domingo, 12 de dezembro de 2010

É preciso puxar o lustro, da Taça!





Benfica 2:0 Braga (Taça Portugal - 1/16 final)

Já lá vai o dia da Padroeira imaculada, proclamada por ordem real, Senhora protectora da pátria..., consigo traz o fruto abençoado, um menino salvador, nascimento comemorado para mais uma oportunidade de redenção…

Aproveitada a santidade para festejar mais um aniversário familiar, na presença indesejada da chuva, absorvendo a quentura do forno e da amizade, retornámos ao embaraço das tarefas semanais…
A segunda parte não mudou de figurino, envolta num emaranhado de nuvens que  açambarcou a região, acicatadas pelo vento, entusiastas aventureiros que se agigantaram, na palidez do Outono e proximidade do Inverno… empurrando a natureza para um esfalecimento sem igual…

O sábado, apesar da afronta do tempo, madrugou com uma luz vigorante, aproveitando a energia para oferecer um dia intenso, num painel pincelado de azul, aquecimento que chegava em tímidos clarões dourados.
Começámos por contornar a pensinsula, lá para os lados do Barreiro, para disputar um renhido jogo de basquete, no escalão de Infantis. A vinda foi apressada para seguir com o nadador, mais novo, para as piscinas da Luz, ainda antes do almoço. Já com o fadiga e as horas a trazerem o apetite, entrámos novamente para o interior da península, ao encontro de um churrasco familiar.

Depois do fausto banquete rural, era chegada a altura da preparação espiritual para a grande festa do Natal, regressar à Igreja da cidade, levar o filho ao sacramento da reconciliação. Visitei a mãe, qual contributo singelo visando a sua recuperação física e o restabelecimento moral.
Já com a noite a cair sobre a cidade, fomos assistir ao jogo de Andebol contra o ABC. Um dia antes, os de Braga visitavam o pavilhão da Luz, adivinhava-se um jogo disputado, entre equipas traquejadas. Mas o começo não foi auspicioso, o Benfica andou sempre atrás da vantagem, nunca conseguiu colar-se e pressionar o suficiente, e acabou por não evitar a derrota por 26-29.
O dia já ia longo, a energia começava a esgotar-se no escurecimento, apesar do fulgor suficiente para seguir no encalço de casa, do reagrupamento familiar, num serão acolhedor, cheio de promessas e amor.

O Domingo fez-se anunciar pela chuva, despertador que me levou para a rua, estradas de água, que distanciavam da actividade no interior do pavilhão… Logo a seguir ao almoço, os chuviscos testemunharam a quarta atravessia sobre o tejo, desta feita com desvio para o interior lisboeta, com passagem pelo Marquês, que indicava o trajecto pombalino, onde iria decorrer o grande espectáculo do Circo.

Lá no alto, com vista priveligiada dos camarotes, gritámos, abrimos a boca de espanto, rimos às gargalhadas, com as palhaçadas, as piruetas e as acrobacias, as jiboias enroladas e o grande crocodilo do Nilo...
Descemos do telhado do Coliseu, sem o violino que anunciavam no teatro defronte, fugimos da multidão pelas ruas estreitas e envelhecidas, passámos pelo elevador da colina sobrenceira e retornámos à outra margem, felizes pela viagem ao centro de nós mesmos, à mais profunda ilusão.

O basquetebolista tinha ficado pelo pavilhão da zona sul, quis marcar presença em mais um jogo, e foi já no lusco fusco apressado pela cacimba que enegrecia o céu que retornámos ao lar, já na expectativa do grande jogo da noite…
O estágio e a temperatura mereciam equipamento a rigor, com cachecol à lampião; fui vigiando o cumprimento dos deveres escolares, preparando o palco televisivo, para que reinasse a calma à hora da águia começar a voar…

Era um jogo de tudo ou nada, os campeões do ano anterior, escorraçados da Europa, pela porta pequena, tinham mais um jogo a perder, alguém tinha que ficar com mais um fardo pesado da derrota, fora de outra competição. Por isso, o factor casa, poderia ser decisivo, tal como se veio a concretizar.

O plantel titular apresentou-se empenhado, o jogo começou de feição, talvez o Braga também não tivesse entrado muito incisivo, de tal modo o Benfica foi começando a ficar por cima, chegando dominador à passagem do primeiro quarto de hora. A confiança também não reina na equipa bracarense, e os da casa queriam dar uma resposta positiva aos adeptos, a si próprios demonstrar que têm categoria, feridos no orgulho, pelo ultimo desaire e outras modestas exibições...

O Aimar esteve menos interveniente, sobressaía mais o Martins no miolo do terreno, descaido para a direita, com a ajuda aguerrida do Maxi, e no lado contrário a dupla esquerdina dava igualmente boa conta de si, com o Gaitan e o Coentrão. O Braga não jogava com muita velocidade, na verdade, apenas dei pela presença do centro campista e extremo direito, Madrid e Paulo Cesar, por volta da meia hora de jogo, e a experiência do Viana não chega para dar velocidade ao ataque...

Nesta toada ia decorrendo a partida, apenas uma bola nas malhas do Julio Cesar, foi muito pouco para uma equipa que queria disputar o resultado; o Benfica, como sempre, foi desperdiçando oportunidades, mas sempre em cima do jogo. O prémio para tal supremacia e entrega havia de chegar antes do intervalo, com um remate imparável do Saviola, que voltou a sorrir e a apontar para o céu, Deus queira, pronúncio para melhores prestações.

No segundo tempo, o Braga foi tentando ter mais posse de bola, procurar o golo, sempre em crescendo, de atitude e poder ofensivo, mas o Benfica tinha, de alguma forma, o jogo controlado, continuava por cima, à custa de muito afinco e concentração. Assim, o Braga não chegou realmente a incomodar (à excepção de uma defesa apertada a um cabeceamento), ao contrário, o Benfica, abeirava-se com mais espaço e perigosidade da área, mesmo que não tivesse obtido o golo da tranquilidade.

O Sidnei esteve excelente, ao substutuir o grande capitão, demonstrando sempre descernimento e capacidade, o Javi teve um pulmão enorme, o Salvio veio dar mais profundidade e velocidade na frente, e foi pelo seu lado, com a sua intervenção, que sairam os lances mais vistosos para obtenção do segundo golo; o Cardozo não lhe valeram as rezas iniciais. Foi numa fase já em desespero, balançeados na procura do empate, que o Benfica aproveitou a superioridade numérica, mesmo com insistência, remates e defesas depois, na cabeça do Aimar, para ditar a sentença final, o relógio e o arbitro deram por encerrada a eliminatória…

No final o Jesus não foi muito exuberante nos festejos, limitou-se a constatar a vitória, perante um adversário complicado, e o Domingos sem argumentos, disse que talvez a jogar contra dez, tivesse sido diferente, conseguido outro desfecho…

Enfim, lá seguimos, depois do tombo europeu, mesmo a cambalear, com o folego e os pontos amealhados neste round da Taça. Não podemos esquecer a dura e ardua missão que nos espera para continuar a lutar pelo combate, na defesa do título, porque sabemos que vai ser dificil ganhar por KO; é preciso um redobrado empenho, que a ambição desça ao relvado, o trabalho extenuante seja o mote, correr até à exaustão, para nos reencontrarmos com as exibições, depois de vitórias suadas, reconquistar os adeptos e a confiança, para ganharmos com mais margem e naturalidade….

O próximo jogo, antes da festividade do Natal, sábado ao entardecer, num dia curto de luz, mas com a esperança tamanha, vamos dar o nosso apoio ao Benfica, para terminar o ano com uma vitória, começar desde já a alegrar os nossos corações... VIVA O BENFICA!

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