segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Mudou com dez... e acabou aos dois!
Sporting 0:2 Benfica
O final da semana seguiu os trâmites invernais, aguaceiros que chegavam sem aviso, nuvens em trânsito por este cantinho ocidental, reencontro costeiro, do gelo do norte e do bálsamo tropical…
Alma inspirada na brisa marítima, onde rebentavam vagalhões de sal, lágrimas que exultavam a grandiosidade das idas expedições… enquanto a terra era fustigada por uma forte trovoada, desde o serão de 6ª-feira, assolando a noite, afogando a aurora de Sábado na torrente…
A intempérie precipitou a ausência das actividades desportivas, a ida ao complexo da Luz e às salas paroquiais da catequese, mesmo que outros motivos superiores legitimassem as quebras de compromisso: o almoço de aniversário dum sobrinho, comemorativo da tenra idade de vinte e poucos anos, em familiar e inebriante convivência...
A noite de Sábado, foi tombando os corpos, realçando o cansaço, afastando a chuva, ainda antes do pronuncio do entardecer, quando ecoavam os cânticos de parabéns, antes circulámos pelas quintas da Arrábida, encerrando os festejos, com um selectivo grupo etário, mais entusiasta, reunido em nossa casa…
A manhã de Domingo, surgiu no secreto desenrolar do tempo, o sol espreguiçava-se por entre as nuvens, denunciando a nossa passagem pelas pontes do estuário, até aos campos alagados das terras bravias do Ribatejo… o pavilhão situava-se na proximidade da praça do afamado entretenimento da Moita, ladeado por um parque de lazer, e foi lá que o basquete, do filho mais velho, se bateu com toda a galhardia com a equipa local…
A hora de almoço estava a chegar, e nós já perto do Restaurante, prontos para outra celebração, os festejos dos 80 anos da matriarca, data ímpar e dada à exaltação… apesar da ventania, a luz dourada avivava o convívio familiar, aquecia a intimidade do evento… depois da almoçarada, com todos os ingredientes e rituais, vistas largas pelas charnecas até à capital, desde sala panorâmica, regressámos ao doce lar, para digerir a sentida cumplicidade…
A 2ª-feira, continuou ensolarada, a preguiça içou as velas para mais uma semana, com a saúde a levantar âncoras, depois da estadia e dos exageros do fim-de-semana. A despertina também advinha do jogo glorioso, em terras dum leão moribundo, que se jogaria ao começo da noite…
Mas a manhã tão entusiasta haveria de trazer alguma traição, o veículo estacionado em cima do passeio fora motivo de coima… mas também isso não foi impedimento para continuar a dar graças a Deus, pela satisfação reflectida na vidraça, ou na cruzada da rua, depois do almoço, ligando trabalhos e escola…
Mais tarde, pela carruagem do tempo, cheguei novamente à hospedaria, com tempo para assentar arraiais, gozar os pequenos instantes familiares… depois da partilha e do governo familiar ter reunido à mesa, seguiu-se o exílio na sala de estar. Estava prestes a começar mais um derbi da cidade de Lisboa. A diferença pontual que separa as equipas cimeiras do campeonato não dava margem para o erro, mas a forma anímica e técnica que não era importante noutras épocas, desta feita teve uma importância capital…
O Benfica entrou como é seu apanágio com toda a dinâmica e confiança, o Fabio sempre aguerrido e mirabolante, o Gaitan com todo o primor técnico, o Salvio a tentar desiquilibrar e um Saviola a contemporizar e dar o melhor seguimento aos lances… o Martins sem ter a elasticidade do Aimar, tentava distribuir jogo, segurar o meio campo com mais musculo.
O Sporting, por sua vez, com a entrada do Yanik e do Matias ficava mais rápido, o Postiga irreverente tentava furar, mas o descrédito e a fragilidade atacante eram por demais evidentes.
Então o Benfica aproveitou, numa jogada mais apressada, com o Gaitan a subir pela esquerda, a centrar para aparecer o Salvio, vindo de trás, a atirar para o fundo das redes, decorria o minuto 15 da primeira parte… O jogo manteve-se nesta toada, dividido ao meio, com o Benfica sempre mais ofensivo e a funcionar como um bloco, comprovados pelos 9 foras de jogo, o Sporting só ia conseguindo pontapés de canto, fora alguns remates de longe…
Mas eis que o árbitro começou a distribuir cartões, um puxão, uma rasteira, uma obstrução, um contacto, dava direito a cartão e depois, por da cá aquela palha, expulsam um jogador de uma equipa, sacrificando os restantes, beneficiando o adversário. Qual Martins dos Santos, contemplava cada impedimento, para depois justificar a reducção numérica…
Eu acho que, nenhuma equipa deveria jogar com menos um, somente por uma falta mais grave… eu concordo que os jogadores também devam ser mais colaborantes, não se deixarem levar pelo confronto, mas sem árbitros mais competentes, afinal são eles que moldam a atitude dentro do campo, é dificil mudar mentalidades…
E foi assim que chegamos ao fim da primeira parte, com menos um jogador, com outra metade ainda para sofrer… mas a capacidade de sofrimento e a coesão são muito altas neste Benfica 2011, com 15 vitórias consecutivas. Depois do Dragão, foi a vez do Leão, impotentes para nos marcarem um golo, apesar da superioridade em número de jogadores e elementos dentro do campo…
Os de Alvalade raramente incomodaram, apesar de terem a iniciativa, e num lance de canto, o Gaitan, no coração da área, rematou de pé esquerdo, ressaltando no defesa e fazendo a bola anichar-se no fundo da baliza, concretizando o segundo golo, ainda antes do meio da segunda parte…
Com pouco mais do que 20 minutos para jogar, a história do jogo foi sendo escrita lentamente, com um esforço muito grande por parte dos jogadores encarnados, qual muralha intransponível…
O Jara, desta feita, rendendo o Cardozo, não teve o ensejo de facturar, a equipa estava muito recuado, não tinha muito apoio, o Jardel, apesar da cabeçada inicial, foi mostrando um grande sentido posicional, com o Luisão a servir de grande mestre, o Maxi e o Coentrão correram muito, o Airton entrou, já para ganhar algum ritmo para Estugarda, o Javi está no auge da sua pujança física, tal como o resto da equipa, apesar do Cardozo, continuar a ser algo desconcertante… pelo que não podemos ver repetido o gesto da galinha...
Só espero que as forças não se tenham esgotado em demasia, que estes três dias sejam suficientes para repor energia, que estejamos com disponibiliade física para 5ª-feira, o estado anímico costuma ser atenuante quando se corre por gosto… mas, independentemente da entrega e capacidade corporal é importante manter uma mentalidade fria, uma atitude ganhadora, sem perder o controlo emocional, pois a competitividade germânica tudo vai fazer para nos derrubar, e nós temos que aguentar, com empenho e saber, alegria emgenho e arte…. força Benfica!
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