domingo, 6 de fevereiro de 2011
Fica bem a vitória, noutro bom fim!
V. Setúbal 0:2 Benfica
Sem saber qual a ferida da furia da noite, a semana continuou serena, o Fevereiro dava os primeiros passos para mais um fim de semana…
Sem fazer muito alarde da fama granjeada pelos antepassados, o mês apenas conseguia reunir o frio na negrura das madrugadas, receber o amanhecer com geada… 5ª-feira ainda estendeu uma cortina de nuvens, mas o fraco tecido rasgou lentamente ao primeiro raio de luz, que decidiu acariciar a terra....
O final de semana não se deixou esmorecer nem surpreender, o sol continuou fogoso e primaveril, o Sábado apareceu com um sorriso largo, depois de um acordar tardio, a tempo da prática aquática do filho, abrindo apetite para o almoço. O resto do dia foi preenchido com a prática religiosa, o encontro de irmãos, na companhia da matriarca, e mais tarde, com a ida ao centro comercial. retomámos o descanso abençoado, entre quatro paredes, ainda antes do ocaso, procurando no farto entretenimento e troca de afectos, um sentido para o nosso pequeno aglomerado…
O Domingo, continuou alegre e sorridente, o Fevereiro sem tirar proveito do seu estatuto, a mata ia ebuliçando a humidade, fertilizando a terra... Atravessei cedo a ponte sobre o rio grande, repleto de barcos à vela, desviei pela floresta de Monsanto, rumo ao encontro desportivo, no café, depois do esforço no pavilhão…
Apanhei boleia da tarde soalheira que já começava a despontar e voltei para a outra banda, onde o Cristo estava à espera do pródigo habitante, e doutras viaturas, pois o Autocarro do Benfica também por ali havia de passar, com destino a Setúbal…
A tarde convidava a voltar à rua, com os discipulos pela beira, com rodas e frenesim, queimar calorias, aproveitar a brincadeira… de bicicleta e trotinente, circundámos o bairro, atestámos no supermercado e regressámos cansados e felizes para junto da mulher da nossa vida… As horas que nos separavam do jogo, à noite, ainda permitiram dar asas ao lazer e à refeição pausada. Até que no confim do fim de semana, o sofá da minha vida e a televisão da minha predilecção juntaram-me, de olhos impávidos, num deleite impossível de igualar, pois tão raras são as vezes que consigo ver 90 minutos seguidos de futebol…
O Benfica apresentava a estrutura base dos ultimos jogos, desta feita com o Cesar Peixoto no lugar do Coentrão e o Aimar no centro do terreno, a apoiar o eixo da frente… No entanto, o Setúbal, bem armado, pelo mestre Fernandes, da mesma escola do Jesus, começou bem no jogo, aniquilando o futebol encarnado, aparecendo junto da área, desenvolvendo jogadas de perigo iminente… Claro que a defesa fez-se para aguentar, o guarda redes para ser posto à prova, e todo passou, sem grande sobressalto.
O Benfica começou então a assentar o jogo, a esticar-se dentro de campo, desta feita mais com o Gaitan, apoiado pelo Cesar, a tentar encontrar espaços na área ou oportunidades para marcar.
Nos lances de bola parada, nos cantos, principalmente, criamos muito perigo, com o Luisão, em duas ocasiões, a estar perto de alcançar um belo golo. O Salvio também atirou, de fora da área, com intenção, mas o meio campo, muito povoado pelos sadinos, não deixaram muita segurança para o Aimar e companhia segurar e dispor o seu futebol…
Já com o relógio a aingir o limite do primeiro tempo, com a bola a rondar as duas balizas, alternadamente, eis que num saida rápida, depois de um centro pela direita, o Gaitan veio em corrida, e sem deixar bater, pontapeou a bola para junto do poste contrário, sem hipotese de defesa…
O Setúbal, apesar da desvantagem, veio para a segunda parte com a mesma disposição, arriscando um pouco mais, mas sempre estratégicamente coesa… mas o Benfica, ia acreditando mais, com o decorrer do tempo, que era possível a vitória, foi-se batendo com galhardia, mesmo que nem sempre com destinção, lutando para ampliar a vantagem.
Só que, o Cardozo, fora da área, com tão pouco espaço, até enerva a sua lentidão, o Saviola, onde é ele anda, que quase nem se dá por ele, o Aimar também rebentou cedo, e não consegue imprimir grande velocidade, neste momento o Benfica está a ser rebocado pelo Salvio e pelo Gaitan, fisicamente e tecnicamente desenvolvidos, robustos e consistentes, que dão ao Benfica uma nova amplidão e consistência…
Com a segurança das torres centrais, do excelente Roberto, com a estirpe do Maxi e do Coentrão, este último de outra galáxia, o Javi a fechar o meio campo, só falta mesmo o trio vertical subir mais uns degraus de rendimento, pois o Cardozo também está dependente do rendimento do Saviola, e a bola tem que chegar às imedeações da baliza levada pelo brilhantismo do Aimar…
O relógio entrava na fronteira do serão, os filhos tinham que se deitar, mas estavam ali à minha espera, e eu à espera do jogo resolvido. Entretanto, o Arbitro começava a distribuir cartões, os jogadores vitorianos, ainda acreditavam que podiam chegar ao golo, mas o entusiasmo atraiçou-os, pois numa jogada de contra-ataque, o Maxi apareceu descaido na área para centrar para um espectacular golo do Jara, que tinha entrado, para render o Saviola, acabando quaisquer dúvidas quanto à equipa vencedora…
Estávamos a chegar ao minuto 80, o jogo já tombava para o seu final, e até lá, o Benfica ainda carregou mais um pouco, teve possibilidade para chegar a mais um golo, mas o resultado final acabaria por não sofrer mais alterações…
Foi uma vitória justa, bem conseguida, soubemos sofrer e lutar para que se invertesse o domínio do jogo, conseguíssemos alcançar o golo, aproveitámos o bom momento anímico para não virar a cara à luta, acreditarmos sempre nas nossas capacidades, sem grande deslumbramento, antes com muito empenho e solidariedade…
É esta a receita para continuar a acreditar nas nossas possibilidades, com bravura, caracter e alegria, em busca da vitória em cada partida. No próximo embate, na Luz, temos que vingar a derrota da primeira volta, em Guimarães, para voar ainda mais alto e praticar bom futebol…
Antes disso ainda temos o duelo Messi x CR, com a estrela Nani a correr por fora… um país a torcer pela selecção…
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