segunda-feira, 21 de março de 2011
A primavera resplandeceu triunfante...!
Paços Ferreira 1:5 Benfica
A semana terminou com o tempo cansado de tantos invernos, a estender a passadeira vermelha à nova estação, até a lua se envaideceu para a cerimónia de despedida, sob o auspício do patrono S. José...
O Sócrates tentava resistir à convulsão…, sem atirar a toalha, querendo estancar a crise, mas o povo anseia por mudança, mesmo sabendo que vai continuar a marcar passo... e que já não há coelhos para tirar da cartola...
O fim-de-semana espreguiçou com um beijo universal e comovente dos filhos, esvoaçou com o chilreio dos pássaros no miradouro esverdejante de Palmela, onde decorreu uma concentração de basket... e o almoço consumou o enlevo dos filhos muito amados, numa reunião com as nossas mães, banquete em memória dos avós ausentes, num restaurante local...
Depois da sagração que o dia reclamava, prosseguiram as celebrações pagãs, com um animado churrasco, às portas da Arrábida, tardio convívio que a lua presenciou, empoleirada nos telhados…
O Domingo abandonou a afável madrugada, mas o sono serôdio resistiu quase até ao almoço, tomado à sombra do encanto familiar… se a população se divertia pela natureza, numa volta à praia ou na corrida matinal da ponte, eu fui até à Luz assistir ao confronto vitorioso de Voleibol, contra o Guimarães… e regressei no desmaio do sopro flamejante até à mesma margem…
Chegou finalmente o desfile primaveril, o foco doirado adornava o airoso vestido azul… luzes da ribalta duma nova semana, já a pensar no jogo do Benfica, ao começo da noite na intimidade do lar…
O Porto ficou a 3 pontos de ser campeão, o Benfica estava a 4 de confirmar o 2º lugar, enquanto o Sporting seguia com uma nobre campanha para inverter o panorama do relvado…
Depois da altivez das boas vindas a este jardim altlântico, a maresia foi atraindo o sol e a tv prendendo-me ao sofá, depois das tarefas caseiras… e eis, o Benfica, com uma equipa ganhadora, uma estrutura forte e dinâmica para fazer face ao surpreendente Paços de Ferreira…
Apenas as ausências do Coentrão, do Salvio e do Sidnei, para dar lugar ao novato Carrole, ao fulgurante Jara e ao possante Jardel. De resto, o Roberto defendia as redes com autoridade, a torre Luisão era o baluarte da defesa, o rato Maxi invadia o lado direito, no meio campo a magia do Aimar não tem fim, e já podemos assistir a um jogo perfumado do Saviola, a quem só faltou a cereja do golo, que o Gaitan, da cartilha de artista das pampas, quis por em cima do bolo; o Cardozo, desta feita fez o gosto ao pé, e não desperdiçou o penalti logo aos 4 minutos de jogo… O Jara sempre em movimento, consistente, rubricou uma boa exibição, com uma série de passes de mestria, mas havia de ser o Nuno Gomes, que mostrou toda a sua arte em habitar a grande área, juntar a bola com a baliza, numa grande facilidade e empatia…
Foi assim, com um futebol solto, pleno de confiança, com a moral europeia, com o descanso necessário para o renovado esforço, que a equipa se apresentou a querer resolver logo a contenda. Aos 13 minutos, depois duma boa jogada de combinação, como foram quase todas, ao primeiro toque, com classe e rapidez, que o Aimar fez o segundo golo. Aos 24 chegava o terceiro, apontado pelo Gaitan com mais uma jogada espectacular, o Jara abre na direita o Maxi entra pela área e passa atrasado para o Cardoso que amortece para fora da área onde aparece o Gaitan a fazer um remate em arco com toda a excelência e convicção…
Passado pouco tempo, o Paços reduz, num canto, por intermédio do Carrole, que fez uma grande exibição, subindo muito, mostrando bom toque de bola, para um primeiro jogo a sério, no meio dos craques, contra um adversário abnegado e competitivo, aguentou-se muito bem, mas foi traido pelo remate, desviando a bola para a própria baliza.
O resultado desnivelado, atingido já no final da partida, não deve tirar o brio e a réplica do Paços, que apesar de menos uma unidade e do lance de golo precoce, estiveram sempre muito empenhados em virar os acontecimentos.
Também não concordei com o lance que deu a expulsão do jogador da casa, as equipas tem que se defrontar com as mesmas armas, é preciso defender o espectaculo, e a falta, mesmo que merecedora de cartão, não foi perigosa… mas o árbitro esteve bem no cômputo geral, talvez por que já não fosse preciso complicar ostensivamente (mas isto já é paranoia minha de conspiração...).
A próxima jornada, depois dos jogos das Seleções, traz um escaldante Benfica-Porto, no estádio da Luz, nos primordios de Abril, com a motivação duma vitória, para infringir ao aclamado campeão, porque assim nos obriga a rivalidade, a dignidade, a passagem de testemunho, o pagamento na moeda da ultima época e o orgulho benfiquista… Força Benfica!
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