgulho de tanto desmazelo, e pouco depois acontecia o empate em frança que nos ponha de novo na rota europeia….
A noite já ia longa e triste, mais uma vez caimos ao tapete, a equipa não esteve à altura das exigências, tal como o Carlos Manuel proferiu: a equipa não teve chama, cariz, entusiasmo, esteve apática, não demosntrou alegria nem prazer a jogar…
Agora, mais do que nunca, é preciso elevar os níveis de motivação, a concentração, a confiança só virá com a aplicação, a moral só acontecerá com as vitórias, a auto-estima é algo dificil de reparar...
O Carlos Martins foi dos mais inconformados, mas a teia defensiva do Schalke não permitiu grandes veleidades ao Benfica, que se foi deixando maneatar, o Saviola não se consegue encontrar, O Salvio e o Gaitan estão a demonstrar cada vez mais a sua qualidade, acho que devem ser apostas para o futuro; o Carlos Martins deve alternar com o Aimar no meio do campo, o Amorim também ainda não está na sua condição física ideal, mas também é uma boa alternativa ao Maxi do lado direito. O Luisão fez um super jogo, como já nos habituou, em especial nos jogos da europa...
Claro que resulta sempre do descalabro, alguma experiência, o Jesus, que acha que é um catedrático da matéria, também deve ser mais humilde e aprender, na sua pouca experiência europeia, como é que se deve jogar, a equipa do Schalke foi excelente na sua postura táctiva sempre à espera do Benfiva, num pressing a toda a largura, sem deixar jogar, a partir para o ataque sempre com a bola controlada...
No próximo Domingo temos o jogo para a Taça, novamente na Luz, devemos entrar com outra dinâmica, uma atitude ganhadora, porque é um jogo único, em que apenas um pode vencer, também não devemos entrar muito afoitos, calculistas quanto baste, mas com uma atitude e uma disposição muito diferentes, uma alma imensa, para não deitar tudo a perder…
Agora, mais do que nunca, é preciso união, que os jogadores deêm as mãos, pois a qualidade permanece lá, só é preciso potenciar os talentos individuais, com mais trabalho e empenho, em beneficio de um colectivo mais forte, no encalce de melhores resultados... FORÇA BENFICA!
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