quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma mão cheia de esperança!



Benfica 5:0 Olhanense (Taça Portugal 1/8 final)

A segunda semana irrompeu do tempo, semeando confiança nos dias do novo ano, Invernos e Janeiros que vão atravessando as nossas vidas, aguçando a aspereza e medindo a longevidade...

A nebulosidade continuou a enlaçar a rotina, prolongando a hibernação do sol, obrigando ao uso de agasalhos para atenuar o desconforto corporal e o olhar cerrado do tempo…

A 4ª-feira, contudo, quis acordar com um arzinho sorridente, uma luminosidade doirada, que desvendou o casario aos olhares mais curiosos ou desprevenidos, habituados aos curtos horizontes da neblina matinal. Regalamos a vista, tentamos aquecer a alma, pensando já no jogo que iria decorrer ao abandono da claridade, quando o entardecer voltasse a chamar para casa…

Porém, depois da hora de almoço, a neblina voltou a reunir-se em força, congeminando o preenchimento da abóbada, privando-nos do brilho solar, todavia a climatização dos trabalhos e o ânimo da saudável existência…

O futebol estava marcado para horas impróprias, o circuito de recolha do agregado familiar, apesar de circunscrito, estava condicionado pela actividade física e pela comparência numa reunião do ATL…
Ainda hesitei abandonar a dita reunião extemporaneamente, mas fiado nas novas tecnologias, agendei a gravação e pude prolongar a presença, afinal o tema da palestra acabou por ser muito interessante, com o Psicólogo catedrático a dar excelentes dicas sobre o comportamento parental e as vivências com os filhos…

Só consegui a libertação, já com segunda parte prestes a começar, entrando no lar, sem saber nada do resultado… Foi então que pensei, que seria possível conservar essa ignorância para o visionamento indeferido da partida… sem que antes confirmasse se a caixa mágica tinha aceso o vermelho da gravação...

Efoi já pela calada da noite, quando todos se tinham acomodado, depois de contar a historia do Tarzan ao pequeno, dos beijinhos da ordem e desejos de bons sonhos, do beijo na esposa, quedada no leito, que me escapei para a sala, para me deliciar com as imagens da Catedral…

Como seria bom se pudessemos, de igual modo, controlar a realidade através dum comando, carregamos num botão e os jogadores estão já alinhados, à espera que eu desse ordens para o arbitro dar o apito inicial…

Ao contrario do que eu esperava, houve poucas mexidas no onze, entrou o Airton para ganhar rotina, devido à ausência forçada do Javi no próximo jogo, parece-me normal, e entrou o Amorim para o lugar do Maxi, mexida que não alterava o nível e a exigência do lugar…

Finalmente, a equipa está a revelar um equilíbrio acima da média, estão devidamente identificados os jogadores mais regulares, a equipa mostra entrosamento e está enivelada em todos os sectores:
-Do lado direito, o Salvio veio dar uma estabilidade maior com o apoio do Maxi ou do Amorim que também está a readquirir a forma. Do lado contrário o Gaitan faz uma excelente dupla com o Fábio, um dos jogadores em mais alta rotação. No eixo central, quer o Airton, falta-lhe um pouco mais de experiência, quer o Javi, são combativos o suficiente, desde que tenham o apoio do Martins, sacrificado e empenhado ou do Aimar, que reapareceu hoje na segunda parte, o primeiro mais em força e com passes rasgados, o segundo mais em controlo de bola e passes curtos. Na frente, o Saviola e o Cardozo ainda não estão cem por centro sintonizados, mas começam de novo a facturar com assiduidade, a demonstrar alegria pelo jogo... Na defesa a segurança das torres de marfim, pelo que o guardião, o rei, é o que menos importa! Com três bons guarda-redes, a prová-lo está, este ano, ainda não termos sofrido golos, em cada jogo doutras tantas competições...

Enfim, este jogo veio comprovar o crescimento colectivo da equipa, mesmo que o Olhanense, tentasse sair com rapidez e em futebol apoiado, nunca chegaram a criar grande lances, pois a solidariedade e a entreajuda dos jogadores encarnados esteve presente, ou seja, quando tudo está bem, tudo corre bem, sobem todo os índices competitivos de forma generalizada...

Então, quase tão natural como a sede, os golos foram surgindo, mesmo que começássemos com a falha da ordem do Cardoso, num cabeceamento à boca da baliza, até o aproveitamento foi nota alta, com a bola a entrar por cinco vezes, em sete possibilidades. O esférico ia ter com o Cardoso para este se esmerar em remates vistosos, o Saviola fez jus à sua sagacidade e rato de área, o Salvio provou a sua ascenção e o seu instinto goleador, o Gaitan não esteve tão lúcido, talvez um pouco inadaptado com as sua importância e funções, e até o Luisão regressou aos golos, tomando-lhe o gosto, para regozijo seu, de todos os colegas e de toda massa adepta…

O serão já ia longo, apesar de ter o comando da situação, encurtando o tempo com avanços nas paragens mais prolongadas, foi inevitável, teclar no stop e no botão da energia para banadonar a sala; com uma satisfação enorme, segui pelo corredores escuros ao encontro da cama, sem antes fazer a ronda pelas camaratas, só para ter a certeza que tudo estava em ordem (oh meu anjo da guarda..., deixa-me voltar a sonhar…).

No próximo domingo regressamos à Beira Litoral, à cidade do Mondego e dos doutores, no epicentro de Portugal, para continuar a demonstrar a nosso poderio, com entusiasmo, fibra e vontade de vencer. Indepencente do que possa acontecer nos outros campos, é preciso administrar determinação e espírito de conquista, preparando já outras duras batalhas que se adivinham, desbravando o caminho da  glória, pagando com sacrificio e desforra o prejuizo inicial…

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