quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Da iminente goleada à vitória sofrida!



Benfica 3:2 Olhanense (Taça Liga - 2º jogo - fase final)

O Janeiro desce já do alto da sua jovialidade, desbravando o entardecer com um enfraquecido ocaso invernal... apesar da opulenta nebulosidade, a chuva foi abandonando a atmosfera, tornando-a mais vulnerável aos esporádicos rasgos intentados pelo reino do sol.

Com este cenário bucólico, dum tempo que tenta apaziguar a vida com a ambiguidade temporal, chegamos a 4ª-feira, com a boa disposição e a preguiça a disputar a primazia no acordar matinal…
Então, seguimos o rumo dos acontecimentos, circulando pela cidade, esperançados no gradual crescimento dos filhos (o mais novo juntou bola com sacola), confiados que a perseverança e a saúde nos tragam alguma harmonia familiar ou realização pessoal…

As nuvens cederam diante da audácia, depois do almoço, o sol apareceu mesmo com um sorriso tímido sob uma ampla clareira azul, ainda que uma ténue cortina branca viesse rapidamente remendar o céu…
Pelo entardecer, fazemos o regresso pelas mesmas vias, já a pensar no jogo do Benfica, que ia decorrer com a chegada apressada aos humildes aposentos…ainda avistamos a Lua que tombava sobre o casario enleado com a noite, redonda e altiva, repleta de luar, de segredos e polvilhos de mel...

A Luz do estádio acendeu-se numa altura em que os afazeres ainda não permitiam o repouso em frente do televisor, só depois do jantar, banhos e afazeres escolares, quando o marcador já denunciava 7 minutos de jogo.
A bola começou então a percorrer todos os jogadores e fui constatando que afinal os jornais estevam acertados, o Jesus fez mesmo uma revolução, uma equipa mista, utilizando a grande maioria dos suplentes...

Fico com a ideia que o Jesus não tem muito bem assente a sua estratégia sobre a gestão do plantel, mas afinal o Treinador vive da dependência do resultado, e utiliza sempre quem lhe dá essa garantia, apesar do risco demasiado elevado, quando se mexe tanto na estrutura da equipa.

O Luisão, que tinha recuperado o lugar ao Sidnei, voltou a sair - entende-se se a sua condição tiver que ser salvaguardada, para além do compatriota desempenhar bem as suas funções...
O Davi Luiz também se percebe porque irá ficar de fora no próximo jogo, mas porquê uma mexida tão acentuada no eixo da defesa, com a inclusão do jovem Roderik que, a exemplo do Menezes quase não tem jogado?
No meio campo fez regressar o Javi, uma vez que este já estará de volta para a Liga e incluio o Aimar para ganhar ritmo, mas o Martins também não tem feito os jogos completos, em vez da aposta inesperada no Meneses, com tão pouco andamento. Na frente, o Jara fez por merecer a aposta, com um bom andamento e adaptação. O Kardec bem luta e corre pela bola, apesar de não ter tido grandes oportunidades, mas tudo tem feito por ser um substituto alternativo à dianteira, mas porque não apostar no Nuno Gomes, que parece vetado ao abandono?

Apesar de tudo a equipa entrou com alguma dinâmica, atacando a bola, procurando jogar e resolver cedo a partida; ao contrário, o Olhanense algo descredebilizado e apático, ia deixando o jogo correr, talvez ainda com o agastamento mental do ultimo jogo.
Quando se atingiu o 2-0, com o cronometro quase nos minutos finais do primeiro tempo, a equipa do Benfica jogava afoita, confiante, na procura contínua de outro golo, sem que se adivinhasse que iriamos sofrer um, antes de irmos para o intervalo. Mas uma desconcentração defensiva, permitiu ao veterano Djalmir diminuir o marcador em cima dos 45 minutos, o que permitiu ao Olhanense recompor-se animicamente, depois de sofrer 7 golos, e viesse com outra disposição para o reatamento...

Com os forasteiros moralizados, e o Benfica a facilitar, com o traquejo dos jogadores a perder impeto psicologico e frescura fisica, o Olhanense aproveitou para, num lance rápido, chegar ao empate, depois da marcação de uma grande penalidade…

O Jesus teve que fazer entrar então dois titularissimos para os flancos, para dar mais consistência e profundidade ao ataque, e foi num lance de insistência, depois de dois remates que fizeram a bola passar junto ao poste, que o Salvio, à entrada da área teve engenho e arte para fazer a bola anichar-se no fundo das redes, depois de um lance do Jara junto da linha de fundo…

Até ao final o jogo mostrou-se dividido, um Benfica à tona, mas sem o toque e a solidez habitual, e o Olhanense sempre à espreita de poder chegar ao empate, num lance fortuito, mas atraiçoado também pelas limitações físicas demonstradas pelos seus jogadores.

O jogo foi activo, o Benfica esteve melhor até quase ao final da primeira parte, o Olhanense nunca se desconcentrou e teve algum ascendente na meia hora do meio, até à obtenção do segundo golo, e depois o Benfica já com o Salvio e o Gaitan voltou a equilibrar e a fazer pender a balança para o lado encarnado, afinal se analisarmos a posse de bola, os ataques e os remates fomos acentuadamente mais fortes…

Sábado à noite voltamos à Luz, desta vez espera-se mais público, um equipa insolar mais forte, motivada até pelo resultado e desempenho em casa dos rivais, mas o Benfica, de novo com os titulares na máxima força, com uma atitude ganhadora e aplicada, incentivados por uma audiência maior, procurando tirar desforra do desaire da primeira volta, de certo continuaremos na senda das vitórias e na exigente corrida pelos lugares cimeiros.

Para fazer cumprir esta humilde tarefa é obrigatório que todos tenham uma grande dedicação, haja união e sacrificio para lutar pela glória condição…

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